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O bloqueio político
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O bloqueio político
Os eleitores escolhem sempre de acordo com os seus interesses, a não ser que surjam forças políticas que mudem o interesse dos eleitores.
A FRASE...
"Temos um país cada vez menos competitivo num mundo cada vez mais instável. A resposta das oligarquias portuguesas tem sido a habilidade e a impostura."
Rui Ramos, Observador, 14 de Fevereiro de 2017
A ANÁLISE...
Os eleitores, e naturalmente os partidos que os servem, têm uma ideia de sociedade espelhada numa Constituição recheada de direitos e de algumas utopias socialistas próprias de uma revolução fermentada num país pobre, saído de uma ditadura, seguido de perda do império colonial. A visão de sociedade foi ancorada num generalizado protecionismo do Estado, necessário pela memória de pobreza e das baixas escolaridades e competências dos portugueses (vide Relatório OCDE).
Os interesses empresariais, pela falta de escala e de competências do país, ainda que professem as virtudes da concorrência, privilegiam o encosto protecionista do Estado. Todavia, não responsabilizemos os interesses económicos por se protegerem. Responsabilizemos antes a classe política que não preparou os cidadãos e empresas para a moeda única e para a globalização, como quer fingir que é possível viver neste impasse reformista, e assim satisfazer um eleitorado e interesses sindicais e empresariais que preferem o "status quo".
Os media, os reguladores e a justiça entretêm-nos com as fugas cirúrgicas de informação, julgamentos morais e jurídicos na falta de estrutura de pensamento e ação para as verdadeiras reformas políticas, abrindo espaço para o populismo de esquerda e direita e para a demagogia fácil.
A narrativa de pobres, honrados e orgulhosamente sós nasceu na ressaca de um necessário saneamento das finanças públicas de 1928 a 1932 levado a cabo por Salazar. O atual saneamento, levado a cabo pelo Governo anterior e por este, faz-se sem uma ideia de desenvolvimento para Portugal, porque não sabe como mudar a ideia de uma sociedade perdida, porque esgotada de recursos, mas enfartada de direitos. Os eleitores escolhem sempre de acordo com os seus interesses, a não ser que surjam forças políticas que mudem o interesse dos eleitores.
Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
maovisivel@gmail.com
Jorge Marrão
16 de fevereiro de 2017 às 00:01
Negócios
A FRASE...
"Temos um país cada vez menos competitivo num mundo cada vez mais instável. A resposta das oligarquias portuguesas tem sido a habilidade e a impostura."
Rui Ramos, Observador, 14 de Fevereiro de 2017
A ANÁLISE...
Os eleitores, e naturalmente os partidos que os servem, têm uma ideia de sociedade espelhada numa Constituição recheada de direitos e de algumas utopias socialistas próprias de uma revolução fermentada num país pobre, saído de uma ditadura, seguido de perda do império colonial. A visão de sociedade foi ancorada num generalizado protecionismo do Estado, necessário pela memória de pobreza e das baixas escolaridades e competências dos portugueses (vide Relatório OCDE).
Os interesses empresariais, pela falta de escala e de competências do país, ainda que professem as virtudes da concorrência, privilegiam o encosto protecionista do Estado. Todavia, não responsabilizemos os interesses económicos por se protegerem. Responsabilizemos antes a classe política que não preparou os cidadãos e empresas para a moeda única e para a globalização, como quer fingir que é possível viver neste impasse reformista, e assim satisfazer um eleitorado e interesses sindicais e empresariais que preferem o "status quo".
Os media, os reguladores e a justiça entretêm-nos com as fugas cirúrgicas de informação, julgamentos morais e jurídicos na falta de estrutura de pensamento e ação para as verdadeiras reformas políticas, abrindo espaço para o populismo de esquerda e direita e para a demagogia fácil.
A narrativa de pobres, honrados e orgulhosamente sós nasceu na ressaca de um necessário saneamento das finanças públicas de 1928 a 1932 levado a cabo por Salazar. O atual saneamento, levado a cabo pelo Governo anterior e por este, faz-se sem uma ideia de desenvolvimento para Portugal, porque não sabe como mudar a ideia de uma sociedade perdida, porque esgotada de recursos, mas enfartada de direitos. Os eleitores escolhem sempre de acordo com os seus interesses, a não ser que surjam forças políticas que mudem o interesse dos eleitores.
Artigo em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.
maovisivel@gmail.com
Jorge Marrão
16 de fevereiro de 2017 às 00:01
Negócios
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