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Mensagem por Admin Ter Jun 17, 2014 12:19 pm

A população em Portugal reduz-se de ano para ano e cada vez a uma velocidade maior. E, agora, desde que o ajustamento económico e financeiro lançou a economia na recessão e no crescimento galopante do desemprego, o saldo natural deu um valente mergulho no vermelho. A quebra de -7,9% de nascimentos, em 2013, face a 2012, é dos números mais aterradores que podem esperar-se nestas estatísticas demográficas. Conjugando estes valores (menos sete mil nascimentos) com os da emigração que, no ano passado, registou o saldo para a emigração permanente de 54 mil trabalhadores, mais o da emigração temporária de outros 74 mil, dá-nos o quadro de um país confrontado com um gravíssimo problema: os seus jovens, cada vez mais, afirmam por atos - e não tanto por protestos públicos - que não se acham com futuro no seu espaço. Não têm o conforto e aquele suplemento de ânimo que dá a esperança numa vida melhor e anima homens e mulheres, em idade de procriar, a criar os filhos que hão de ser os continuadores da sua própria história.

Tudo tido em conta, há menos 60 mil habitantes em Portugal e a tendência, de há três anos a esta parte, é a de um brusco afundamento da demografia em Portugal. As mudanças neste campo são sempre lentas - estamos a tratar do comportamento de milhões de pessoas. Mas só haverá verdadeira inversão do clima de mal-estar reinante quando isso se traduzir no estancar desta hemorragia demográfica, que parece não ter fim.

Guerra de nervos no gás

A União Europeia (UE) possui um nível razoável de reservas de gás natural para o próximo inverno, o que não impede que alguns países possam estar expostos à medida que se avance no tempo. E, como se viu em 2006 e 2009, as consequências dessa falta são conhecidas. Moscovo garantiu que o fornecimento à UE, mais de 50% feito através da Ucrânia, não será afetado, mas aquele que se destina a este país passa a ser entregue em sistema de pré-pagamento. 

O que Kiev recusa, alegando pagar um valor exorbitante pelo gás russo.

Na origem deste diferendo, as reviravoltas na política ucraniana em que, após um Viktor Ianukovich condescendente com a estratégia e interesses do Kremlin, o poder político em Kiev possui uma distinta agenda. Daí, a pressão sobre uma Ucrânia que Moscovo se recusa a admitir com direito a uma trajetória própria, independentemente (ou por isso mesmo) das ligações do passado. E, exceção feita a uma ação militar, a melhor forma de pressão é a instrumentalização do preço da energia, como se viu nos anos 70 do século XX com os "choques petrolíferos". A guerra de nervos não vai cessar tão cedo; dela resultará uma nova relação russo-ucraniana e, espera-se, uma UE que não precise de contabilizar em permanência as suas reservas energéticas.

17-06-2014 
DN
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