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Peixeiradas
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Peixeiradas
Quantos mais anos temos, maior é a sensação de passarmos por episódios que, se não são repetidos, são pelo menos semelhantes... É o que se passa agora.
Há uns anos denunciei, com veemência, que Rui Rio, não obstante o discurso do rigor, da poupança e da severidade contra a "falta de seriedade", era, para os amigos, benevolente e "mãos largas" em matéria de pagamentos de remunerações (utilizando dinheiros públicos!).
Consciente de que as denúncias, baseadas em factos, o estavam a beliscar, Rio optou pela chicana política (o povo chama-lhe "peixeirada"), procurando que o ruído se sobrepusesse ao essencial, ofuscando as evidências. Vai daí, numa sessão pública da Câmara (aquelas onde podem estar presentes jornalistas, para amplificar a confusão) procurou, no chamado "Período de Antes da Ordem do Dia", pôr a falar aqueles que eu tinha denunciado como recebendo os tais salários faustosos e/ou que tinham tido comportamentos eticamente reprováveis. O que constituiria uma verdadeira subversão do Regimento da Câmara, dado que este período apenas pode ser utilizado pelos eleitos e nunca por pessoas externas ao órgão municipal.
Naturalmente que tinha todo o interesse em discutir o assunto, mas nunca em incumprimento daquilo que estava estabelecido no regimento, pelo que me recusei a participar no "espetáculo" - posição em que fui secundado pelos eleitos do PS, liderados por Francisco Assis, que demonstrou, neste episódio, aquilo que se designa por "sentido de Estado". Como disse na altura, as reuniões da Câmara não são a "Quinta do Rio" (alusão a uma conhecida propriedade do Porto), já bastando as diatribes de uma maioria absoluta com laivos de absolutismo (de que a recusa em prestar informações legalmente solicitadas era uma prática comum), quanto mais um atropelo às regras de funcionamento da Câmara.
Tenho-me lembrado disto quando assisto aos sucessivos episódios do PSD e do CDS em matéria de pretensas SMS trocadas entre Centeno e A. Domingues, com o conhecimento ou não de Marcelo e de Costa.
Como é evidente, a comissão parlamentar criada por iniciativa do PSD e do CDS não tem no seu objeto analisar o processo de nomeação da administração de António Domingues - processo no qual também é evidente que o Governo esteve muito mal. Pelo que, por sentido de Estado não é aceitável autorizar esse desvirtuamento (a comissão não é propriamente uma tertúlia).
Mas, não nos tomem por parvos, o que a Direita verdadeiramente quer é, com esta "peixeirada", esquecer que, afinal, apesar da reposição de rendimentos, a economia cresceu, o défice baixou e o desemprego diminuiu. E, claro, desacreditar a Caixa, dado que, quantas maiores forem as dificuldades do banco público maiores são as facilidades para defender a sua privatização (que, hoje, é sinónimo de entrega ao capital e aos interesses estrangeiros). Mas, como qualquer "peixeirada", quanto mais podre está o peixe, menor é o impacto do seu arremesso e mais sujas ficam as mãos de quem o arremessa...
ENGENHEIRO
Rui Sá
Hoje às 00:00
Jornal de Notícias
Há uns anos denunciei, com veemência, que Rui Rio, não obstante o discurso do rigor, da poupança e da severidade contra a "falta de seriedade", era, para os amigos, benevolente e "mãos largas" em matéria de pagamentos de remunerações (utilizando dinheiros públicos!).
Consciente de que as denúncias, baseadas em factos, o estavam a beliscar, Rio optou pela chicana política (o povo chama-lhe "peixeirada"), procurando que o ruído se sobrepusesse ao essencial, ofuscando as evidências. Vai daí, numa sessão pública da Câmara (aquelas onde podem estar presentes jornalistas, para amplificar a confusão) procurou, no chamado "Período de Antes da Ordem do Dia", pôr a falar aqueles que eu tinha denunciado como recebendo os tais salários faustosos e/ou que tinham tido comportamentos eticamente reprováveis. O que constituiria uma verdadeira subversão do Regimento da Câmara, dado que este período apenas pode ser utilizado pelos eleitos e nunca por pessoas externas ao órgão municipal.
Naturalmente que tinha todo o interesse em discutir o assunto, mas nunca em incumprimento daquilo que estava estabelecido no regimento, pelo que me recusei a participar no "espetáculo" - posição em que fui secundado pelos eleitos do PS, liderados por Francisco Assis, que demonstrou, neste episódio, aquilo que se designa por "sentido de Estado". Como disse na altura, as reuniões da Câmara não são a "Quinta do Rio" (alusão a uma conhecida propriedade do Porto), já bastando as diatribes de uma maioria absoluta com laivos de absolutismo (de que a recusa em prestar informações legalmente solicitadas era uma prática comum), quanto mais um atropelo às regras de funcionamento da Câmara.
Tenho-me lembrado disto quando assisto aos sucessivos episódios do PSD e do CDS em matéria de pretensas SMS trocadas entre Centeno e A. Domingues, com o conhecimento ou não de Marcelo e de Costa.
Como é evidente, a comissão parlamentar criada por iniciativa do PSD e do CDS não tem no seu objeto analisar o processo de nomeação da administração de António Domingues - processo no qual também é evidente que o Governo esteve muito mal. Pelo que, por sentido de Estado não é aceitável autorizar esse desvirtuamento (a comissão não é propriamente uma tertúlia).
Mas, não nos tomem por parvos, o que a Direita verdadeiramente quer é, com esta "peixeirada", esquecer que, afinal, apesar da reposição de rendimentos, a economia cresceu, o défice baixou e o desemprego diminuiu. E, claro, desacreditar a Caixa, dado que, quantas maiores forem as dificuldades do banco público maiores são as facilidades para defender a sua privatização (que, hoje, é sinónimo de entrega ao capital e aos interesses estrangeiros). Mas, como qualquer "peixeirada", quanto mais podre está o peixe, menor é o impacto do seu arremesso e mais sujas ficam as mãos de quem o arremessa...
ENGENHEIRO
Rui Sá
Hoje às 00:00
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