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Cria-se um país, agora é fazê-lo
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Cria-se um país, agora é fazê-lo
Muitos dos conflitos dos tempos modernos poderiam ser resolvidos com mudanças nas fronteiras, desde pequenos acertos até alterações mais profundas. Mas a prova de que não basta pegar no lápis e redesenhar os mapas para garantir a paz é o Sudão do Sul, independente desde 2011 e o mais recente país membro da ONU. O mais jovem país do mundo já enfrentava a crise económica e a guerra, agora lida também com a fome.
Depois de décadas a lutar contra o Sudão, dominado por negros arabizados de religião muçulmana, os povos do Sul, na sua grande maioria cristãos e animistas, conseguiram negociar um referendo de autodeterminação em que mais de 98% dos votantes escolheram a independência. Foi uma decisão livre, celebrada pelas Nações Unidas e por líderes políticos mundo fora, recebida até com uma surpreendente boa vontade pelo Sudão, país tão amputado pelo processo que teve de entregar à Argélia o estatuto de maior de África.
Mas faltou ao Sudão do Sul um pai fundador. O velho chefe guerrilheiro, John Garang, tinha morrido em 2005 quando o processo de paz se iniciou e não deixou sucessor à altura. Não tardou pois muito, depois da festa da independência, até que aqueles que juntos tinham derrotado o governo de Cartum começassem a matar-se em Juba, capital do novo país.
Entre rivalidades pessoais e ódios étnicos, a violência foi crescendo. De repente, o presidente Salva Kiir contra o vice-presidente Riek Machar, outra forma de dizer que os dinka lutavam contra os nuer e os nuer contra os dinka. O resultado é que além de milhares de mortos, hoje existem 5,5 milhões de pessoas ameaçadas de fome num país com cerca de 13 milhões. A ONU lançou já um alerta, pedindo ajuda de emergência, mas a base do problema vai persistir.
Tempo de mudar de novo as fronteiras? Não. Se dinka e nuer conseguiram lutar juntos para criar um país também deveriam ser capazes de o desenvolver. Existe mesmo algum petróleo a ajudar na tarefa. O que é evidente é que o mundo, por muito desiludido que esteja com a sua mais jovem nação, não pode deixar de vir em seu socorro. O país foi criado, agora há que fazê-lo.
21 DE FEVEREIRO DE 2017
00:00
Leonídio Paulo Ferreira
Diário de Notícias
Depois de décadas a lutar contra o Sudão, dominado por negros arabizados de religião muçulmana, os povos do Sul, na sua grande maioria cristãos e animistas, conseguiram negociar um referendo de autodeterminação em que mais de 98% dos votantes escolheram a independência. Foi uma decisão livre, celebrada pelas Nações Unidas e por líderes políticos mundo fora, recebida até com uma surpreendente boa vontade pelo Sudão, país tão amputado pelo processo que teve de entregar à Argélia o estatuto de maior de África.
Mas faltou ao Sudão do Sul um pai fundador. O velho chefe guerrilheiro, John Garang, tinha morrido em 2005 quando o processo de paz se iniciou e não deixou sucessor à altura. Não tardou pois muito, depois da festa da independência, até que aqueles que juntos tinham derrotado o governo de Cartum começassem a matar-se em Juba, capital do novo país.
Entre rivalidades pessoais e ódios étnicos, a violência foi crescendo. De repente, o presidente Salva Kiir contra o vice-presidente Riek Machar, outra forma de dizer que os dinka lutavam contra os nuer e os nuer contra os dinka. O resultado é que além de milhares de mortos, hoje existem 5,5 milhões de pessoas ameaçadas de fome num país com cerca de 13 milhões. A ONU lançou já um alerta, pedindo ajuda de emergência, mas a base do problema vai persistir.
Tempo de mudar de novo as fronteiras? Não. Se dinka e nuer conseguiram lutar juntos para criar um país também deveriam ser capazes de o desenvolver. Existe mesmo algum petróleo a ajudar na tarefa. O que é evidente é que o mundo, por muito desiludido que esteja com a sua mais jovem nação, não pode deixar de vir em seu socorro. O país foi criado, agora há que fazê-lo.
21 DE FEVEREIRO DE 2017
00:00
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