Infografia e pictogramas

As imagens estão no centro da comunicação. Naturalmente a palavra, escrita ou dita, permanece essencial mas se não acompanhada por uma imagem, estática ou em movimento, perde muita da sua força e arrisca-se a clamar no deserto.
 
A comunicação empresarial está pejada de gráficos, de fotografias, de mapas, de maquetas, de filmes e de vídeos. Na internet, nos jornais, na televisão, a imagem reina sem concorrência. A rádio resiste e aí a palavra alia-se à música.

Um novo tipo de técnica, a infografia, tem vindo a emergir como um potente meio de comunicação e a invadir todos os domínios. Mesmo as diferentes denominações religiosas recorrem à infografia para explicar os fundamentos da sua fé.

A infografia é a arte de representar ideias, dados ou conhecimentos através de imagens. Um bom exemplo da aplicação da infografia são os pictogramas. O segredo para um bom pictograma repousa na assunção de que a pessoa que o vê deve compreender a mensagem sem que conheça o tema.

Os sinais de trânsito, embora ainda exijam algum conhecimento prévio, nomeadamente o significado das cores usadas, são compreensíveis mesmo para quem não estudou o Código da Estrada.

Mesmo o jornalismo sério de cariz político ou económico recorre hoje cada vez mais à infografia para ilustrar a sua informação.

Os criativos regressam de novo aos clássicos, como o austríaco Otto Neurath, para perceber as regras da criação de pictogramas eficientes. Regras sobre o contraste, a repetição, o alinhamento e a proximidade, ajudam os criativos a perceber como funciona a mente humana. O essencial é a criatividade e a simplicidade.

Mas é nas redes sociais que a infografia encontra o seu espaço predileto, ajudando a transmitir mensagens, ideias e sentimentos de forma concisa e precisa. Nunca foi tão verdade a afirmação de que uma imagem vale mil palavras.

Comunicar nas redes sociais sem recurso à infografia é missão praticamente impossível. Hoje, os pictogramas invadiram a linguagem do ciberespaço e conquistaram o seu lugar ao sol. Eles constituem uma linguagem universal de grande alcance, muito para lá das grandes línguas como o inglês ou o português.

Procurar comunicar sem a eles recorrer, como o tentam muitas empresas portuguesas, assemelha-se hoje a tentar falar sem seguir as regras gramaticais ou ortográficas, é um tipo de analfabetismo que se paga com a dificuldade de nos fazermos entender pelo nosso mercado-alvo.

Economista

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

Jorge Fonseca de Almeida 
21 de fevereiro de 2017 às 22:32
Negócios