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Os anos passam, a aposentação cada vez mais longe...
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Os anos passam, a aposentação cada vez mais longe...
Não é saudável termos um país onde os mais velhos querem descansar, mas não os deixam
Que a população portuguesa está envelhecida, não é novidade para ninguém. O problema é que quem está a ser mais penalizado por isso são os jovens: são eles que se veem obrigados a emigrar, são eles que têm a mais alta taxa de desemprego, são eles que são mais mal pagos, são eles que veem constantemente adiados os seus projetos de vida, apesar de serem eles a geração com as mais elevadas qualificações de sempre.
É, pois, urgente centrar a atenção nesta geração e fornecer-lhes condições para que possam dar o seu contributo ao país, que bem necessita deles. Na verdade, não é saudável termos um país onde os mais velhos querem descansar, mas não os deixam e os mais novos querem trabalhar e não podem, parafraseando José Eduardo Franco.
Que fazer para alterar a situação? Muitas medidas poderão ser pensadas, porém há uma que tem, obrigatoriamente, de ser alterada: a idade da aposentação. Bem sei que as repercussões orçamentais serão enormes, mas teremos de analisar se não será pior deixarmos tudo como está.
Felizmente, já há alguns sinais de que as coisas poderão mudar, é o caso das aposentações aos 60 anos para os militares, agentes da PSP, GNR e SEF, desde o dia 1 de janeiro do presente ano. Eu concordo com esta medida. No entanto, considero que há outros grupos profissionais que têm desgaste igual ou superior a estes. É o caso dos docentes!
Bem sei que muitas pessoas não concordarão e considerarão que eles já usufruem de condições profissionais favoráveis. Pois posso afiançar, com profundo conhecimento de causa, que estão enganados. Analisem os vários estudos sobre desgaste profissional, sobre baixas psiquiátricas, sobre consultas de psicólogos e logo constatarão que todos mostram que as maiores taxas estão entre os docentes.
Certamente haverá exceções, mas não passam disso mesmo. Gostaríamos que todos os docentes batessem o record do cineasta Manuel de Oliveira, mas, décadas antes de o conseguirem, rebentarão de uma forma ou de outra, com graves consequências para todas as crianças e jovens.
Sim, são eles as grandes vítimas do atual regime de aposentação dos docentes!
FRANCISCO OLIVEIRA / 23 FEV 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
Que a população portuguesa está envelhecida, não é novidade para ninguém. O problema é que quem está a ser mais penalizado por isso são os jovens: são eles que se veem obrigados a emigrar, são eles que têm a mais alta taxa de desemprego, são eles que são mais mal pagos, são eles que veem constantemente adiados os seus projetos de vida, apesar de serem eles a geração com as mais elevadas qualificações de sempre.
É, pois, urgente centrar a atenção nesta geração e fornecer-lhes condições para que possam dar o seu contributo ao país, que bem necessita deles. Na verdade, não é saudável termos um país onde os mais velhos querem descansar, mas não os deixam e os mais novos querem trabalhar e não podem, parafraseando José Eduardo Franco.
Que fazer para alterar a situação? Muitas medidas poderão ser pensadas, porém há uma que tem, obrigatoriamente, de ser alterada: a idade da aposentação. Bem sei que as repercussões orçamentais serão enormes, mas teremos de analisar se não será pior deixarmos tudo como está.
Felizmente, já há alguns sinais de que as coisas poderão mudar, é o caso das aposentações aos 60 anos para os militares, agentes da PSP, GNR e SEF, desde o dia 1 de janeiro do presente ano. Eu concordo com esta medida. No entanto, considero que há outros grupos profissionais que têm desgaste igual ou superior a estes. É o caso dos docentes!
Bem sei que muitas pessoas não concordarão e considerarão que eles já usufruem de condições profissionais favoráveis. Pois posso afiançar, com profundo conhecimento de causa, que estão enganados. Analisem os vários estudos sobre desgaste profissional, sobre baixas psiquiátricas, sobre consultas de psicólogos e logo constatarão que todos mostram que as maiores taxas estão entre os docentes.
Certamente haverá exceções, mas não passam disso mesmo. Gostaríamos que todos os docentes batessem o record do cineasta Manuel de Oliveira, mas, décadas antes de o conseguirem, rebentarão de uma forma ou de outra, com graves consequências para todas as crianças e jovens.
Sim, são eles as grandes vítimas do atual regime de aposentação dos docentes!
FRANCISCO OLIVEIRA / 23 FEV 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
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