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É relativo
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É relativo
A cultura clássica é sempre uma referência para entender a nossa mundividência. Protágoras, um sofista grego, deixou-nos a noção do relativismo com a máxima «o homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são».
Se juntarmos a esta antiga e presente noção do que é relativo, a efemeridade imediata da informação com que somos constantemente bombardeados, com uma panóplia de opiniões que sustentam uma ordem e o seu contrário, facilmente nos apercebemos que o chão quase nos foge por debaixo dos pés, à falta de uma âncora ou de um porto seguro, para termos tempo de processar tanto dado, com alguns conceitos e axiomas que tenhamos por referência. Veja-se o fenómeno da “pós-verdade”; dos “factos alternativos”; das “fake news” e de tanto mito e postulado estilhaçado, de como se “cientifica” a mentira.
O acesso à informação e aos conteúdos está aparentemente democratizado. Coisa distinta é identificar uma filtragem que garanta uma informação isenta, com verdade e que corresponda a um padrão de segurança, de validade. Esses predicados acarretam custos naturalmente a que nem sempre todos estão disponíveis para pagar, ou para produzir, dada tanta fonte que existe, que regurgita verdades, meias-verdades e mentiras diluídas, que manipulam os seus públicos, nem sempre exigentes, quase sempre acríticos ou então, que criticam apenas em manada, como um saloio sentido de pertença que cedo se esfuma.
A comunidade científica por exemplo, afirma que as alterações climáticas estão a se fazer sentir de modo muito intenso e mais rápido, do que as previsões apresentadas na COP 21 de Paris em 2015. Por outro lado, a falcoaria republicana dos EUA, afirma que os cenários apocalípticos da Cimeira do Clima é uma invenção chinesa. Que dizer também do nosso herói vivo do “rebranding” do aeroporto da Madeira com o nome de Cristiano Ronaldo? Há quem defenda e critique essa opção, com teimosia ou coragem de Albuquerque, como disse o homenageado. Há que respeitar opiniões contrárias, mas não embarco em bairrismos e unicidades plásticas. Costa veio à ilha adjacente dar uma mãozinha a Cafôfo, e dar uma monumental patada ao “seu” PS-Madeira. Se há escravos que se vergam e chafurdam neste comportamento escroque, ao menos que os autonomistas, sejam eles de cor forem, que não embarquem nesta traição. Se há sobressalto que talvez valha a pena ter, é que nos possamos indignar connosco próprios, por nos permitirmos esta longa via-sacra e mantermos anestesiados no sofá, com aquilo que nos permitem ler e ver com palas consentidas e com indignação passageira, arrebanhada. Se há coisa que mudou na sofística clássica, foi apenas a velocidade.
DONATO MACEDO , LIC. EM COMUNICAÇÃO / 01 ABR 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
Se juntarmos a esta antiga e presente noção do que é relativo, a efemeridade imediata da informação com que somos constantemente bombardeados, com uma panóplia de opiniões que sustentam uma ordem e o seu contrário, facilmente nos apercebemos que o chão quase nos foge por debaixo dos pés, à falta de uma âncora ou de um porto seguro, para termos tempo de processar tanto dado, com alguns conceitos e axiomas que tenhamos por referência. Veja-se o fenómeno da “pós-verdade”; dos “factos alternativos”; das “fake news” e de tanto mito e postulado estilhaçado, de como se “cientifica” a mentira.
O acesso à informação e aos conteúdos está aparentemente democratizado. Coisa distinta é identificar uma filtragem que garanta uma informação isenta, com verdade e que corresponda a um padrão de segurança, de validade. Esses predicados acarretam custos naturalmente a que nem sempre todos estão disponíveis para pagar, ou para produzir, dada tanta fonte que existe, que regurgita verdades, meias-verdades e mentiras diluídas, que manipulam os seus públicos, nem sempre exigentes, quase sempre acríticos ou então, que criticam apenas em manada, como um saloio sentido de pertença que cedo se esfuma.
A comunidade científica por exemplo, afirma que as alterações climáticas estão a se fazer sentir de modo muito intenso e mais rápido, do que as previsões apresentadas na COP 21 de Paris em 2015. Por outro lado, a falcoaria republicana dos EUA, afirma que os cenários apocalípticos da Cimeira do Clima é uma invenção chinesa. Que dizer também do nosso herói vivo do “rebranding” do aeroporto da Madeira com o nome de Cristiano Ronaldo? Há quem defenda e critique essa opção, com teimosia ou coragem de Albuquerque, como disse o homenageado. Há que respeitar opiniões contrárias, mas não embarco em bairrismos e unicidades plásticas. Costa veio à ilha adjacente dar uma mãozinha a Cafôfo, e dar uma monumental patada ao “seu” PS-Madeira. Se há escravos que se vergam e chafurdam neste comportamento escroque, ao menos que os autonomistas, sejam eles de cor forem, que não embarquem nesta traição. Se há sobressalto que talvez valha a pena ter, é que nos possamos indignar connosco próprios, por nos permitirmos esta longa via-sacra e mantermos anestesiados no sofá, com aquilo que nos permitem ler e ver com palas consentidas e com indignação passageira, arrebanhada. Se há coisa que mudou na sofística clássica, foi apenas a velocidade.
DONATO MACEDO , LIC. EM COMUNICAÇÃO / 01 ABR 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
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