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Quem investe em Portugal?
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Quem investe em Portugal?
Existe um grande consenso nacional sobre a necessidade de incrementar o investimento em Portugal, única forma de criar riqueza, que possa, posteriormente, ser distribuída.
Sendo este objectivo a primeira prioridade do país (o Senhor Presidente da República não se cansa de o repetir), vale a pena efectuar uma análise mais fina do processo de investimento, identificando os vários agentes e as suas motivações, tentando perceber a razão pela qual não arranca.
Vamos considerar, nesta análise, as seguintes categorias de potenciais investidores:
a) Entidades Nacionais Públicas - O investimento público a realizar pela Administração Central, Local e Empresas Públicas está condicionado pelos limites do défice público definido pelos tratados europeus e pelos nossos equilíbrios macroeconómicos. No ano transacto em que foi obtido um défice recorde de 2,1%, teve, inclusivamente, uma evolução negativa;
b) Entidades Nacionais Privadas - Só têm investido, com um volume muito reduzido de capitais próprios e um recurso exagerado à banca, para financiamento. Produziram uma elevada alavancagem das empresas portuguesas e um grande volume de imparidades na banca. Não se vislumbra nenhum movimento de alteração deste paradigma, que tem por base o desincentivo fiscal e uma baixa confiança na estabilidade política e económica do país;
c) Entidades Estrangeiras, Empresas, já com presença em Portugal - Continuam a investir em inovação tecnológica nos seus processos produtivos e optimização das suas operações no território português, com pequenas acções de aumento de capacidade para responderem a aumentos de procura nos seus mercados de destino. Não manifestam intenções de realizarem grandes investimentos de raiz, como fizeram no passado;
d) Entidades Estrangeiras, Empresas, sem presença em Portugal -Adoptam uma aproximação semelhante ao referido em b) para as entidades nacionais privadas. Passam meses a avaliarem oportunidades de investimento que raramente se concretizam;
e) Fundos de Investimento Estrangeiros - Os fundos que se interessam pelos investimentos em Portugal são, normalmente, fundos especulativos, com uma aproximação de curto prazo, prontos para sair ao mínimo sobressalto, e exigindo taxas de remuneração de dois dígitos.
Admitindo que esta análise está próxima da realidade, podendo ser confirmada pelos gestores bancários que trabalham com as empresas, podemos enumerar as acções necessárias para alterar a situação actual:
1. - Recuperando o investimento público em áreas-chave para a competitividade das empresas, com utilização dos fundos comunitários;
2. - Desenvolvendo iniciativas fiscais e de incentivos comunitários para os investidores nacionais;
3. - Efectuando "roadshows" internacionais para melhorar o "rating" e a percepção de risco do nosso país;
4. - Incentivando as empresas estrangeiras já presentes em Portugal a aumentarem os seus investimentos.
Se nada for feito e, pelo contrário, se continuar a falar todos os dias na renegociação da dívida e na saída do euro, o investimento não crescerá e este desejo, de consenso nacional, não passará disso mesmo, um desejo que não se concretizará.
Gestor de Empresas
Luís Todo Bom
02 de abril de 2017 às 18:07
Negócios
Sendo este objectivo a primeira prioridade do país (o Senhor Presidente da República não se cansa de o repetir), vale a pena efectuar uma análise mais fina do processo de investimento, identificando os vários agentes e as suas motivações, tentando perceber a razão pela qual não arranca.
Vamos considerar, nesta análise, as seguintes categorias de potenciais investidores:
a) Entidades Nacionais Públicas - O investimento público a realizar pela Administração Central, Local e Empresas Públicas está condicionado pelos limites do défice público definido pelos tratados europeus e pelos nossos equilíbrios macroeconómicos. No ano transacto em que foi obtido um défice recorde de 2,1%, teve, inclusivamente, uma evolução negativa;
b) Entidades Nacionais Privadas - Só têm investido, com um volume muito reduzido de capitais próprios e um recurso exagerado à banca, para financiamento. Produziram uma elevada alavancagem das empresas portuguesas e um grande volume de imparidades na banca. Não se vislumbra nenhum movimento de alteração deste paradigma, que tem por base o desincentivo fiscal e uma baixa confiança na estabilidade política e económica do país;
c) Entidades Estrangeiras, Empresas, já com presença em Portugal - Continuam a investir em inovação tecnológica nos seus processos produtivos e optimização das suas operações no território português, com pequenas acções de aumento de capacidade para responderem a aumentos de procura nos seus mercados de destino. Não manifestam intenções de realizarem grandes investimentos de raiz, como fizeram no passado;
d) Entidades Estrangeiras, Empresas, sem presença em Portugal -Adoptam uma aproximação semelhante ao referido em b) para as entidades nacionais privadas. Passam meses a avaliarem oportunidades de investimento que raramente se concretizam;
e) Fundos de Investimento Estrangeiros - Os fundos que se interessam pelos investimentos em Portugal são, normalmente, fundos especulativos, com uma aproximação de curto prazo, prontos para sair ao mínimo sobressalto, e exigindo taxas de remuneração de dois dígitos.
Admitindo que esta análise está próxima da realidade, podendo ser confirmada pelos gestores bancários que trabalham com as empresas, podemos enumerar as acções necessárias para alterar a situação actual:
1. - Recuperando o investimento público em áreas-chave para a competitividade das empresas, com utilização dos fundos comunitários;
2. - Desenvolvendo iniciativas fiscais e de incentivos comunitários para os investidores nacionais;
3. - Efectuando "roadshows" internacionais para melhorar o "rating" e a percepção de risco do nosso país;
4. - Incentivando as empresas estrangeiras já presentes em Portugal a aumentarem os seus investimentos.
Se nada for feito e, pelo contrário, se continuar a falar todos os dias na renegociação da dívida e na saída do euro, o investimento não crescerá e este desejo, de consenso nacional, não passará disso mesmo, um desejo que não se concretizará.
Gestor de Empresas
Luís Todo Bom
02 de abril de 2017 às 18:07
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