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Debate sobre o Estado...de sitio
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Debate sobre o Estado...de sitio
Na verdade, o debate do Estado da Nação deveria ser apelidado de debate do Estado de sítio. Vejamos: em 2011, numa situação de “bancarrota” como o Governo tanto se encarregou de caracterizar, a dívida pública era de 94% – hoje é de 133%.
A ficção de um país a ser alavancado pelas exportações começa a cair por terra quando se constata que esse milagre económico se desfez perante a paragem temporária da refinaria de Sines. E o Alqueva, antes chamado de "elefante branco" por Portas, agora é a "Autoeuropa da agricultura". O alívio nas taxas de juro na dívida soberana resulta mais da ação do BCE e de uma nova bolha especulativa (alguma vez aprenderemos a lição?) do que a reais melhorias na economia portuguesa.
A descida de taxa de desemprego não coincide com o aumento do emprego, mas com a diminuição da população activa e com a emigração em barda. 45 mil pessoas ficaram sem RSI, mas estaremos de acordo em concluir que não é por terem saído da miséria. Dados oficiais apontam para 412 mil desempregados sem qualquer subsídio. E, no entanto, não regressaram ao mercado após este subsídio à preguiça se ter esgotado, o que contraria as teses de que a protecção no desemprego inibe a procura de emprego. As alterações à lei laboral transformaram o mercado de trabalho num faroeste em que o próprio Governo desejava diminuir as indemnizações por despedimento ilegal. Uma vez que nem as confederações patronais o pediram, só se pode tratar de uma questão ideológica. E o desemprego jovem? Quiseram criar divisões entre pais e filhos, como se o emprego de uns dependesse da precariedade de outros, mas aquilo que conseguiram foi encurtar o tempo dos estágios profissionais - de modo a que quem os conclua não possa ter acesso a subsídio de desemprego.
Somos o terceiro país da UE com distribuição mais desigual de rendimentos, só atrás da Espanha e da Roménia. Na Justiça temos tribunais paralisados, julgamentos por agendar, quando esta ministra jurava "uma reforma estrutural por semana". Para um Governo cuja matriz ideológica apenas pode ser compaginável, na melhor das hipóteses, com um liberalismo de pacotilha, o melhor exemplo do Estado da nação é este: electricidade taxada como bem de luxo, a 23% de IVA. Pão com chouriço? 6%, o atribuído aos bens essenciais. Estamos conversados sobre o Estado de sítio. Isto já para não falar na decadência em que se encontra o maior partido da oposição, sem ideias nem soluções credíveis. Rápidas melhoras ao país, antes que seja caso para extrema unção."
Ana Martins
00.04 h
03-07-2014
Económico
A ficção de um país a ser alavancado pelas exportações começa a cair por terra quando se constata que esse milagre económico se desfez perante a paragem temporária da refinaria de Sines. E o Alqueva, antes chamado de "elefante branco" por Portas, agora é a "Autoeuropa da agricultura". O alívio nas taxas de juro na dívida soberana resulta mais da ação do BCE e de uma nova bolha especulativa (alguma vez aprenderemos a lição?) do que a reais melhorias na economia portuguesa.
A descida de taxa de desemprego não coincide com o aumento do emprego, mas com a diminuição da população activa e com a emigração em barda. 45 mil pessoas ficaram sem RSI, mas estaremos de acordo em concluir que não é por terem saído da miséria. Dados oficiais apontam para 412 mil desempregados sem qualquer subsídio. E, no entanto, não regressaram ao mercado após este subsídio à preguiça se ter esgotado, o que contraria as teses de que a protecção no desemprego inibe a procura de emprego. As alterações à lei laboral transformaram o mercado de trabalho num faroeste em que o próprio Governo desejava diminuir as indemnizações por despedimento ilegal. Uma vez que nem as confederações patronais o pediram, só se pode tratar de uma questão ideológica. E o desemprego jovem? Quiseram criar divisões entre pais e filhos, como se o emprego de uns dependesse da precariedade de outros, mas aquilo que conseguiram foi encurtar o tempo dos estágios profissionais - de modo a que quem os conclua não possa ter acesso a subsídio de desemprego.
Somos o terceiro país da UE com distribuição mais desigual de rendimentos, só atrás da Espanha e da Roménia. Na Justiça temos tribunais paralisados, julgamentos por agendar, quando esta ministra jurava "uma reforma estrutural por semana". Para um Governo cuja matriz ideológica apenas pode ser compaginável, na melhor das hipóteses, com um liberalismo de pacotilha, o melhor exemplo do Estado da nação é este: electricidade taxada como bem de luxo, a 23% de IVA. Pão com chouriço? 6%, o atribuído aos bens essenciais. Estamos conversados sobre o Estado de sítio. Isto já para não falar na decadência em que se encontra o maior partido da oposição, sem ideias nem soluções credíveis. Rápidas melhoras ao país, antes que seja caso para extrema unção."
Ana Martins
00.04 h
03-07-2014
Económico
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