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Mensagem por Admin Sáb Jul 05, 2014 5:09 pm

Ontem assistiu-se a um acontecimento de profundo significado político, ao vivo, perante os olhos da nação. Uma após outra, quatro confederações patronais e duas confederações sindicais - as entidades que estruturam e organizam empregadores e empregados das empresas não financeiras deste país - desfilaram perante a Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República para declarar a sua rejeição das novas disposições legais, que o Governo decidiu pôr em prática no âmbito da Segurança Social.

É um momento verdadeiramente extraordinário aquele que as instituições da nossa República e as forças políticas e sociais do País estão a viver. No preciso tempo, no qual o Presidente da República se desdobra em apelos ao consenso em volta de uma plataforma política estável de médio a longo prazo, na Segurança Social - setor, como nenhum outro, que assenta num contrato de confiança entre gerações e entre estas e o Estado - o Executivo de Passos Coelho faz tábua rasa da concertação social, ignora as críticas de patrões e trabalhadores e faz aprovar pela maioria (após debate parlamentar, no qual cada partido teve direito a falar quatro minutos!) o reforço de verbas arrecadadas da TSU e do IVA, torna permanentes cortes a 16% dos reformados, já depois de ter aumentado a idade legal da reforma, seguindo os mesmos métodos.

Pouco importa que estas medidas prejudiquem a economia - o que importa é arrecadar mais receita para a Segurança Social, já que a economia deprimida não o consegue. E, desta vez, Passos Coelho até promove o que sempre criticou nos demais: a verificação preventiva de constitucionalidade dos diplomas por parte do Presidente da República. Numa altura em que as pontes para um acordo político com o PS, em que Cavaco Silva voltou a insistir no Conselho de Estado, continua a parecer impossível, este Governo pode estar a minar os fundamentos da concertação social.


Novo Médio Oriente

Onze anos após a invasão do Iraque pelos EUA de George W. Bush e pela Grã-Bretanha de Tony Blair e três anos depois das primaveras árabes que ficaram por cumprir, o Médio Oriente vive uma das suas mais graves crises. A guerrilha jihadista, denominada Estado Islâmico, domina territórios no Iraque e na Síria; em Bagdad, o primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki insiste em não deixar o poder, agudizando a crise e a determinação dos curdos que, em Erbil, preparam a sua independência, o que irá alterar em definitivo as fronteiras da região. A Arábia Saudita reforça as suas fronteiras; Israel e Palestina parecem condenados a mais uma vaga de violência.

Neste início de século que se desejava pacífico, é toda a alteração da geopolítica para pior de uma região que está mesmo às portas da Europa e que a influencia.

05-07-2014
DN
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