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O Bom, o Mau e o Vilão
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O Bom, o Mau e o Vilão
No tempo dos westerns, era fácil perceber quem era o bom e quem era o mau da fita. Ao contrário dos dias de hoje, em que não só não há heróiscomo as aparências iludem
O título de um dos filmes de época mais conhecidos de todos os tempos acabou por ser adoptado enquanto expressão idiomática, tipicamente utilizada para descrever situações em que existem aspectos positivos, aspectos negativos, e partes que podiam (ou deviam) ter corrido melhor. Sem dúvida que todos nós temos a nossa opinião sobre o que correu mal no nosso país. Mas seremos capazes de identificar o que podia ter corrido melhor? E, mais importante ainda, estaremos dispostos a contribuir, na medida das nossas possibilidades, para um final em que todos vivam felizes para sempre?
Independentemente das decisões e acções que conduziram ao desfecho que conhecemos no caso Espírito Santo, parece-me inegável que a questão fundamental se prende com a deficiente (há quem afirme, danosa) gestão das empresas em questão. O que de certa forma não assume contornos muito diferentes da gestão que se fez do país, enquanto tal, e que nos levou a recorrer a ajuda externa. Aqui, a diferença parece ser a de que no primeiro caso, há nomes que serão levados a responder perante a justiça. Ou, pelo menos, assim parece (muito embora todos nos questionemos sobre o sucesso da iniciativa, ou... a respeito do seu efectivo resultado para os que acabaram por ser mais lesados). No segundo caso, porém, a culpa muito provavelmente morrerá... solteira!
Ora o primeiro passo para um novo amanhã terá de contemplar uma mudança da nossa atitude perante as individualidades que dirigem as (nossas) instituições públicas, e que definem e executam as linhas estratégicas para o desenvolvimento do (nosso) país. Há poucos dias atrás, ainda pouco se falava de quem era Carlos Moedas, mas já se sabia quanto ia ganhar enquanto Comissário Europeu. Eu diria que isso pouco (ou nada!) importa. O que nos deveria despertar a sensibilidade (e ser por todos nós, cidadãos, escrutinado), é o valor que será acrescentado ao nosso país, e à comunidade europeia, através da sua actuação.
Todos beneficiaríamos se, de uma forma geral, começássemos a desviar as nossas atenções de quanto custa algo, para passar a analisar o seu retorno. Ou, como se diz na gíria financeira, o seu ROI, return on investment. No que toca a pessoas, ou o passamos a fazer, ou continuaremos a queixar-nos de um outro fenómeno, vulgarmente designado por fuga de cérebros. Que em linguagem simplista, significa que alguém alargou para além das fronteiras do seu país algo que não encontrou dentro. E esse algo pode ser, tantas vezes, tão somente, o reconhecimento do seu valor.
No nosso país abundam os casos de desperdício e dinheiro mal gasto em soluções de remedeio. Simplesmente porque não se quis pagar à partida o valor adequado pelo serviço necessário, prestado pela pessoa mais qualificada e competente para o fazer. Pessoa essa que depois terá de responder pelas decisões que toma, justificando o seu envolvimento, através dos resultados das acções que praticou.
Parece que preferimos pagar pelos erros de amadores (desenrascadores) do que pelos serviços de profissionais competentes.
Nesta perspectiva, a saúde não é diferente da área financeira, nem, tão-pouco, os profissionais de saúde devem ser tratados de forma diferente em relação àqueles que ocupam cargos políticos. Dêem-nos responsabilidades e digam-nos em que medida o país precisa de nós. Criem-se e alimentem-se mecanismos para monitorizar então o que corre bem e o que corre mal. Mas, principalmente, que se identifiquem eficazmente os vilões... ou aquilo que podia ter corrido melhor. E que se corrija. Já. Enquanto há tempo.
Farmacêutica, escreve à quinta-feira
Por Ema Paulino
publicado em 7 Ago 2014 - 05:00
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