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Portugal em 2038
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Portugal em 2038
Portugal e o Mundo estão a mudar. Fomos à procura da chamada geração de transição. Convidámos 20 nomes, com menos de 40 anos, altamente qualificados, alguns já foram filiados em partidos políticos e deixaram de o ser, não têm pertença a grupos de relevo na sociedade portuguesa e nas mãos trazem ideias para transformar o País nos próximos 25 anos.
No ano em que a nossa selecção se sagrou, finalmente, campeã do mundo, lembrei-me das vitórias e derrotas que nos trouxeram aqui. No futebol, como na política, foram as mudanças nas mais altas esferas que nos trouxeram estes dias de prosperidade.
2002 foi o ano da chegada do euro e do primeiro mundial do século, numa época em que os nossos políticos, que ainda pertenciam à dinastia de Abril, prometiam um grande futuro onde tudo era risonho e tudo era possível. Mesmo o impossível era permitido, dadas as facilidades no acesso ao crédito que a banca dava a tudo e a todos; eu estava na faculdade e, de um dia para o outro, um café que antes custava 50 escudos, já custava o dobro - 50 cêntimos -.
Tínhamos o Figo, o melhor do mundo, e para o mundial disputado na Coreia do Sul e no Japão os sonhos eram grandes, mas acabaram em pesadelo.
Quatro anos volvidos, depois do megalómano Euro2004, no último mundial de Figo e no primeiro de Ronaldo, fizemos um brilharete e só não fomos felizes porque um francês não deixou. Ainda ninguém sabia, mas a crise vinha aí.
Nós tínhamos o Ronaldo, melhor do mundo em 2008 e 2014 e uma legião de jogadores de qualidade que saíam de Portugal à procura de melhores condições de vida e de outro reconhecimento; curiosamente, o mesmo se passava em vários outros sectores e com outras pessoas. Em muitas áreas já estávamos entre os melhores do mundo, mas o nosso país não lhes oferecia as condições necessárias, obrigando-os a fugir para atingir os sonhos. Nesses anos, só de dois em dois, antes e durante as grandes competições futebolísticas, esquecíamos a ‘troika', a corrupção - na política, na banca e no futebol - os cortes, os impostos e a emigração dos mais qualificados; eu só não me conseguia esquecer de que tínhamos a taxa de IVA mais alta da Europa nas comidas e bebidas.
No início de 2014, as coisas até pareciam estar a melhorar com o regresso aos mercados mas, ao nível externo, como ainda acontece, mantinham-se ou começavam conflitos que podiam precipitar, a qualquer momento, uma terceira guerra mundial; internamente, continuavam os escândalos na banca e as constantes crises nos partidos do então chamado arco da governação, que alternavam na cadeira do poder a olhar apenas para o próprio umbigo em vez de se juntarem - tal como anos antes fizeram Figo e Ronaldo - por um interesse maior.
Era preciso valorizar os nossos recursos e aproveitámos o facto de vivermos neste cantinho de sonho, apostando no Turismo e nas energias renováveis de uma forma muito séria:
Em 2017, o IVA da restauração foi finalmente reposto na taxa antiga (13%) e baixou para os 7% nas dormidas, e os empresários da restauração e hotelaria comprometeram-se a baixar os preços em 5% para fomentar o consumo e devolver algum poder de compra às famílias - curiosamente, as receitas do Estado não sofreram tanto como se julgava -.
Aos poucos, o consumo e o turismo aumentaram; a constante inovação e modernização dos espaços e melhoria da qualidade do serviço e da oferta levou a que no início dos anos 20, Portugal já dominasse os ‘tops' das melhores praias, restaurantes, bares e hotéis do mundo, com taxas de ocupação acima dos 90%. Para ajudar a combater o desemprego, as empresas que apresentavam lucros deram um terceiro dia de descanso semanal aos funcionários, retirando-lhes dois dias de férias, abrindo espaço à entrada de outros, recebendo em troca benefícios fiscais proporcionais ao aumento das suas contribuições para a Segurança Social. O aumento de tempo livre melhorou as relações pessoais e sociais dos trabalhadores, aumentando a sua satisfação e produtividade e, consequentemente, os lucros das empresas.
Com menos desemprego, mais poder de compra e tempo para a família, os concelhos do interior do país sentiram ser a oportunidade para aumentar os incentivos à natalidade, com mais regalias e ajudas às famílias que cresciam, promovendo assim o regresso de muitos às terras de origem dos seus pais ou avós. Hoje, tanto a desertificação, como o envelhecimento da população são expressões em desuso.
Nas nossas águas, iniciaram-se variadas experiências inovadores na captação de energia do mar com baixos custos, que colocaram o País na vanguarda no sector das energias renováveis e que nos tornaram um exemplo a seguir. Paralelamente, tornámo-nos no país da Europa menos dependente do petróleo.
Foi já em 2030 que a reforma do futebol português trouxe os seus primeiros resultados, com o regresso às fase finais 16 anos depois do enxovalho com os alemães, no Brasil, mas sabíamos que ainda não era a nossa hora - tal como perceberamos com a crise, o crescimento tem de ser sustentado, ou a queda será maior; a ausência dos milhões no futebol português afastara os corruptos e gananciosos párias que inundaram a modalidade no final do século passado, devolvendo a verdade desportiva ao jogo, pelo que a eliminação nos oitavos de final foi um resultado esperado e considerado positivo.
O futebol parecia dar o mote para a necessidade de serem afastados aqueles que se servem dos poleiros para deixar os poleiros a quem os usa para servir. E assim foi: há quatro anos, no ano em que quase vencemos o mundial, foi um partido formado nos finais dos anos 20 por muitos dos que abdicaram de parte dos lucros para ajudar a recuperar a economia, com medidas postas em prática nas suas empresas, por conta e risco, que venceu as legislativas com a menor abstenção do século.
É diferente ser liderado por verdadeiros líderes, que souberam, nem que só por uma vez, o que é não dormir por não saber se conseguirão pagar salários ou os impostos a tempo e horas.
A chegada de "sangue novo", que ajudou a afastar o clima de suspeita que havia para com a classe política - tal como acontecera no futebol - e a existência de uma disciplina de cidadania, à inglesa, ajudou a que os mais novos se (re)aproximassem da política, garantindo a constante renovação dos actores políticos.
Somos campeões do mundo e as pessoas andam de sorriso na cara, mas não é só por causa do futebol. A prosperidade do país é visível em quase todas as áreas e somos hoje um dos destinos mais visitados do mundo, com melhor qualidade de vida e dos que mais investimento estrangeiro consegue captar.
Francisco Alves de Sá
19/08/2014 00.05 h
Económico
No ano em que a nossa selecção se sagrou, finalmente, campeã do mundo, lembrei-me das vitórias e derrotas que nos trouxeram aqui. No futebol, como na política, foram as mudanças nas mais altas esferas que nos trouxeram estes dias de prosperidade.
2002 foi o ano da chegada do euro e do primeiro mundial do século, numa época em que os nossos políticos, que ainda pertenciam à dinastia de Abril, prometiam um grande futuro onde tudo era risonho e tudo era possível. Mesmo o impossível era permitido, dadas as facilidades no acesso ao crédito que a banca dava a tudo e a todos; eu estava na faculdade e, de um dia para o outro, um café que antes custava 50 escudos, já custava o dobro - 50 cêntimos -.
Tínhamos o Figo, o melhor do mundo, e para o mundial disputado na Coreia do Sul e no Japão os sonhos eram grandes, mas acabaram em pesadelo.
Quatro anos volvidos, depois do megalómano Euro2004, no último mundial de Figo e no primeiro de Ronaldo, fizemos um brilharete e só não fomos felizes porque um francês não deixou. Ainda ninguém sabia, mas a crise vinha aí.
Nós tínhamos o Ronaldo, melhor do mundo em 2008 e 2014 e uma legião de jogadores de qualidade que saíam de Portugal à procura de melhores condições de vida e de outro reconhecimento; curiosamente, o mesmo se passava em vários outros sectores e com outras pessoas. Em muitas áreas já estávamos entre os melhores do mundo, mas o nosso país não lhes oferecia as condições necessárias, obrigando-os a fugir para atingir os sonhos. Nesses anos, só de dois em dois, antes e durante as grandes competições futebolísticas, esquecíamos a ‘troika', a corrupção - na política, na banca e no futebol - os cortes, os impostos e a emigração dos mais qualificados; eu só não me conseguia esquecer de que tínhamos a taxa de IVA mais alta da Europa nas comidas e bebidas.
No início de 2014, as coisas até pareciam estar a melhorar com o regresso aos mercados mas, ao nível externo, como ainda acontece, mantinham-se ou começavam conflitos que podiam precipitar, a qualquer momento, uma terceira guerra mundial; internamente, continuavam os escândalos na banca e as constantes crises nos partidos do então chamado arco da governação, que alternavam na cadeira do poder a olhar apenas para o próprio umbigo em vez de se juntarem - tal como anos antes fizeram Figo e Ronaldo - por um interesse maior.
Era preciso valorizar os nossos recursos e aproveitámos o facto de vivermos neste cantinho de sonho, apostando no Turismo e nas energias renováveis de uma forma muito séria:
Em 2017, o IVA da restauração foi finalmente reposto na taxa antiga (13%) e baixou para os 7% nas dormidas, e os empresários da restauração e hotelaria comprometeram-se a baixar os preços em 5% para fomentar o consumo e devolver algum poder de compra às famílias - curiosamente, as receitas do Estado não sofreram tanto como se julgava -.
Aos poucos, o consumo e o turismo aumentaram; a constante inovação e modernização dos espaços e melhoria da qualidade do serviço e da oferta levou a que no início dos anos 20, Portugal já dominasse os ‘tops' das melhores praias, restaurantes, bares e hotéis do mundo, com taxas de ocupação acima dos 90%. Para ajudar a combater o desemprego, as empresas que apresentavam lucros deram um terceiro dia de descanso semanal aos funcionários, retirando-lhes dois dias de férias, abrindo espaço à entrada de outros, recebendo em troca benefícios fiscais proporcionais ao aumento das suas contribuições para a Segurança Social. O aumento de tempo livre melhorou as relações pessoais e sociais dos trabalhadores, aumentando a sua satisfação e produtividade e, consequentemente, os lucros das empresas.
Com menos desemprego, mais poder de compra e tempo para a família, os concelhos do interior do país sentiram ser a oportunidade para aumentar os incentivos à natalidade, com mais regalias e ajudas às famílias que cresciam, promovendo assim o regresso de muitos às terras de origem dos seus pais ou avós. Hoje, tanto a desertificação, como o envelhecimento da população são expressões em desuso.
Nas nossas águas, iniciaram-se variadas experiências inovadores na captação de energia do mar com baixos custos, que colocaram o País na vanguarda no sector das energias renováveis e que nos tornaram um exemplo a seguir. Paralelamente, tornámo-nos no país da Europa menos dependente do petróleo.
Foi já em 2030 que a reforma do futebol português trouxe os seus primeiros resultados, com o regresso às fase finais 16 anos depois do enxovalho com os alemães, no Brasil, mas sabíamos que ainda não era a nossa hora - tal como perceberamos com a crise, o crescimento tem de ser sustentado, ou a queda será maior; a ausência dos milhões no futebol português afastara os corruptos e gananciosos párias que inundaram a modalidade no final do século passado, devolvendo a verdade desportiva ao jogo, pelo que a eliminação nos oitavos de final foi um resultado esperado e considerado positivo.
O futebol parecia dar o mote para a necessidade de serem afastados aqueles que se servem dos poleiros para deixar os poleiros a quem os usa para servir. E assim foi: há quatro anos, no ano em que quase vencemos o mundial, foi um partido formado nos finais dos anos 20 por muitos dos que abdicaram de parte dos lucros para ajudar a recuperar a economia, com medidas postas em prática nas suas empresas, por conta e risco, que venceu as legislativas com a menor abstenção do século.
É diferente ser liderado por verdadeiros líderes, que souberam, nem que só por uma vez, o que é não dormir por não saber se conseguirão pagar salários ou os impostos a tempo e horas.
A chegada de "sangue novo", que ajudou a afastar o clima de suspeita que havia para com a classe política - tal como acontecera no futebol - e a existência de uma disciplina de cidadania, à inglesa, ajudou a que os mais novos se (re)aproximassem da política, garantindo a constante renovação dos actores políticos.
Somos campeões do mundo e as pessoas andam de sorriso na cara, mas não é só por causa do futebol. A prosperidade do país é visível em quase todas as áreas e somos hoje um dos destinos mais visitados do mundo, com melhor qualidade de vida e dos que mais investimento estrangeiro consegue captar.
Francisco Alves de Sá
19/08/2014 00.05 h
Económico
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