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Empresas familiares: Perspetivas e comentários
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Empresas familiares: Perspetivas e comentários
As empresas familiares contribuem em todo o mundo para o desenvolvimento económico e para a dinamização do tecido empresarial das regiões e países onde se localizam. Estas empresas caracterizam-se por serem propriedade e terem na sua gestão elementos de uma família, envolvendo, em geral, uma teia de relações entre pais, filhos, irmãos, primos, marido, mulher, etc. Por outro lado, nestes negócios existem relações afetivas com a empresa e outros objetivos que vão para além da obtenção de lucro.
Na verdade muitos estudos mostram que ainda que a maioria dos negócios criados em todo o mundo sejam familiares, os objetivos das empresas familiares diferem dos das outras empresas. As empresas familiares são geralmente geridas de forma diferente das outras empresas, desenvolvem os seus sistemas específicos de gestão e promovem interações entre a família e o negócio.
Os negócios familiares apresentam um conjunto de pontos fortes relativamente às outras empresas, nomeadamente: elevado envolvimento e dedicação ao negócio pela família, alinhamento dos interesses dos proprietários e da equipa de gestão, disponibilidade para transmitir o conhecimento e a experiência às gerações seguintes, continuidade da tradição empresarial e dos valores que lhe são inerentes, sentido de identidade e orgulho e um elevado nível de confiança, entre outros.
Porém as empresas familiares também revelam fraquezas, tais como: gestão deficiente e pouco profissional, indisponibilidade financeira para promover o crescimento do negócio, conflito entre os objetivos da empresa e os da família, desigualdades em termos de distribuição de incentivos pelos membros da família, falta de práticas e de procedimentos uniformizados e articulados entre os membros da família, falta de disciplina, dificuldades no planeamento da sucessão, desenvolvimento de canais informais para a comunicação e envolvimento emocional.
Face a estas fraquezas apraz-nos referir que 95% dos negócios não sobrevivem à terceira geração e 70% são vendidos antes alcançarem a segunda geração, como diria um antigo provérbio popular "Pai rico, filho nobre, neto pobre".
Podem-se então identificar algumas armadilhas que assombram as empresas familiares:
1. "Existe sempre um lugar para ti aqui". O posto de trabalho na empresa familiar não deve ser um pressuposto para qualquer um dos membros da família, nem estes devem obter de forma especial um lugar na empresa, há que prepará-los, dar-lhes formação para que sejam competentes na assunção desse lugar.
2. "O negócio cresce rapidamente e pode acomodar e suportar todos os elementos da família". Muitas vezes os negócios familiares crescem rapidamente, contudo nesse processo de crescimento há que acautelar condições que permitam crescer de forma sólida e incluir no negócio apenas os familiares qualificados e adequados a cada lugar.
3. "Os membros da família devem seguir o mesmo percurso em termos de especialização numa área do negócio". Em muitos casos há a tendência para que os filhos ou filhas se especializem na mesma área de atuação do negócio dos seus pais, por exemplo, marketing, finanças, etc. Mantêm-se assim como que em silos de especialização e as gerações seguintes acabam por não ter uma visão geral do negócio essencial à assunção da liderança no futuro.
De acordo com a Associação Portuguesa das Empresas Familiares, estas empresas enfrentam também um conjunto de desafios, tais como:
- Encontrar capital para crescer sem diluir o controle da família;
- Balancear as necessidades de liquidez da família e da empresa;
- Resolver problemas financeiros associados à mudança de geração;
- Vencer a resistência dos seniores a abdicar do controle;
- Selecionar e preparar o sucessor mais adequado;
- Gerir rivalidades entre familiares na atividade empresarial;
- Profissionalizar a gestão.
Um estudo realizado sobre este assunto1, revela que na União Europeia (em média) 27% das empresas são familiares. Ainda que haja uma distribuição diferenciada entre países. A Itália revela uma taxa de 52% de empresas familiares, seguida pela França com 49.6%, Portugal tem 45.83% e a Espanha apresenta uma taxa de 42.11%. Em contradição, os países com taxas mais baixas são o Reino Unido, o Luxemburgo e a Irlanda com valores na ordem dos 10%.
O mesmo estudo mostra que as empresas familiares são em média mais pequenas do que as não familiares, mas conseguiram criar mais empregos entre 2001 e 2010 do que as não familiares, esse aspeto é particularmente relevante no período de crise.
Em suma, não poderá ser descurado o papel das empresas familiares no mundo, e particularmente na economia portuguesa, dado o seu peso no tecido empresarial, a sua capacidade de gerar empregos mesmo em períodos mais difíceis e a sua criatividade que permite a criação de soluções que muitas vezes geram impactos positivos diretos e/ou indiretos na região e no país.
1 Mais informações em "Value creation in listed European family firms (2001‐2010)" e em www.empresasfamiliares.pt
Luísa Carvalho - 16-09-2014 09:44
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