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Um mar.....
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Um mar.....
A generalidade dos sistemas de segurança social dos países europeus assenta num modelo, em que as gerações mais novas pagam as pensões dos reformados. Claro que este modelo funciona bem quando a pirâmide etária é saudável – uma base alargada de jovens trabalhadores e um topo estreitinho de pensionistas. Para que muitos paguem a pensão de poucos. Mas a Europa transformou-se numa bomba-relógio demográfica. O aumento da esperança de vida média e a redução drástica da natalidade, provocaram a inversão dessa pirâmide e agora temos muitos reformados para poucos trabalhadores. Já não há forma da população activa pagar as pensões da massa crescente de pensionistas.
Em todo o lado, este buraco nas pensões tem sido, mais ou menos, financiado pelo orçamento de cada Estado. Mas porque a desproporção entre trabalhadores e reformados é cada vez maior, mas também porque os desequílibrios orçamentais saíram da moda, já não será possível manter este status quo. Até porque as projecções demográficas mostram que cada vez teremos mais idosos a viver mais tempo e menos casais a ter filhos. E enquanto a Europa se afoga neste paradoxo (quanto maior a qualidade de vida dos europeus, mais difícil se torna a manutenção desse privilégio), os países do sul vivem numa situação inversa. Uma explosão demográfica que gera massas de jovens desejosos de chegar à Europa, para tentar a sua sorte num “universo” que parece, pelo menos de fora, um paraíso. Nos últimos anos, o Mediterrâneo transformou-se num mar de barcaças destes emigrantes desgraçados, que às mãos dos mais despudorados piratas, embarcam incondicionalmente para atingir o seu Eldorado.
Não é preciso ser zandinga para perceber que, mais década menos década, a Europa estará a subsidiar programas de imigração para receber os jovens de que necessita para se recompor demograficamente, mas que funcionarão também como mão-de-obra barata e até estímulo económico. Isto pode parecer um pouco exótico, mas nem é particularmente inovador: no princípio do século XX, os EUA recebiam activamente imigrantes exactamente pelos mesmos motivos. Só é pena que, entretidos com as suas lutas palacianas, os dirigentes europeus não se preocupem já e decisivamente com a questão. Poupariam a morte de tantos inocentes nas águas mediterrâneas.
Escreve à sexta-feira
Por José Diogo Madeira
publicado em 19 Set 2014 - 05:00
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