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Um ano....
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Um ano....
O PS terá um ano para conseguir atenuaro cinismo e o cepticismo em relação aos partidos tradicionais...
A uma semana das eleições primárias do PS que escolherão o futuro candidato a primeiro-ministro, pode ser tempo de recordar o que os partidos socialistas dos países da austeridade têm vindo a penar. Desde logo, na Grécia e em Espanha. Reduzidos a uma expressão eleitoral inimaginável há poucos anos, vivem o dilema de terem de ser alternativa também a si próprios e à sua história recente. António José Seguro procurou nos últimos três anos contar uma história de reinvenção, sua e do seu partido, sem grande sucesso. E a sua tentativa, mais ou menos desesperada, de procurar ser, ao fim de três anos de liderança do PS e muitos mais anos como deputado e ministro, o grande reformador do parlamento, do sistema político e o grande arauto da luta pela transparência não deve convencer muitos.
Os eleitores gregos e espanhóis, em particular os mais jovens, sentem-se mais mobilizados por projectos políticos que não repetem as mesmas caras e as mesmas palavras. Em suma, libertos do peso da história e das responsabilidades. O eleitorado está mais disponível para arriscar e, como todos os que sentem que não têm nada a perder, a sua história pode acabar mal. Como em todos os momentos de crise, as oportunidades que surgem não são apenas as de criar novos futuros. São também as de rejeitar o passado, com o que ele tem de bom e que se torna mais enevoado perante o cansaço e o desespero de muitos.
É certo que o eleitorado português é mais conservador - ou tem-no sido até agora. E que as alternativas até agora surgidas são pouco consistentes e pouco apelativas, pensando numa governação em circunstâncias que continuarão a ser difíceis. Mas um projecto novo que consiga congregar em simultâneo personalidades credíveis e um programa mobilizador, livre de posições de gueto e disponível para coisas novas, será certamente um factor de mudança. O PS, provavelmente com António Costa à frente, terá um ano para conseguir atenuar o cinismo e o cepticismo em relação aos partidos tradicionais, apresentar rostos credíveis, apresentar ideias claras. Não são só os novos projectos políticos que terão de ganhar os votos que iriam para a abstenção ou para a oposição tradicional. É agora esta, e em primeiro lugar o PS, que terá de saber chamar a si a confiança de muitos destes descontentes. E esta novidade, urbana, das próximas eleições, torna as contas muito complicadas e favorece claramente os partidos no governo desde 2011.
PS Foi ontem publicada neste jornal uma carta do Dr. Fernando Neves Gomes, enquanto apoiante e mandatário do candidato professor Fernando Nobre às últimas eleições presidenciais, em que considerava abusiva a minha comparação entre o que considerei, no meu último texto, ter sido um "desperdício dos votos" obtidos por Fernando Nobre e o percurso inverso que provavelmente o Dr. Marinho e Pinto assumirá. Respeito a sua posição e as suas palavras, mas não posso deixar de crer, como já tive oportunidade aliás de dizer ao professor Fernando Nobre, com quem colaborei na sua campanha, que, sem prejuízo das sua inteira liberdade, caso tivesse optado por não integrar uma lista partidária às eleições legislativas de 2011, teria sido mais bem sucedido num eventual objectivo futuro de apresentar uma alternativa cívica, séria e consequente aos eleitores. E que muitos dos seus eleitores nas presidenciais de 2011, independentemente da autonomia dessa sua escolha, se sentiram desiludidos com a sua opção. Outras opiniões existirão seguramente. Esta é a minha e era simplesmente este o sentido das minhas palavras.
Professor da Faculdade de Direito
da Universidade de Lisboa
Escreve à terça-feira
Por Miguel Romão
publicado em 23 Set 2014 - 05:00
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