Grupo chinês Fosun International expande carteira de activos em Portugal

A China foi, sem sombra de dúvida, o maior investidor estrangeiro em Portugal no passado recente e 2014 parece ser o ano da Fosun International, com a expansão dos negócios do sector segurador para a saúde e infra-estruturas.

O próximo negócio deverá ser a aquisição da Espírito Santo Saúde (ES Saúde), em que o grupo chinês apresentou uma proposta de compra de quase 600 milhões de dólares, superior às dos grupos português Mello, mexicano Empresarial Ángeles e brasileiro Amil Participações, controlado pelo grupo americano UnitedHealth, que acabaram por desistir.

A oferta da Fidelidade, seguradora que a Fosun International comprou no início de 2014 ao grupo bancário estatal Caixa Geral de Depósitos, é de 4,82 euros por acção, foi aceite pela gestão da ES Saúde e os accionistas deverão pronunciar-se até 10 de Outubro.

A proposta vencedora da Fosun à privatização da Caixa Seguros  foi de mil milhões de euros, a par de um plano de expansão, apoiado em fortes disponibilidades financeiras, baseadas em fundos próprios, que ascenderam a 150% do montante em causa, isto é, a 1500 milhões de euros em dinheiro.

A imprensa portuguesa noticiou que a Fosun manifestou recentemente à Administração do Porto de Lisboa interesse em investir na actividade portuária da capital, designadamente na exploração do futuro terminal de contentores do Barreiro e futura marina do Tejo.

Paralelamente, tem vindo a investir em acções da empresa gestora de infra-estruturas energéticas Redes Energéticas Nacionais (REN), que tem como principal accionista a China State Grid, controlando já 5% do capital.

A State Grid estará agora a avaliar a entrada no grupo português de engenharia eléctrica Efacec, que se encontra em reestruturação, num processo que deverá culminar com a entrada de um parceiro internacional.

Depois do estabelecimento de uma parceria estratégica entre os dois países, a China iniciou uma série de importantes investimentos em Portugal, envolvendo grandes empresas públicas.

A aquisição da Fidelidade foi mais um passo na série de investimentos efectuados por empresas chinesas, que atingiu o seu ponto mais alto com a entrada da China Three Gorges na eléctrica Energias de Portugal (EDP), por 2,7 mil milhões de euros, tornando-se no maior accionista da empresa com forte presença na América do Sul, Norte e África.

Também recentemente, a multinacional Veolia vendeu o seu negócio de águas em Portugal à Beijing Enterprises Water Group por 95 milhões de euros.

De acordo com o Jornal Expresso, o total de investimento chinês recente em Portugal ascende a 5 mil milhões de euros, tornando a China o maior investidor estrangeiro no país.

A imprensa portuguesa dá ainda conta do interesse de investidores chineses no Banco Espírito Santo Investimento, outra das participadas em alienação do Grupo Espírito Santo, que entrou em colapso no início do segundo semestre.

Também empresas industriais chinesas têm escolhido o país para estabelecer bases de produção, caso das novas unidades industriais da Wuhan Zhongye (moldes), e da 360 Steel Materials, uma parceria entre a portuguesa Metal Rolo e o fabricante de aço Zhejiang Huadong.

Estes investimentos recentes de transformação ou finalização de produtos em Portugal visam frequentemente o acesso ao mercado europeu, mas também a ligação aos EUA e ao Brasil. (macauhub/CN/PT)

2014/10/06