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Ruptura
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Ruptura
Numa altura em que os principais temas de “debate” político têm sido as desavenças na espécie de “Casa dos Segredos Políticos” que é o Governo, e o muito proclamado desejo de Rui Tavares de juntar-se a António Costa no elenco da próxima versão do “programa”, quase custa criticar um discurso sério como o do Presidente da República no “5 de Outubro”.
Cavaco Silva persistiu no apelo à obtenção de um consenso entre os principais partidos, afirmando que, caso estes não adoptem uma "cultura de compromisso", poderão conduzir à "implosão do sistema político como o conhecemos". O Presidente tem razão ao ver riscos no crescente descontentamento dos portugueses com a sua classe política. Mas deixa de a ter ao ver num eventual "consenso" a solução.
É verdade que um compromisso alargado entre PSD, CDS e PS em torno de uma série de reformas estruturais poderia servir para ultrapassar bloqueios no Estado e na sociedade que permitissem a adopção dessas reformas. Mas para isso seria necessário que o consenso se fizesse em torno de reformas que realmente mudassem alguma coisa. Ora, em certo sentido, já há um largo consenso (tácito) entre PSD, PS e CDS, em torno do que deve ser o Estado e das políticas que o estruturam.
PSD e CDS falam de "liberalizar", mas apenas para parecer (sublinho o parecer) que fazem alguma coisa, e o PS, para lucrar com o descontentamento com a governação, acusa-os de destruírem o "Estado Social". No entanto, todos concordam (com Cavaco) que o "Estado Social" é sustentável apenas com meros remendos que nada fazem para remover os seus efeitos perniciosos (e socialmente injustos). E enquanto fingem muito discordar, partilham alegremente o que o Orçamento ainda vai tendo para oferecer.
É por isso que, mais do que apelar a consensos, o Presidente deveria pronunciar-se acerca de que políticas o país deveria adoptar, introduzindo no debate político aquilo de que os partidos não querem falar. Mais do que "consensos", Portugal precisa de uma ruptura com este estado de coisas, que o Presidente poderia promover, se assim o quisesse e entendesse necessário. Pelos vistos, não é o caso. No futuro, talvez seja tarde.
Bruno Alves
00.04 h
Económico
Cavaco Silva persistiu no apelo à obtenção de um consenso entre os principais partidos, afirmando que, caso estes não adoptem uma "cultura de compromisso", poderão conduzir à "implosão do sistema político como o conhecemos". O Presidente tem razão ao ver riscos no crescente descontentamento dos portugueses com a sua classe política. Mas deixa de a ter ao ver num eventual "consenso" a solução.
É verdade que um compromisso alargado entre PSD, CDS e PS em torno de uma série de reformas estruturais poderia servir para ultrapassar bloqueios no Estado e na sociedade que permitissem a adopção dessas reformas. Mas para isso seria necessário que o consenso se fizesse em torno de reformas que realmente mudassem alguma coisa. Ora, em certo sentido, já há um largo consenso (tácito) entre PSD, PS e CDS, em torno do que deve ser o Estado e das políticas que o estruturam.
PSD e CDS falam de "liberalizar", mas apenas para parecer (sublinho o parecer) que fazem alguma coisa, e o PS, para lucrar com o descontentamento com a governação, acusa-os de destruírem o "Estado Social". No entanto, todos concordam (com Cavaco) que o "Estado Social" é sustentável apenas com meros remendos que nada fazem para remover os seus efeitos perniciosos (e socialmente injustos). E enquanto fingem muito discordar, partilham alegremente o que o Orçamento ainda vai tendo para oferecer.
É por isso que, mais do que apelar a consensos, o Presidente deveria pronunciar-se acerca de que políticas o país deveria adoptar, introduzindo no debate político aquilo de que os partidos não querem falar. Mais do que "consensos", Portugal precisa de uma ruptura com este estado de coisas, que o Presidente poderia promover, se assim o quisesse e entendesse necessário. Pelos vistos, não é o caso. No futuro, talvez seja tarde.
Bruno Alves
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Económico
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