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O epifenómeno
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O epifenómeno
O desencontro de propósitos entre o Podemos e a sociedade espanhola condena-o a uma existência efémera.
A Espanha vive dias difíceis. A braços com uma severa crise económica e um escândalo de corrupção de dimensões impressionantes, que envolve políticos, empresários e dirigentes sindicais, impera no país vizinho o sentimento de descrença nas instituições e na política, que mina a democracia.
Alcandorado neste sentimento, o nacionalismo catalão ameaça a integridade territorial do país, pondo em risco a própria coesão dos espanhóis, o que só agrava a situação. Neste contexto, não surpreende que os cidadãos procurem altenativas de representação política, fenómeno potencialmente positivo, pois a democracia é um regime dinâmico e conflitual e a concorrência partidária não apenas enriquece o debate, como pode também forçar a tão necessária reforma dos partidos tradicionais, viciados pela acomodação que uma posição hegemónica lhes propicia há décadas.
Porém, o Podemos, tal como outros fenómenos partidários similares, à esquerda e à direita, nascidos na sequência da crise que avassala a Europa, tem-se afirmado como um partido de ruptura com o sistema. O radicalismo das suas propostas, entre as quaisse contam a defesa do controlo público de amplos sectores da economia ou o bizarro propósito da saída da Espanha da NATO, não vai ao encontro das expectativas do cidadão comum. O espanhol médio, à semelhança dos seus pares no resto da Europa, não é revolucionário, é reformista. Aspira à moralização da vida política, que lhe devolva a confiança nas instituições e a uma eficaz regulação do sistema capitalista, que lhe assegure o bem estar e a prosperidade que só uma economia baseada na propriedade privada pode garantir. Não pretende um outro modelo de sociedade, apenas a correcção do modelo vigente.
O desencontro de propósitos entre o Podemos e a sociedade espanhola condena-o a uma existência efémera, pois faz dele apenas um veículo para a denúncia dos problemas e não um parceiro válido na busca das necessárias soluções.
Edmundo Alves
00.04 h
Económico
A Espanha vive dias difíceis. A braços com uma severa crise económica e um escândalo de corrupção de dimensões impressionantes, que envolve políticos, empresários e dirigentes sindicais, impera no país vizinho o sentimento de descrença nas instituições e na política, que mina a democracia.
Alcandorado neste sentimento, o nacionalismo catalão ameaça a integridade territorial do país, pondo em risco a própria coesão dos espanhóis, o que só agrava a situação. Neste contexto, não surpreende que os cidadãos procurem altenativas de representação política, fenómeno potencialmente positivo, pois a democracia é um regime dinâmico e conflitual e a concorrência partidária não apenas enriquece o debate, como pode também forçar a tão necessária reforma dos partidos tradicionais, viciados pela acomodação que uma posição hegemónica lhes propicia há décadas.
Porém, o Podemos, tal como outros fenómenos partidários similares, à esquerda e à direita, nascidos na sequência da crise que avassala a Europa, tem-se afirmado como um partido de ruptura com o sistema. O radicalismo das suas propostas, entre as quaisse contam a defesa do controlo público de amplos sectores da economia ou o bizarro propósito da saída da Espanha da NATO, não vai ao encontro das expectativas do cidadão comum. O espanhol médio, à semelhança dos seus pares no resto da Europa, não é revolucionário, é reformista. Aspira à moralização da vida política, que lhe devolva a confiança nas instituições e a uma eficaz regulação do sistema capitalista, que lhe assegure o bem estar e a prosperidade que só uma economia baseada na propriedade privada pode garantir. Não pretende um outro modelo de sociedade, apenas a correcção do modelo vigente.
O desencontro de propósitos entre o Podemos e a sociedade espanhola condena-o a uma existência efémera, pois faz dele apenas um veículo para a denúncia dos problemas e não um parceiro válido na busca das necessárias soluções.
Edmundo Alves
00.04 h
Económico
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