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Economia marxiana

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Economia marxiana Empty Economia marxiana

Mensagem por Admin Seg Nov 17, 2014 5:04 pm

Nota: A economia marxiana não se restringe à economia marxista, pois inclui o pensamento econômico daqueles inspirados pela obra de Marx que não se identificam com o "marxismo" como ideologia política.

Economia marxiana 100px-Marx_color2
Karl Marx 

A economia marxiana se refere ao corpo do pensamento econômico que nasce das obras de Karl Marx.

Os que aderem a economia marxiana, particularmente na academia, a distinguem do marxismo como uma ideologia política, argumentando que a abordagem de Marx para entender a economia é intelectualmente valiosa por si própria, independentemente da defesa de Marx do socialismo revolucionário ou da inevitabilidade da revolução do proletariado.

Ela não se baseia exclusivamente na obra de Marx e outros conhecidos marxistas (Lenin, Trotsky, etc.), mas pode absorver de fontes marxistas e não marxistas. Sua obra é vista como a base para uma abordagem analítica viável, em alternativa à economia neoclássica. Faz explicitamente considerações políticas e sociais em sua análise, sendo por isso amplamente normativa.

Marx e a economia clássica

A economia de Marx tomou como ponto de partida a obra dos mais famosos economistas de seu tempo, os economistas clássicos britânicos: Adam Smith, Thomas Malthus e David Ricardo.

Smith, na Riqueza das Nações, argumentou que a característica mais importante de uma economia de mercado é que ela permitia um rápido crescimento nas habilidades de produção. Smith dizia que um mercado em crescimento estimulava uma maior divisão do trabalho, o que aumentaria a produtividade total da economia. Apesar de que Smith geralmente disse pouco a respeito dos trabalhadores, ele notou que uma maior divisão do trabalho poderia, em um determinado momento, causar dano àqueles cujas ocupações eram cada vez mais mecanizadas e repetitivas.

Marx seguiu Smith quando afirmou que o mais importante (e talvez único) benefício econômico do capitalismo era um rápido crescimento na produtividade. Marx também desenvolveu bastante a noção de que os trabalhadores poderiam ser prejudicados a medida que o capitalismo se tornava mais produtivo.

Além disso, nas Teorias da Mais-valia, Marx notou: "Nós vemos um grande avanço feito por Adam Smith em relação aos fisiopatas na análise da mais-valia e portanto, do capital. No ponto de vista dos fisiopatas, havia somente um tipo definido de trabalho - o trabalho na agricultura - que cria mais-valia... Mas para Adam Smith, é o trabalho social geral — não importando com que valores-de-uso ele se manifesta - a mera quantidade trabalho necessário, é que cria valor. A mais-valia, quer quando ela assume a forma de lucro, aluguer ou a forma secundária de juros, não é nada a não ser uma parte desse trabalho, que é apropriada pelos donos das condições materiais de produção em troca do trabalho vivo."

A tese de Malthus, em "Um Ensaio Acerca do Princípio da População", de que o crescimento populacional era a causa primária dos salários de subsistência dos trabalhadores fez com que Marx desenvolvesse uma teoria alternativa da determinação dos salários. Enquanto Malthus apresentou uma teoria a-histórica do crescimento populacional, Marx ofereceu uma teoria de como um excedente relativo de população no capitalismo tendia a forçar os salários para o nível de subsistência. Marx viu esse excedente populacional como o resultado de causas económicas e não biológicas (como na interpretação de Malthus). Essa teoria económica do crescimento populacional é frequentemente chamada de teoria do exército industrial de reserva.

Ricardo desenvolveu uma teoria da distribuição dentro do capitalismo, isto é, uma teoria de como a produção da sociedade é distribuída socialmente. A versão mais madura da sua teoria, apresentada em Sobre os Princípios de Economia Política e Tributação, era baseada na teoria do valor-trabalho em que o valor de cada produto era igual ao trabalho incorporado ao produto. (Adam Smith também apresentara uma teoria do valor-trabalho mas permaneceu incompleta). Também foi notável na economia de Ricardo a ideia do lucro como uma dedução na produção total da sociedade e que os salários e os lucros estavam inversamente relacionados: um aumento nos lucros implicaria uma diminuição dos salários.

Marx construiu muito da análise económica formal desenvolvida no Capital sobre as ideias de Ricardo.

Teorias económicas de Marx

A maior obra de Marx sobre economia política foi O Capital: Uma crítica da Economia Política. Marx escreveu outros tratados sobre economia: Crítica da Economia Política, um de seus primeiros trabalhos, e que foi incorporado na sua maior parte ao Capital, especialmente no começo do volume I. As anotações de Marx na preparação do Capital forma publicadas anos mais tarde sob o título Grundrisse.

Marx começou a sua análise do capitalismo com uma análise da mercadoria. A primeira frase do Capital, Volume I diz: "A riqueza daquelas sociedades em que o modo de produção capitalista prevalece, se apresenta como 'uma imensa acumulação de mercadorias'."

Sob a teoria do valor-trabalho, o valor directo de uma mercadoria se encontra somente no tempo de trabalho socialmente necessário nela investido. Mas as mercadorias também têm um valor de uso (isto é, a utilidade directa que se obtém delas) e um valor de troca (mais ou menos equivalente ao seu preço de mercado, apesar de que a economia marxiana a mediria em tempo de trabalho). Por exemplo, o uso do valor de uso de uma cenoura está em comê-la e saciar a fome, enquanto seu valor de troca está na quantidade de ouro (cujo valor verdadeiro também está no trabalho despendido para a sua extracção) pela qual poderia ser vendida.

No entanto, os capitalistas não pagam seus trabalhadores o valor total das mercadorias que produzem. A diferença entre o valor que um trabalhador produz e o seu salário são uma forma de trabalho não-remunerado, conhecido por mais-valia.

Além disso, Marx nota que os mercados tendem a obscurecer as relações sociais e os processos de produção, um fenómeno que ele chamou de fetichismo da mercadoria. Os consumidores enxergam a mercadoria somente em termos de mercado. Ao buscar obter algo somente para ser uma propriedade privada, seria considerado somente seu valor de troca, não seu valor-trabalho.

A economia marxista geralmente nega o trade-off de tempo por dinheiro. No ponto de vista marxista, é o trabalho que define o valor das mercadorias. As relações de troca dependem de que haja trabalho prévio para a determinação de preços. Os meios de produção são portanto a base para compreender a alocação de recursos entre as classes, já que é nesta esfera que a riqueza é produzida. A escassez de qualquer recurso físico em particular é subsidiário à questão central das relações de poder atrelada ao monopólio dos meios de produção.

Fonte: Wikipédia 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_marxiana
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