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Atividade portuária - relatórios de sustentabilidade
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Atividade portuária - relatórios de sustentabilidade
Durante longos anos a política portuária teve como principal foco o desenvolvimento económico necessário, sendo levada à prática por uma organização preocupada em assegurar com eficácia, o fluxo de mercadorias transportadas pelo modo marítimo, num sistema gerador de emprego nas regiões em que os portos se encontravam inseridos.
No entanto os novos tempos trouxeram outras necessidades. E na verdade os portos ganharam importância, integraram-se num sistema mais vasto, mais complexo e a requerer um olhar diferente por parte dos seus principais atores e pela sociedade em geral. Assistiu-se nas últimas décadas a uma valorização do papel dos portos e à sua participação na cadeia logística, sendo elementos essenciais para a economia dos seus países.
Aquilo que antes parecia ser um ativo com vocação própria, confinado a objetivos estritos a uma necessidade de movimentação de mercadorias, evoluiu à vista das populações e rompeu barreiras, que faziam dos portos sítios escuros, feios e habilitados a receber estratos sociais indesejados.
Logo quando falamos num contexto de valorização dos portos, fazemo-lo tendo em conta que se tornaram lugares apetecíveis para viver e desfrutar na sua envolvente próxima e também que, fruto dum contexto de modernização de práticas, processos e equipamentos, ganharam dimensão e diversidade, estabelecendo-se como verdadeiras âncoras do desenvolvimento de qualquer país ou região. Daí que os portos ganharam outras responsabilidades e têm que ter outras respostas, desde logo, requerendo uma compatibilização e um desenvolvimento em harmonia com a sua envolvente social e ambiental.
Coloca-se, por assim dizer, um grande desafio que preste atenção à redução de impactos negativos de variada ordem na vida das populações integradas na sua envolvente. Impactos que podem estar associados a emissões gasosas e poluição do ar, contaminação de solos e sedimentos, qualidade da água, ruídos, etc..
É pois, neste contexto, que ganha força a necessidade dos portos atenderem a uma necessidade premente de incluírem no seu negócio uma preocupação, uma responsabilidade ao nível da sustentabilidade, integrando aspetos sociais e ambientais, a par o seu contributo para o desenvolvimento económico do país e da região.
Os portos, na sua generalidade, interiorizaram esta necessidade e disso passaram a informar interna e externamente todos os seus stakeholders através de relatórios de sustentabilidade. Estes relatórios, que sendo públicos nos dão uma fotografia da posição da empresa e das suas atividades numa dimensão económica, ambiental e social.
Certo é que, sendo a publicação destes relatórios uma realidade muito recente, se recomenda uma especial atenção para a sua melhoria, tomando boas práticas a partir dum benchmarking útil e necessário. Mas a meu ver, é tanto mais importante interiorizar, conscientemente, uma necessidade que se impõe e que deriva da preocupação de gerir um ativo público, vasto e interdependente, gerador de muitas sinergias, que deve estar ao serviço do país e em benefício da sua região.
Não podemos abstrair que, um porto tem uma localização física, se situa, normalmente, em ambientes muito sensíveis e que é aí que, de imediato e antes se fazem sentir os seus efeitos. Sendo eles de variada espécie, sendo ou não mensuráveis, redundando em benefícios ou em custos, devendo ser valorados num quadro em não só prevaleça a razão mas também os sentimentos.
A sustentabilidade deve ter subjacente uma perceção de equilíbrio e harmonia, estando de mãos dadas com uma boa alocação de recursos, preferencialmente de natureza endógena. Deve ser apreendida como sendo amiga e convivente com o ambiente em que se vive e a rodeia.
Os relatórios de sustentabilidade, ao caso os que são produzidos pelas atuais Administrações Portuárias, podem ser não só o outlook do que se faz ou que falta fazer nos diferentes domínios duma governação, pautada por preocupações sociais e ambientais, como podem ser um instrumento fundamental para uma convivência saudável, perfeita, com os stakeholders e a população em geral.
A conjugação da virtude e da utilidade dum relatório de sustentabilidade deriva, precisamente, da forma como todos os stakeholders sejam envolvidos e se revejam em tudo o que foi, particularmente, valorizado numa matriz de materialidade, construída a partir das suas preocupações e dos problemas sentidos, enfim tendo em conta todos os aspetos económicos, ambientais e sociais que influenciam a vida da empresa.
Autor/fonte: José António Contradanças
05.12.2014
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