As greves no sector dos transportes

O governo acaba de decidir pela requisição civil para anular os efeitos da greve marcada na TAP. Muitos passageiros respirarão de alívio.

Ao mesmo tempo, os trabalhadores do Metro de Lisboa anunciam a segunda greve em duas semanas.

E hoje há menos comboios dos que estavam previstos devido, justamente, a uma greve, da Refer.

Os trabalhadores das empresas de transportes portuguesas estão globalmente insatisfeitos com as suas condições de trabalho?

Até podem querer melhores condições de trabalho, mas não é por isso que fazem tantas greves. Estas greves são políticas.

Onde eu vivo, a câmara é do PCP, mas foi do PS durante alguns anos. Segundo me contaram (eu não vivia aqui nessa altura) durante esse consulado PS, as paralisações dos transportes municipais eram frequentes, com manifestações em frente ao edifício da câmara municipal, para condizer. Hoje, a câmara voltou a ser PCP, e os transportes municipais funcionam sem greves.

E é isto que são as greves no sector dos transportes: são, sobretudo, maneiras do PCP mostrar a força que tem, superior à que lhe é conferida pelo voto popular. Quando o PCP diz que não há transportes públicos, então não há mesmo transportes públicos.

A ironia é que estas greves afectam sobretudo as pessoas com menos recursos, que o PCP diz representar. Os ricos não andam de transportes públicos.

Eduardo Ferreira | 18/12/2014 16:19:25
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