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Em Contramão
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Em Contramão
Todos nós ficcionamos que há um momento anual em que tudo acaba para recomeçar no momento seguinte.
Fazemo-lo no cumprimento de regras imperativas ou por convenção social mas, sobretudo, pela necessidade individual e coletiva de renovarmos a nossa própria esperança.
A humanidade não vive de passado, vive de futuro. Da capacidade de acreditar na mudança e no progresso, de acreditar que é sempre possível fazer melhor. Mas a humanidade também não vive da ignorância pelo que a sua capacidade de acreditar e, consequentemente, de se mobilizar alimenta-se ou da realidade ou de uma convicção ou ideologia. Acontece que a realidade tem sido sobretudo indutora de desesperança, e quantas vezes desespero, e a produção ideológica apenas agora parece querer ressurgir, após um longo período de domínio de um certo pensamento único, ungido como se tudo se reconduzisse a uma técnica ou, porventura, a verdades científicas indiscutíveis.
Se olharmos para os últimos meses exclusivamente através dos “media”, a realidade parece reconduzir-se ou a escândalos empresariais, ou a processos judicias do foro criminal.
Se estivermos um pouco mais atentos talvez a nossa perceção seja outra. E bem diferente! Os portugueses continuam a emigrar à procura de sustento, ou da realização profissional que Portugal não lhes consegue proporcionar. Os níveis de pobreza continuam assustadores. Quatrocentos mil Portugueses que não têm trabalho ou ocupação conhecida e também não recebem qualquer apoio público. Vivem como, estes nossos compatriotas, que representam 4% da população? Por outro lado, e também preocupante, ter trabalho deixou de ser fator suficiente para que os cidadãos se possam bastar a si próprios e vivam acima do limiar de pobreza.
Do lado das empresas a vida também não está especialmente facilitada. A realidade empresarial portuguesa é tradicionalmente dominada por acentuada escassez de capital. Acontece que, sobretudo no caso das PME, o recurso a financiamento bancário é agora bastante mais difícil e bastante mais caro, e certamente assim irá continuar, uma vez que o tradicionalmente alto nível médio de endividamento não se resolve. Do lado das grandes empresas cotadas é bom ter consciência que o PSI 20 começou o ano a valer cerca de 53 mil milhões de euros e acabou o ano com as empresas que o integram a valer 44 mil milhões de euros. Ao mesmo tempo o sistema judicial português continua a não conseguir cobrar as dívidas, com mais de um milhão de processos pendentes.
Aqui chegados a questão que a cada um de nós se coloca, agora que o novo ano começa, é a de saber se há razões para ter esperança.
Acho que sim.
2015 representa o início de um novo ciclo político , na Europa e em Portugal.
Na Europa a nova Comissão Europeia parece querer prestar maior atenção aos Europeus, à economia europeia e ao investimento público e privado.
Em Portugal vamos, em 2015, escolher um novo governo a que se seguirá, nos primeiros dias de janeiro, a eleição do Presidente da República. Consegue perceber-se, desde já, que o debate será entre a manutenção da política que temos tido e a capacidade de com rigor, ousadia e clarividência conduzir o país de forma diferente. Afirmando-o, dando-lhe solidariedade, coesão, ambição e uma estratégia e objetivos de médio e longo prazo.
Em 2015 vamos voltar, de forma aberta e explícita, ao primado da política.
Ainda bem.
Luís Parreirão
Gestor
6 Janeiro, 2015 00:01
OJE.pt
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