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Desafio
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Desafio
Após seis anos de recessão, quebra de 25% do PIB, desemprego nos 25% e aumento galopante da dívida pública (de 109%) para 175%, o programa de ajustamento elegeu a extrema esquerda na Grécia.
Logo na primeira reunião do novo Governo grego a austeridade é substituída pelo estímulo da economia e promessa de combate à evasão fiscal e corrupção. Os mercados assustaram-se com os juros da dívida a subir e a banca a tombar na bolsa.
A Grécia e a Europa estão perante um tremendo desafio. Dois cenários extremos podem acontecer.
O primeiro, em que o programa populista do Syriza, paradoxalmente, se revela o mais eficaz no relançamento da economia grega. Com o incremento do consumo interno aumentam as receitas fiscais e reduz-se o défice. A renegociação da dívida traria alívio orçamental.
Se a receita grega de ajustamento orçamental pela dinamização da economia funcionar, cai por terra o dogma da austeridade como solução única para o euro e a Europa iniciará uma nova era. Contudo, a estrutura produtiva grega é débil e pode não sobreviver aos aumentos do custo do trabalho e abandono das reformas estruturais. Aqui reside a maior fragilidade do discurso de Tsipras.
A reestruturação da dívida grega não é bem vista pelos líderes europeus de centro direita, pois abriria portas a reivindicações de outros países e à ascensão de partidos radicais como o Podemos ou a Frente Nacional.
No segundo cenário, o fim da austeridade não relança a economia e o défice e dívida disparam. Os credores europeus não aceitam a renegociação da dívida nem a injecção de liquidez do BCE. A Grécia é excluída do euro.
Com 80% da dívida grega hoje em mãos de governos e entidades oficiais, os danos do Grexit nas economias e banca da zona euro são hoje menores. O poder negocial de Tsipras é limitado. Mas a saída da Grécia do euro não seria indolor. Agudizaria as duvidas sobre o euro (em particular a permanência de Portugal e Espanha).
Tudo vai depender do compromisso que Tsipras e Merkel conseguirem estabelecer, sendo que ambos têm muito a perder se a corda rebentar.
João Dias
00.04 h
Económico
Logo na primeira reunião do novo Governo grego a austeridade é substituída pelo estímulo da economia e promessa de combate à evasão fiscal e corrupção. Os mercados assustaram-se com os juros da dívida a subir e a banca a tombar na bolsa.
A Grécia e a Europa estão perante um tremendo desafio. Dois cenários extremos podem acontecer.
O primeiro, em que o programa populista do Syriza, paradoxalmente, se revela o mais eficaz no relançamento da economia grega. Com o incremento do consumo interno aumentam as receitas fiscais e reduz-se o défice. A renegociação da dívida traria alívio orçamental.
Se a receita grega de ajustamento orçamental pela dinamização da economia funcionar, cai por terra o dogma da austeridade como solução única para o euro e a Europa iniciará uma nova era. Contudo, a estrutura produtiva grega é débil e pode não sobreviver aos aumentos do custo do trabalho e abandono das reformas estruturais. Aqui reside a maior fragilidade do discurso de Tsipras.
A reestruturação da dívida grega não é bem vista pelos líderes europeus de centro direita, pois abriria portas a reivindicações de outros países e à ascensão de partidos radicais como o Podemos ou a Frente Nacional.
No segundo cenário, o fim da austeridade não relança a economia e o défice e dívida disparam. Os credores europeus não aceitam a renegociação da dívida nem a injecção de liquidez do BCE. A Grécia é excluída do euro.
Com 80% da dívida grega hoje em mãos de governos e entidades oficiais, os danos do Grexit nas economias e banca da zona euro são hoje menores. O poder negocial de Tsipras é limitado. Mas a saída da Grécia do euro não seria indolor. Agudizaria as duvidas sobre o euro (em particular a permanência de Portugal e Espanha).
Tudo vai depender do compromisso que Tsipras e Merkel conseguirem estabelecer, sendo que ambos têm muito a perder se a corda rebentar.
João Dias
00.04 h
Económico
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