Lucidez

“Se procurarmos investir um pouco em nós próprios e servirmo-nos da nossa inteligência, podemos aprender muito sobre o que o mundo político e social nos oculta.” Noam Chomsky

Pensador radical, que se define ideologicamente como um “socialista libertário”, Noam Chomsky, hoje com 86 anos, continua a ser aquela voz incómoda mas indispensável para quem tenta encontrar, fora dos círculos tradicionais, ferramentas que ajudem a pensar e a formular juízos.

Numa conversa que deu um livro, realizada há 15 anos, Chomsky afirmava sobre a União Europeia:

“A União Europeia está concebida de forma a que os cidadãos não possam fazer-se ouvir. Curiosamente, as populações parecem estar acomodadas. Inventou-se mesmo um nome para este fenómeno geral: o défice democrático. E este é bem real. O federalismo europeu visa reduzir a participação democrática. Imagino que seja uma das razões que explicam o actual crescimento do regionalismo. Esta nova ênfase na identidade cultural das regiões pode ser uma reacção à centralização antidemocrática da União”.     

Tese radical? Visão de um norte--americano sobre a Europa?

Vale a pena, como ele próprio aconselha, questionar sempre, contrapor argumentos, discutir. Discutir sempre.

Até para que consigamos rejeitar a sua tese, segundo a qual “o papel dos intelectuais consiste em conseguir que as pessoas sejam passivas, obedientes, ignorantes e programadas”. 
Se cultivarmos aquilo que nos diferencia dos outros animais, a arte de pensar, vamos conseguir rir das palavras de Chomsky.

Escreve à segunda-feira

Por António Luís Marinho
publicado em 16 Fev 2015 - 14:08
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