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Os corajosos
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Os corajosos
Em 40 anos de Abril nunca se questionaram os verdadeiramente poderosos. Nunca se pôs em causa a paz podre do regime
Correm tempos difíceis. Diferentes daqueles que vivemos até hoje. Em 40 anos de Abril nunca se questionaram os verdadeiramente poderosos. Nunca se pôs em causa a paz podre do regime. Política e economia sempre foram campeonatos à parte.
Hoje apetece-me escrever sobre o caso BES/GES e sobre o governador do Banco de Portugal. Apetece-me escrever sobre os excessos de linguagem de alguma esquerda pseudo-intelectual, sobre as qualificações para julgar de todos quantos participamos nas redes sociais e de muitos que escrevem nos jornais e comentam nas rádios e televisões, e sobre as amnésias colectivas, nomeadamente dos mais próximos e dos que tinham óbvias responsabilidades, pelas funções desempenhadas, em tudo o que se fazia.
Vocifera-se sempre que algum poderoso é apanhado em situação mais frágil. E se vociferar é legítimo, em termos teóricos, há que ver quem o faz, não vão existir telhados de vidro que firam a legitimidade e mostrem a hipocrisia e a pequenez nacionais. Outra forma de estar, desta feita na política, é a do apoio a qualquer coisa que seja atacar quem está no governo (neste ou noutro). Repararam os leitores na força que a esquerda parlamentar ou "paralamentar" deu às multinacionais farmacêuticas nas negociações com o governo?
Como o espaço não é muito, escolhi o primeiro dos exemplos que dei para falar de uma actuação exemplar e que tanto e tão injustamente tem sido criticada.
Falo, claro, do caso BES/GES e da actuação do governador do Banco de Portugal. Quem se atrevia a dizer o que quer que fosse contra o BES e o seu poder, contra Ricardo Salgado e a sua influência antes de o governador do Banco de Portugal o fazer? Agora, todos acusam, todos já sabiam, todos sempre disseram, muitos já não conhecem o ex-líder do BES, que os ajudou durante uma vida, e os colegas de administração, que andaram anos e anos a ganhar salários e prémios, não sabem de nada.
Admito que o governador tenha cometido erros, ou melhor, que o Banco de Portugal tenha cometido erros e que o governador os assuma. A mudança de pelouros mostrou bem que as coisas não corriam de feição dentro do banco central e o reforço da equipa com homens como António Varela e Carlos Albuquerque permitiu ao governador deitar mão aos assuntos com mais segurança. Mas, mesmo com todos os erros, alguém "se metia" com Ricardo Salgado até o governador tomar as medidas que tomou? Tomou-as devagar, dizem uns. Se as tivesse tomado mais cedo as coisas não teriam chegado onde chegaram. Santa ignorância! As medidas só se tomam quando podem ser tomadas. Quando há enquadramento legal. E o que Carlos Costa tentou fazer foi, crendo no bom senso de quem dirigia o Banco e o grupo, dar todas as hipóteses de se resolverem as coisas. Acontece que o bom senso não imperou e o desespero levou a actos inimagináveis do ponto de vista de gestão. Não nos podemos esquecer que foi nos últimos meses que os problemas do grupo se agravaram de maneira exponencial.
Mas o governador agiu bem? Claro que agiu! Podia ter tomado outras medidas? Claro que sim. Mas cada dia que passava a situação piorava e o fim do BES não seria o mesmo, em termos de consequências, que o fim do BPN ou do BPP. Por mais que as práticas de uns e outros fossem parecidas. O governador ouviu Bruxelas, ouviu americanos e outros europeus e temia-se um novo Chipre. Salvou-se a instituição? "Nim"! Optou-se por salvar o sistema. Nestas coisas de julgar não devia valer tudo. E, sobretudo, os corajosos que aparecem quando o tubarão já está em postas bem podiam poupar- -nos aos seus palpites.
Empresário
Escreve à terça-feira
Por António Cunha Vaz
publicado em 24 Fev 2015 - 08:00
Jornal i
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