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Não venhas
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Não venhas
Uma estratégia errada na forma e no conteúdo e que não passará, na prática, de uma bandeira para consumo eleitoral.
O Governo decidiu ‘inventar' um novo programa de captação dos emigrantes portugueses que tiveram de procurar alternativas à crise fora do país, uma estratégia errada na forma e no conteúdo e que não passará, na prática, de uma bandeira para consumo eleitoral.
Com a crise de 2011 e a ‘troika', muitas centenas de milhar de portugueses, sobretudo jovens, arriscaram, e bem, sair do país para encontrarem as saídas profissionais que não tinham em Portugal. E é evidente que, no momento em que há um ajustamento violento da economia, o país perdeu muito do seu potencial, perdeu muitos dos mais qualificados. Não haveria, provavelmente, outra alternativa, o mercado não é perfeito, não ficaram os melhores, ficaram os que estavam mais protegidos da concorrência, por uma leia laboral que ainda está longe de incentivar o mérito. E saíram os mais qualificados, com capacidade para ultrapassarem a concorrência em alguns dos países mais competitivos do mundo.
A 'recuperação' desta força de trabalho é desejável, mas não assim, desta forma, subsidiada e artificial. As políticas activas de emprego resultam, como resultaram em Portugal durante a crise, porque são muitas vezes a única solução, mas são sempre, para a maior parte dos beneficiários desses apoios ao emprego, uma solução provisória. Servem mais para ganhar tempo e menos para dar formação.
Ora, o Governo quer repetir a estratégia, e desta vez, para subsidiar o emprego dos emigrantes. E o problema não é sequer a limitada dotação financeira deste programa de apoio à contratação de portugueses que estão no estrangeiro, sobre o qual pouco ou nada se sabe ainda. O problema é mais fundo, é político e mostra uma opção contrária à lógica seguida pelo Governo. Pelo menos até agora.
Os emigrantes portugueses que estão empregados não vão deitar fora essa oportunidade por contratos de curto prazo e subsidiados em Portugal e os que estão no desemprego já regressaram a casa. Portanto, salvaguardadas as excepções, o VEM está condenado ao insucesso.
A melhor forma de garantir o regresso a Portugal de emigrantes qualificados - e já agora de captar cérebros internacionais - e fazer a reforma do Estado, que não saiu do guião, é criar um ambiente favorável aos negócios e ao investimento. O caminho escolhido agora servirá apenas para erguer a bandeira da promoção do emprego jovem e para deitar dinheiro à rua.
António Costa
00.06 h
Económico
O Governo decidiu ‘inventar' um novo programa de captação dos emigrantes portugueses que tiveram de procurar alternativas à crise fora do país, uma estratégia errada na forma e no conteúdo e que não passará, na prática, de uma bandeira para consumo eleitoral.
Com a crise de 2011 e a ‘troika', muitas centenas de milhar de portugueses, sobretudo jovens, arriscaram, e bem, sair do país para encontrarem as saídas profissionais que não tinham em Portugal. E é evidente que, no momento em que há um ajustamento violento da economia, o país perdeu muito do seu potencial, perdeu muitos dos mais qualificados. Não haveria, provavelmente, outra alternativa, o mercado não é perfeito, não ficaram os melhores, ficaram os que estavam mais protegidos da concorrência, por uma leia laboral que ainda está longe de incentivar o mérito. E saíram os mais qualificados, com capacidade para ultrapassarem a concorrência em alguns dos países mais competitivos do mundo.
A 'recuperação' desta força de trabalho é desejável, mas não assim, desta forma, subsidiada e artificial. As políticas activas de emprego resultam, como resultaram em Portugal durante a crise, porque são muitas vezes a única solução, mas são sempre, para a maior parte dos beneficiários desses apoios ao emprego, uma solução provisória. Servem mais para ganhar tempo e menos para dar formação.
Ora, o Governo quer repetir a estratégia, e desta vez, para subsidiar o emprego dos emigrantes. E o problema não é sequer a limitada dotação financeira deste programa de apoio à contratação de portugueses que estão no estrangeiro, sobre o qual pouco ou nada se sabe ainda. O problema é mais fundo, é político e mostra uma opção contrária à lógica seguida pelo Governo. Pelo menos até agora.
Os emigrantes portugueses que estão empregados não vão deitar fora essa oportunidade por contratos de curto prazo e subsidiados em Portugal e os que estão no desemprego já regressaram a casa. Portanto, salvaguardadas as excepções, o VEM está condenado ao insucesso.
A melhor forma de garantir o regresso a Portugal de emigrantes qualificados - e já agora de captar cérebros internacionais - e fazer a reforma do Estado, que não saiu do guião, é criar um ambiente favorável aos negócios e ao investimento. O caminho escolhido agora servirá apenas para erguer a bandeira da promoção do emprego jovem e para deitar dinheiro à rua.
António Costa
00.06 h
Económico
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