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Juntos, podemos
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Juntos, podemos
A Europa em Bruxelas pode dar origem a uma união policêntrica. Com sustentação em infraestruturas como o Porto de Sines, confere maior centralidade a Portugal
A política portuguesa anda sensível. O espaço público está carregado de gente que se indigna por tudo e por nada. Há um par de semanas, António Costa reconheceu que Portugal em 2015, sob governação de Passos Coelho, está melhor do que Portugal em 2011, o tempo da derrocada socialista. Disse o óbvio mas a reacção foi de choque e pavor. Por estes dias, Cavaco Silva apontou 2014 como um ano de viragem para Portugal e, boa notícia, antecipou um crescimento potencial do PIB de 2% para este ano – o que será, aliás, uma das maiores taxas de crescimento da década. Mais uma vez, o bom senso presidencial limitou-se a apontar para o óbvio. Nem isso evitou que as carpideiras oficiais do regime caíssem sobre Belém. Mais do que sensível, a política indígena está próxima da histeria. Portugal não precisa nada disto e, em ano eleitoral, torna-se muito difícil fazer política num ambiente assim.
O Presidente da República tem toda a razão. Três anos é o tempo medido entre o resgate e o início da recuperação económica. É a medida da bancarrota à retoma. E nem sequer é só Cavaco Silva que o diz. Os números, que têm uma visão apartidária, ilustram uma descida pronunciada do desemprego, mostram as exportações a tocar em máximos históricos, os juros da dívida a baixar a níveis nunca vistos e a dívida pública a dar sinais de ter invertido o crónico sentido de engorda. Já economia - em nome de quem tantos críticos se levantaram contra o Governo – descolou depois de anos de anemia. A dupla depreciação do petróleo (beneficiando importadores de energia) e do euro (que faz o vento soprar a favor do nosso sector exportador) ameaça desafiar os pessimistas, colocando a economia portuguesa como uma das estrelas do crescimento no deflacionário clube do euro. Portugal em 2015 é obviamente um país melhor do que o Portugal de 2011. E por isso Costa também teve razão. Então qual é a dificuldade em reconhecer o óbvio? Podemos não estar todos de acordo com o percurso que fizemos até aqui. Por norma as maiorias absolutas conduzem à irredutibilidade absoluta das oposições. Mas talvez fosse útil encontrar um chão comum para o que está à nossa frente. Há temas suprapartidários, sobre os quais todos se podem pôr de acordo, da esquerda à direita, que devem sobreviver às flutuações eleitorais e que constituem uma base mínima para uma saudável convivência democrática. Portugal precisa de uma agenda positiva. E ela existe.
No final de 2014, o Conselho Europeu negociou um importante pacote sobre energia e alterações climáticas. Passos Coelho obrigou Hollande e Merkel a fazer horas extraordinárias: ou um acordo para o mercado único de energia ou nada. Houve acordo e, mais do que isso, uma enorme vitória que permitirá ao país dobrar as suas exportações e ter energia mais barata. Através da energia, a geografia da União Europeia é reconfigurada, sendo o seu centro esticado para sul. A Europa em Bruxelas pode dar origem a uma união policêntrica. Com sustentação em infraestruturas como o Porto de Sines, isso confere maior centralidade a Portugal. Mas para que se tirem benefícios deste dado novo, é importante que haja uma política consistente de Portugal no contexto europeu e Atlântico. E por falar em Atlântico, o mar é um dos domínios de maior potencial para a economia portuguesa mas onde ainda não se produziu uma estratégia consensual quando estamos perto de ver reconhecidas as pretensões de extensão da Plataforma Continental. O que faremos quando, ou se, isso acontecer? Há pouco quem saiba dar a resposta a esta questão. Outro contributo para a agenda positiva está a ser dado pelas cidades, que se têm inventado e reinventado constantemente. Caminhando cada vez mais para uma economia de proximidade mas exportável (gerada pelo mercado das smart cities), as cidades são cada vez mais micromodelos de desenvolvimento sectorial para o país, por exemplo na educação e na saúde.
Energia, mar e cidades: três eixos de desenvolvimento onde todos podem, sem dificuldade, estar de acordo. Portugal precisa de uma agenda positiva. E até já tem uma – só que ainda poucos se dignaram a olhar para ela.
Escreve à quarta-feira
Por Carlos Carreiras
publicado em 18 Mar 2015 - 08:00
Jornal i
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