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FLAD: uma ponte cultural para os Estados Unidos
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FLAD: uma ponte cultural para os Estados Unidos
A FLAD apoia, através do Arte Institute, o Festival Iberian Remix no Kennedy Center, em Washington, com uma instalação dos dois únicos prémios Pritzker portugueses, os arquitectos Siza Vieira e Souto Moura
A GÉNESE da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em 1985, foi definido um campo de acção cultural que, a par de outros de cariz científico, educativo e técnico, deveria contribuir para o desenvolvimento económico e social do país, no quadro de um estreitamento das relações entre Portugal e os Estados Unidos da América. A FLAD iniciou assim um rigoroso trabalho neste sentido, sem se substituir ao que outras instituições, quer estatais, quer privadas, iam realizando.
Existindo nos EUA importantes comunidades luso-descendentes, fortemente arreigadas às suas tradições, a FLAD elegeu como prioridade a promoção da língua e cultura portuguesas. Foram atribuídos apoios a departamentos de estudos portugueses em universidades, quer junto das comunidades (Brown, UMass Dartmouth, Rhode Island College, Santa Barbara e Berkeley, entre outros), quer em centros académicos onde não existiam focos de emigração nacional (Georgetown, Ohio State, Wisconsin, Chicago ou Notre Dame).
Destaca-se a proposta de um Projecto da Língua Portuguesa destinado a sensibilizar as autoridades americanas para a crescente importância das comunidades de língua portuguesa e também o apoio concedido à primeira edição do principal Manual de Ensino de língua portuguesa nas vertentes continentais e brasileira (Ponto de Encontro), que se tornou obra de referência.
O apoio à tradução de textos fundamentais da cultura portuguesa foi também uma preocupação constante. O trabalho da FLAD em torno da figura do Abade Correa da Serra, amigo íntimo de Thomas Jefferson, desde a doação do seu espólio à Torre do Tombo até à recuperação do seu quarto na residência do terceiro presidente norte-americano em Monticello, chamou a atenção da sociedade civil e dos agentes culturais americanos para a importância das relações históricas entre os dois países. A criação de bolsas de estudo na Biblioteca Nacional de Portugal e na Torre de Tombo vieram aumentar o interesse pela cultura portuguesa entre as instituições académicas americanas, tendo delas usufruído autores e professores consagrados.
Ao mesmo tempo, em Portugal, a FLAD foi co-fundadora das Fundações Arpad Szenes-Vieira da Silva, de Serralves e ainda da Culturgest, enquanto constituía a sua colecção de arte contemporânea que veio estimular um mercado ainda incipiente. Apoiou também um elevado número de agentes culturais que desempenharam um papel fundamental na promoção da Cultura Portuguesa.
Três décadas após a sua criação, os novos Estatutos da Fundação de 2013 afirmam a cultura como factor de desenvolvimento económico e social de Portugal e das comunidades luso-americanas num novo contexto que traz outros desafios às relações transatlânticas.
As negociações em curso para uma nova parceria de Comércio e Investimento (TTIP) entre a UE e os EUA prometem trazer novas oportunidades, enquanto a língua portuguesa, para lá do estatuto académico, afirma-se como activo económico. Por outro lado, as comunidades luso-americanas estão cada vez mais organizadas e os homens de negócios tornam-se também promotores de cultura.
É interessante verificar a corrente de escritores norte-americanos de ascendência portuguesa que se vai consagrando no meio literário. Académicos como George Monteiro e Onésimo de Almeida vêem os seus esforços coroados de sucesso dos dois lados do Atlântico, como testemunha o Projecto Disquiet (um verdadeiro Desassossego pessoano), ao mesmo tempo que escritores portugueses começam finalmente a ter o seu mercado nos EUA.
Nesse sentido, o novo Conselho Executivo da FLAD veio estabelecer novas prioridades, promovendo pela primeira vez um diálogo sistemático com os legisladores americanos de ascendência portuguesa, procurando, também com os líderes comunitários, identificar os principais desafios económicos e culturais, para diversificar o suporte financeiro a manifestações de cultura portuguesa nos EUA.
Neste sentido, destaca-se o apoio da FLAD, através do Arte Institute, ao Festival Iberian Remix no Kennedy Center, em Washington DC, para o qual o artista Nuno Vasa criou um eléctrico de cortiça em tamanho real, aliando a tradição à modernidade e divulgando uma das principais indústrias portuguesas. Foi também encomendada uma instalação aos dois únicos prémios Pritzker portugueses, os arquitectos Siza Vieira e Souto Moura. Por outro lado, apoiou-se um documentário exaustivo sobre os Portugueses da Califórnia. Foram ainda identificados novos campos de intervenção cultural, como o Provincetown Portuguese Festival ou o International Portuguese Music Awards, onde actuam os principais músicos luso-americanos.
Sendo a cultura um factor de desenvolvimento económico e social, o trabalho da FLAD nesta área tem honrado as suas obrigações estatutárias e as expectativas da sua criação, aproximando as comunidades e as culturas de Portugal e dos EUA, os seus agentes e os seus públicos.
A FLAD vai continuar a ser uma ponte para a cultura portuguesa nos EUA
Por Miguel Vaz
publicado em 24 Mar 2015 - 09:42
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