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O relógio manda mais...
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O relógio manda mais...
É recorrente surgir a dúvida na cabeça de quem sai: 'E para onde vamos depois de jantar?'. Eu próprio, vezes sem conta, me vejo sem saber o que fazer antes de ir para uma discoteca. Mas não pensem que sou de todo apologista de 'obrigar' as pessoas a sair mais cedo, limitando horários ou impedindo quem gosta de ficar até de manhã de o poder fazer verdadeiramente.
O que acho é que com tantos conceitos de enorme valor que têm surgido (e têm de facto), desde hambúrgueres, sushis, mercados transformados em áreas de restauração, existe claramente um gap no nosso mercado. Sítios de qualidade e com conceitos inovadores para que quem tem de se levantar cedo ou quem pura e simplesmente quer desfrutar de uma bebida num registo diferente antes de se deixar levar pela noite dentro num dos muitos clubes que proliferam por aí.
Muitas vezes nos pomos a criticar que hoje em dia a noite é só para os mais novos. Que já existem poucas ou nenhumas alternativas que nos façam respirar bom ambiente. Que as pessoas mais giras no geral já saem pouco e que quem tem maior capacidade financeira se deita cedo e por isso temos um entretenimento low-cost virado para a cerveja bebida num vão de escada, ou num beco de uma rua qualquer. E, como já não estamos para grandes confusões, se não podemos sair até tarde mais vale não sairmos porque temos de ir embora na fase do aquecimento.
Sinceramente penso que a culpa é do próprio mercado que nos fez acreditar que temos de fazer tempo para irmos para um clube porque este só vai estar bom a partir das 3h. Ainda esta semana quando fui buscar um amigo às 23h30 para ir a uma festa comigo, a resposta dele foi «vamos ficar cá em casa a beber uma cerveja ou duas para não parecermos os pacóvios que chegam cedo quando ainda não está lá ninguém».
Ora eu acho que este comportamento que tirou alguma beleza ao ambiente nocturno precisa de ser combatido com criatividade e com diferenciação, e quem o conseguir primeiro terá uma bela surpresa à sua espera. Cada vez mais as pessoas se preocupam com a sua saúde, com o corpo, com o bem-estar, querem ir à praia cedo, beber bebidas saudáveis , comer alimentos benéficos, e tudo isso tem tendência a alimentar também uma noite com outro tipo de oferta. Mas por que razão é que eu tenho que ser considerado um alien por jantar às 20h e ir beber um copo às 22h para ir dormir às 2h e no dia seguinte estar física e mentalmente preparado para 'a loucura do dia-a-dia'?
Tudo isto pode ter um forte impulso no Verão, nomeadamente no Algarve. As noites de Bali, as festas de Luau com velas e bebidas de fumos, os CD de Cafe del Mar e outros têm, acredito eu, espaço para um tipo de cliente que ninguém conquista. Tudo isto será benéfico também para a restauração, que hoje em dia se vê dependente das reservas a partir das 22h, ficando o primeiro turno destinado a alguns turistas perdidos que ainda não perceberam como isto funciona. Acredito muito que esta nova forma de estar e de pensar trará novas pessoas para a noite e outro tipo de diversão, bem como um aumento no consumo. Por enquanto resta-me sonhar porque... o relógio manda mais...
José Paulo do Carmo | 25/03/2015 16:19:37
SOLO que acho é que com tantos conceitos de enorme valor que têm surgido (e têm de facto), desde hambúrgueres, sushis, mercados transformados em áreas de restauração, existe claramente um gap no nosso mercado. Sítios de qualidade e com conceitos inovadores para que quem tem de se levantar cedo ou quem pura e simplesmente quer desfrutar de uma bebida num registo diferente antes de se deixar levar pela noite dentro num dos muitos clubes que proliferam por aí.
Muitas vezes nos pomos a criticar que hoje em dia a noite é só para os mais novos. Que já existem poucas ou nenhumas alternativas que nos façam respirar bom ambiente. Que as pessoas mais giras no geral já saem pouco e que quem tem maior capacidade financeira se deita cedo e por isso temos um entretenimento low-cost virado para a cerveja bebida num vão de escada, ou num beco de uma rua qualquer. E, como já não estamos para grandes confusões, se não podemos sair até tarde mais vale não sairmos porque temos de ir embora na fase do aquecimento.
Sinceramente penso que a culpa é do próprio mercado que nos fez acreditar que temos de fazer tempo para irmos para um clube porque este só vai estar bom a partir das 3h. Ainda esta semana quando fui buscar um amigo às 23h30 para ir a uma festa comigo, a resposta dele foi «vamos ficar cá em casa a beber uma cerveja ou duas para não parecermos os pacóvios que chegam cedo quando ainda não está lá ninguém».
Ora eu acho que este comportamento que tirou alguma beleza ao ambiente nocturno precisa de ser combatido com criatividade e com diferenciação, e quem o conseguir primeiro terá uma bela surpresa à sua espera. Cada vez mais as pessoas se preocupam com a sua saúde, com o corpo, com o bem-estar, querem ir à praia cedo, beber bebidas saudáveis , comer alimentos benéficos, e tudo isso tem tendência a alimentar também uma noite com outro tipo de oferta. Mas por que razão é que eu tenho que ser considerado um alien por jantar às 20h e ir beber um copo às 22h para ir dormir às 2h e no dia seguinte estar física e mentalmente preparado para 'a loucura do dia-a-dia'?
Tudo isto pode ter um forte impulso no Verão, nomeadamente no Algarve. As noites de Bali, as festas de Luau com velas e bebidas de fumos, os CD de Cafe del Mar e outros têm, acredito eu, espaço para um tipo de cliente que ninguém conquista. Tudo isto será benéfico também para a restauração, que hoje em dia se vê dependente das reservas a partir das 22h, ficando o primeiro turno destinado a alguns turistas perdidos que ainda não perceberam como isto funciona. Acredito muito que esta nova forma de estar e de pensar trará novas pessoas para a noite e outro tipo de diversão, bem como um aumento no consumo. Por enquanto resta-me sonhar porque... o relógio manda mais...
José Paulo do Carmo | 25/03/2015 16:19:37
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