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Só Existe AD Em Portugal
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Só Existe AD Em Portugal
Só existe um único grande partido em Portugal. Esse partido não se chama PSD, nem PS nem CDS. Esse partido chama-se AD. Foi a AD que teve a primeira maioria absoluta, em dezembro de 1979. Foi a AD que renovou e ampliou essa maioria absoluta, em outubro 1980. O PS estava encostado às cordas e Mário Soares tinha o futuro político hipotecado, mas após Camarate (4 de dezembro de 1980), a AD entrou numa espiral suicida. Balsemão não conseguiu segurar o barco, Cavaco e Eurico de Melo escreviam cartas contra a direção do partido, Freitas do Amaral, que saíra do Governo após Camarate, regressou a tempo de enterrar de vez a AD após as eleições autárquicas de 1982. Sem o espírito da AD, o Bloco Central entre PS e PSD desfez-se em 1985. Cavaco Silva, na primeira vez que se candidatou a primeiro-ministro, em outubro de 1985, não fez a AD e o país só lhe deu uma maioria relativa.
Pode-se dizer que houve uma AD para a eleição de Freitas do Amaral à presidência, em 1986, mas alguns eleitores não se esqueceram que Freitas fora o carrasco da AD de Sá Carneiro. E foi assim que Soares ganhou, contando ainda com os votos dos comunistas que conseguiram engolir sapos. No fundo, a vitória de Mário Soares foi uma benesse política para Cavaco Silva. Com Soares no sítio onde sempre quisera estar – ele achava uma chatice ser primeiro-ministro -, Cavaco “limpou” as traições de 1982 e começou a preparar a conquista de uma maioria absoluta. Conseguiu-a em 1987, onde recebeu os votos da AD, esvaziando então o CDS.
Segurou a maioria na reeleição de 1991, mas o PSD não conseguiu manter a AD em 1995, altura em que o PS de Guterres obteve uma maioria relativa. Guterres, por sua vez, não convenceu o eleitorado da AD e, por isso, não alcançou a maioria absoluta nas eleições de 1999. Demitiu-se em finais de 2001 e, nas eleições antecipadas de 2002, Durão Barroso falhou a maioria absoluta porque o CDS de Paulo Portas (ex-PSD) conseguira inverter a “vampirização” do eleitorado centrista, tendo recuperado parte dos votantes da AD. Barroso e Portas fizeram um acordo pós-eleitoral e até teria tido pernas para andar, não fosse a fuga de Durão para Bruxelas. O desgoverno de Santana e a desunião de Portas, que recusou fazer uma AD pré-eleitoral para as eleições antecipadas de 2005, atiraram o eleitorado mais sensível para as mãos da “amante” socialista. José Sócrates (ex-JSD) conseguiu cativar o eleitorado “órfão” da AD. Só que era uma farsa algo contranatura e, nas eleições de 2009, com todos os partidos divididos, a AD, uma vez mais, decidiu não dar a maioria absoluta a ninguém. Em 2010, quando se esperava a queda do governo minoritário de Sócrates, PSD e CDS fizeram uma aproximação e procuram ressuscitar o espírito da AD.
Preferiram ir a eleições separados porque sabiam que iriam ganhar: a AD já não queria Sócrates. Assinaram o acordo depois das eleições e levaram a sua AD até ao fim. No passado dia 25 de Abril, PSD e CDS assinaram uma coligação pré-eleitoral. É a primeiro entre os dois partidos desde 5 de julho de 1979. Mas, falta lá o partido de Gonçalo Ribeiro Telles e alguns independentes. Só assim será uma AD a sério. Sem essa garantia de unidade nacional, aquilo não é a AD. E sem a AD, Portugal regressa não a 1979, mas sim a 1977, quando até Sá Carneiro contemplava a hipótese do governo ser formado pelo PS, PSD e CDS.
Frederico Duarte Carvalho
Jornalista e escritor
28 Abril, 2015 19:47
OJE.pt
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