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Mensagem por Admin Qui maio 07, 2015 10:29 am

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Apesar dos mercados de ações terem registado novos máximos e de conhecermos os riscos inerentes a possíveis correções, as ações continuam a ser uma das classes centrais nas nossas carteiras de fundos multi-ativos, essencialmente porque continuamos a viver num ambiente de crescimento económico modesto e de ampla liquidez, ou seja, num ambiente propício às ações.

Por isso mesmo e apesar dos riscos, no presente trimestre, a maior alteração em termos de alocação face ao passado prende-se com as regiões que oferecem maior potencial para as ações, com os papéis norte-americanos – que privilegiávamos há já três anos – a sair das nossas preferências, passando de positivos a neutros e a ceder lugar às ações europeias.

As perspetivas para os ganhos norte-americanos tornaram-se menos atrativas, principalmente devido à força do dólar, o que nos fez rever em baixa as perspetivas de ganhos para estes meses, mas também pela anunciada subida das taxas de juro, que deverá acontecer mais à frente em 2015. De resto, as avaliações das ações não nos parecem atrativas comparativamente a outros mercados, embora os fluxos provenientes de investidores estrangeiros possam continuar a apoiá-las.

Pelo contrário, na Europa, vemos mais sinais de estabilização o que, a par do suporte dado pela política monetária e a desvalorização do euro, beneficiará os resultados das empresas. Ao mesmo tempo, as perspetivas para o crescimento e a inflação apontam um caminho positivo enquanto o rendimento negativo das obrigações ajudará a reduzir os custos de financiamento empresarial. As valorizações das ações europeias mantêm-se relativamente atrativas quando as comparamos com outros mercados desenvolvidos e o programa de Alívio Quantitativo do Banco Central Europeu deverá continuar a fornecer-lhes suporte.

As ações dos EUA passam, assim, a juntar-se às do Japão, região em que mantemos uma posição neutral até que seja possível descortinar o real impacto do “Abenomics” no ressurgimento da procura doméstica, e aos mercados emergentes, que se mantêm pressionados pela força do dólar e por problemas localizados, como o escândalo da Petrobras no Brasil e as sanções à Rússia originadas pelo conflito na Ucrânia. A mesma posição de neutralidade é mantida relativamente à região do Pacífico, isto apesar dos novos estímulos implementados na China, que comprovam a vontade das autoridades em apoiar o crescimento através de uma política económica mais acomodatícia.

As perspetivas para as obrigações levam a que mantenhamos uma posição neutral ou negativa para as várias opções desta classe de ativos: neutral para os títulos governamentais e negativa para as obrigações empresariais com grau de investimento e de alto rendimento, assim como para as emergentes denominadas em dólar.

Por isso mesmo, além das ações europeias, as únicas perspetivas positivas para o trimestre centram-se numa das classes alternativas: no mercado imobiliário europeu e do Reino Unido. Neste último caso, as previsões de consenso apontam para que o segmento de imobiliário comercial gere retornos de 12% em 2015 e, na Schroders, acreditamos que gerará um retorno global superior, mais próximo dos 15%, embora conscientes de possíveis correções no futuro. Relativamente ao resto da Europa, as nossas perspetivas apontam para que os retornos totais gerados pelo imobiliário com grau de investimento se fixem entre os 7 e os 9% ao ano até 2018.

Relativamente às “commodities”, continuamos com uma posição neutral, fruto de tendências divergentes: menos favoráveis à energia e ao ouro, pela queda dos preços do petróleo e face à valorização do dólar, respetivamente; neutras para a agricultura e mais positivas face aos metais industriais, em virtude do estímulo que ao investimento chinês em infraestruturas deverá trazer a estas matérias-primas e aos respetivos preços.


Mário Pires
Diretor de clientes institucionais e do mercado português da Schroders

7 Maio, 2015 00:20
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