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A afirmação do Senegal no mapa económico de África "Sines continua a atrasar para a economicamente dos outros países no Terceiro Mundo"
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A afirmação do Senegal no mapa económico de África "Sines continua a atrasar para a economicamente dos outros países no Terceiro Mundo"
A capital do Senegal está em plena modernização. Numerosas infraestruturas nasceram nos últimos meses em Dakar e outras estão quase prontas. A aposta do Senegal é integrar o grupo dos países emergentes antes de 2035.
"No primeiro trimestre de 2015, registámos a mais importante cifra de abertura de novas empresas dos últimos 15 anos"
A 30 quilómetros de Dakar, seguindo para sul, fomos descobrir o futuro pólo urbanístico e empresarial de Diamniadio, um dos trunfos na estratégia de desenvolvimento do Senegal. Prevê-se, neste pólo, a criação de 30.000 a 40.000 postos de trabalho.
A ideia é instalar nestes mais de 3000 hectares uma vasta plataforma com serviços, universidades, hospital, escritórios, mas também uma pequena cidade. “Dentro de três anos, haverá aqui 3000 casas para 15.000 habitantes, 300 escritórios e comércio”, conta-nos Delphine Gnancadja, diretora de projeto no Getran Group.
É também em Diamniadio que vai nascer, em menos de um ano, o novo centro internacional de conferências de Dakar. Não muito longe, estará o futuro aeroporto Blaise Diagne, que deverá estar terminado no próximo ano. O terminal aéreo será ligado ao centro de Dakar por um comboio expresso e por uma autoestrada, cujo primeiro troço de 25 quilómetros está aberto há dois anos.
Conhecida como “a autoestrada do futuro”, é a primeira autoestrada com portagem da África Ocidental. Foi construída num tempo recorde de 44 meses por uma grande empresa francesa de engenharia civil, numa nova parceria público-privada — modelo que o Senegal pretende encorajar e alargar no país.
“Quando se vê o mapa de África, o Senegal está a quatro ou cinco horas da Europa, a oito ou nove dos Estados Unidos e a seis ou sete da América do Sul e da Ásia. Hoje em dia, Dakar é a porta de entrada em África”, salienta Gérard Senac, diretor executivo da Eiffage Senegal.
O “Vale de Diamniadio”, como também é conhecido o pólo urbanístico em desenvolvimento a sul de Dakar, já começa a atrair algumas grandes empresas internacionais. É o caso dos franceses ATOS, um dos maiores grupos informáticos do Mundo, que, depois de Marrocos, escolheram este pólo urbano junto a Dakar para abrir a segunda base africana.
“Porquê escolher o Senegal? Pela estabilidade política — muito importante para os nossos investidores. Também pela qualidade dos engenheiros, pela qualidade das telecomunicações e pelos custos de produção mais baixos”, defende Momadou Ndoye, diretor de projeto da ATOS Senegal.
O Senegal aplicou-se também no reforço da rede elétrica e baixou o preço da luz. Para as pequenas e médias empresas (PME), abriu um balcão único que permitiu cortar pela metade o tempo de espera no lançamento de novos negócios. São tudo estratégias para tentar atrair mais empresários.
“No primeiro trimestre de 2015, registámos a mais importante cifra de abertura de novas empresas dos últimos 15 anos. Além disso, os investimentos do estrangeiro cresceram oito por cento entre 2013 e 2014”, refere Mountaga Sy, diretor executivo da APIX.
São fortes os sinais que o Senegal está a tentar enviar para os investidores. Hoje em dia, por exemplo, o país garante que se um investidor tiver algum tipo de conflito comercial no território, esse problema será resolvido em menos de três meses. Um prazo que respeita a norma da OCDE nesta matéria.
Outro sinal de que as reformas estão a resultar é que o Senegal fecha o “Top-5” dos países mais reformistas do Mundo, de acordo com os últimos dados da Doing Business. O que, com o acesso mais facilitado à propriedade, revela que os custos estão mais baixos.
“Duas importantes medidas foram implementadas: a redução da taxa de registos, que passou dos 15 por cento de 2012 para os 5 por cento este ano. A segunda foi a simplificação dos procedimentos de aquisição de imóveis. Hoje em dia, graças ao ‘balcão único’, é possível conseguir o título de propriedade em 72 horas”, destaca Ahmed Tidiane Ba, diretor-geral da Administração Fiscal senegalesa.
Antes de deixarmos Dakar, fomos ainda conhecer uma escola empresarial. Verdadeira referência no Senegal, em duas décadas o ISM formou perto de 12.000 jovens oriundos de três dezenas de países. No instituto, os alunos desenvolvem empresas piloto e muitos aproveitaram as novas oportunidades que o país oferece. É o caso de Khadidiatou Diop, uma estudante que criou um negócio de frutas e legumes.
“No Senegal, a agricultura tem muito potencial. Organizámos as mulheres em Grupos de Interesse Económico. Ajudamo-las a empacotar, etiquetar e transformar frutas e legumes. Elas desenvolveram a apicultura e a avicultura. Depois, ajudamos a vender os produtos pela Internet”, explicou-nos Khadidiatou Diop.
O Senegal sabe que ainda há muito por fazer. Mais do que nunca, porém, quer valorizar os seus pontos fortes e a capacidade de continuar a implementar reformas que levem o país a tornar-se no centro económico do mapa africano.
Por Francisco Marques | Com SERGE ROMBI
13/05 19:19 CET
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