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Tabu
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Tabu
O sector financeiro português está constantemente em mudança. As notícias mais lidas são relativas a fusões, a saídas do mercado nacional, a escândalos financeiros e às incertezas da solidez e da segurança dos depósitos.
A estatística prova que os portugueses são dos povos mais conservadores e metem na gaveta as aplicações financeiras já que elegem o depósito a prazo como o seu principal investimento.
O receio da perda é generalizado, talvez pela ainda recente memória das nacionalizações, dos prejuízos com papel comercial, obrigações subordinadas, ou mais recentemente, perdas com unidades de participação do Montepio e ainda por cima todos sabemos que o Estado não é apoio para ninguém. Fica o medo, com consequências e hábitos pouco saudáveis, se pensarmos que as empresas, não tendo acesso ao mercado de capitais, nem ao financiamento por outras vias, têm de recorrer ao crédito bancário.
Desde 2011 que os bancos, começaram a vender as suas participações financeiras em empresas estratégicas. O pânico e as novas regras de requerimento de capital obrigam a esforços adicionais que a banca não tem capacidade de resposta nem está disposta a fazer. O divórcio entre o tecido empresarial e a banca está finalmente consumado.
O mais impressionante é que a desconfiança é mútua. Os bancos desconfiam das empresas, mas ninguém confia na banca. Prova disto é que não existe um grupo português que neste momento seja dono de um banco ou tenha uma participação de comando numa instituição financeira cotada. Os maiores grupos ou já têm na sua estrutura de capital accionistas estrangeiros dominantes ou brevemente isto será uma realidade.
Há que perguntar o que aconteceu à iniciativa dos empresários portugueses. Até o mutualismo está em causa, assente na solidariedade e na comunhão de objectivos irá a breve trecho sofrer alterações profundas.
A transferência de instituições para mãos estrangeiras continua a ser uma inevitabilidade tendo em conta o actual tecido empresarial. A incerteza, risco reputacional, receio dos buracos que os bancos ainda possam ter, para além da falta de capital, impedem a criação de um grupo nacional. O até agora tabu, a fusão BCP-2.92% e BPI-2.62%, deixou de o ser. Falta mencionar que se trata de uma fusão entre bancos estrangeiros, que de português só têm o nome e alguns clientes nacionais. Teme-se o pior. Os donos do capital já não moram neste país.
As alterações no sistema financeiro e bancário são rápidas e a capacidade de transferir o capital em segundos, pode surpreender muitos administradores do sector. Em horas um banco pode estar falido, o que não acontecia há uma década. Esta realidade é assustadora e demonstra que qualquer fusão, angariação de capital ou mudança na estrutura dos bancos tem de ser tratada a pinças.
00:05 h
Pedro Lino
Económico
A estatística prova que os portugueses são dos povos mais conservadores e metem na gaveta as aplicações financeiras já que elegem o depósito a prazo como o seu principal investimento.
O receio da perda é generalizado, talvez pela ainda recente memória das nacionalizações, dos prejuízos com papel comercial, obrigações subordinadas, ou mais recentemente, perdas com unidades de participação do Montepio e ainda por cima todos sabemos que o Estado não é apoio para ninguém. Fica o medo, com consequências e hábitos pouco saudáveis, se pensarmos que as empresas, não tendo acesso ao mercado de capitais, nem ao financiamento por outras vias, têm de recorrer ao crédito bancário.
Desde 2011 que os bancos, começaram a vender as suas participações financeiras em empresas estratégicas. O pânico e as novas regras de requerimento de capital obrigam a esforços adicionais que a banca não tem capacidade de resposta nem está disposta a fazer. O divórcio entre o tecido empresarial e a banca está finalmente consumado.
O mais impressionante é que a desconfiança é mútua. Os bancos desconfiam das empresas, mas ninguém confia na banca. Prova disto é que não existe um grupo português que neste momento seja dono de um banco ou tenha uma participação de comando numa instituição financeira cotada. Os maiores grupos ou já têm na sua estrutura de capital accionistas estrangeiros dominantes ou brevemente isto será uma realidade.
Há que perguntar o que aconteceu à iniciativa dos empresários portugueses. Até o mutualismo está em causa, assente na solidariedade e na comunhão de objectivos irá a breve trecho sofrer alterações profundas.
A transferência de instituições para mãos estrangeiras continua a ser uma inevitabilidade tendo em conta o actual tecido empresarial. A incerteza, risco reputacional, receio dos buracos que os bancos ainda possam ter, para além da falta de capital, impedem a criação de um grupo nacional. O até agora tabu, a fusão BCP-2.92% e BPI-2.62%, deixou de o ser. Falta mencionar que se trata de uma fusão entre bancos estrangeiros, que de português só têm o nome e alguns clientes nacionais. Teme-se o pior. Os donos do capital já não moram neste país.
As alterações no sistema financeiro e bancário são rápidas e a capacidade de transferir o capital em segundos, pode surpreender muitos administradores do sector. Em horas um banco pode estar falido, o que não acontecia há uma década. Esta realidade é assustadora e demonstra que qualquer fusão, angariação de capital ou mudança na estrutura dos bancos tem de ser tratada a pinças.
00:05 h
Pedro Lino
Económico
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