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A estagnação dos salários
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A estagnação dos salários
Getty Images
Os salários estão a subir na Alemanha, depois de crescerem mais de dez anos abaixo da inflação e dos ganhos de produtividade. A subida dos salários alemães será benéfica para os seus parceiros, como Portugal, na medida em que estimular o consumo e as importações.
Entretanto, os salários portugueses baixaram com a crise da dívida e o programa de ajustamento acordado com a troika, embora não tanto como preconizava o insuspeito Paul Krugman, nem como ainda hoje desejam o FMI e a Comissão Europeia. A troika saiu de Portugal há um ano e depois disso, contra a sua vontade, subiu o salário mínimo.
Mas estes são pormenores, que não anulam a tendência para a quebra ou, pelo menos, a estagnação dos salários. Segundo o semanário The Economist, que não é de esquerda, os salários estagnaram nos países ricos, apesar da retoma do crescimento económico.
Na Grã-Bretanha os salários reais (isto é, descontando a inflação) desceram todos os anos entre 2009 e 2014, ano em que o salário médio ficou 10% abaixo do registado em 2009. Na própria Alemanha os salários estavam até há pouco 2,4% abaixo do nível de 2008. E no Japão o primeiro-ministro apela aos empresários para que subam os salários.
Nos Estados Unidos, onde em geral se manifestam primeiro as tendências económicas, após cinco anos de crescimento da economia os salários reais situam-se hoje num nível inferior ao do início de 2009. O Pew Research Center diz que o salário americano, em média, tem agora o mesmo poder de compra que possuía em 1979.
Estes indicadores são contestados por alguns, alegando que ignoram a melhoria em certos benefícios - na saúde, férias pagas, flexibilidade de horário, ambiente de trabalho, etc. Mas há quem contraponha que os ganhos não salariais do trabalhador médio americano desceram também, estando hoje ao nível mais baixo dos últimos 50 anos, enquanto os lucros das empresas e os ordenados dos gestores subiram muitíssimo.
Entre o fim da II Guerra Mundial e 1960 a subida dos salários nos EUA acompanhou a melhoria da produtividade. Desde 1960 até agora a produtividade subiu quase 220%, mas os salários reais não chegaram a aumentar 100%.
Têm sido apontadas várias causas para esta evolução preocupante, que não se verifica apenas nos EUA. A globalização, com as deslocalizações de empresas em busca de salários mais baixos, é um factor, que afecta sobretudo a mão-de-obra não qualificada. As dificuldades de emprego dos info-excluídos também contam: o desemprego tende a baixar salários para quem encontra trabalho. Na Revolução Industrial as máquinas começaram por destruir empregos, mas a prazo criaram muitos mais - agora, há quem duvide que com a generalização da informática e dos robots aconteça o mesmo.
A multiplicação do trabalho precário e a tempo parcial é outro factor a puxar os salários para baixo. O mesmo se diga da quebra no número de trabalhadores sindicalizados, em parte porque os sindicatos não se adaptaram às novas formas de trabalho, que já não seguem o 'modelo militar' de grandes unidades da era industrial.
Uma óbvia consequência da estagnação salarial nos EUA foi a entrada em massa das mulheres no mercado de trabalho.
Mas os possíveis efeitos económicos e sociais desta estagnação são tão sérios que os economistas e os políticos deveriam preocupar-se mais com ela.
Francisco Sarsfield Cabral | 02/06/2015 15:35:55
SOL
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