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A parábola dos cegos
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A parábola dos cegos
Em recente viagem à Guatemala, via Madrid, para um encontro sobre a obra de Juan de Mariana, deparei com um artigo (no "ABC") de Pedro Schwartz, presidente da Mont Pelerin Society.
A ironia do título - que roubei - ajuda a explicar o porquê de a economia ter razões que a política não entende. Mal que por cá se está a agudizar com propostas milagreiras que, a acontecerem, transformariam rosas em espinhos, mesmo que tal se desse com aval dos eleitores. Diz-se que as previsões dos economistas raramente são precisas, sobretudo no que se refere ao tempo de concretização, mas tal não obsta a que, além do mais, haja promessas impossíveis de cumprir. Verdade que os economistas-cortesãos costumam ignorar: comportando-se como o guia do quadro de Pieter Bruegel, o Velho, que conduz os outros cegos para o "buraco", arrastando atrás de si políticos e eleitores enganados ou disso desejosos.
Um bom exemplo desta cegueira é a ideia de que a austeridade leva os países a uma maior depressão. E nem mesmo o crescimento, contra todas as "certezas", de países como a Irlanda e o Reino Unido ou Portugale Espanha - até a Grécia já crescia antes do Syriza - demove os keynesianos de todos os partidos das suas falácias. Argumentando que cortes nas pensões, nos gastos com a função pública e nas grandes obras públicas significam menos dinheiro na economia, levando, por isso, ao agudizar da crise. Como se a saída da crise não passasse pela busca de equilíbrio orçamental e redução da despesa pública. Ao invés de um crescimento económico assente em políticas de gastança incentivadas artificialmente por oligarquias que parasitam o Estado de mentira.
Felizmente, cada vez mais pessoas sentem que o financiamento do público impede o financiamento privado: vide a imensa quantidade de dívida do Estado com rédito assegurado que os bancos preferem manter, em vez de conceder crédito a pequenas e grandes empresas. E até os eleitores estão mais cientes de que o investimento público tende a concentrar os recursos produtivos onde menos são precisos para um são crescimento.
Mesmo assim não faltam, nos media e nos palácios do regime, cortesãos ("palaciegos") a defender aumentos de despesa, com mais impostos ou dinheiro barato. Políticas de endividamento que muito devem à "arrogância fatal" de banqueiros centrais que pensam saber como usar a política monetária para evitar os altos e baixos da economia real. Uma arrogância que vai no mesmo sentido das políticas de congelamento das rendas ou do aumento por decreto do salário mínimo. Medidas contraproducentes, mas sempre usadas por camaleões e charlatões que contam com a nossa cegueira: a mesma que nos impede de ver a insustentabilidade do chamado Estado social na sua forma actual.
Será que ainda vamos a tempo de perceber quanto mais teríamos crescido se, em vez de se insistir na subida de impostos, se tivesse reduzido mais os gastos, e, já agora, de descobrir por que tantas vezes a carga fiscal não recai sobre aqueles a quem estava destinada?
00:05 h
José Manuel Moreira
Económico
A ironia do título - que roubei - ajuda a explicar o porquê de a economia ter razões que a política não entende. Mal que por cá se está a agudizar com propostas milagreiras que, a acontecerem, transformariam rosas em espinhos, mesmo que tal se desse com aval dos eleitores. Diz-se que as previsões dos economistas raramente são precisas, sobretudo no que se refere ao tempo de concretização, mas tal não obsta a que, além do mais, haja promessas impossíveis de cumprir. Verdade que os economistas-cortesãos costumam ignorar: comportando-se como o guia do quadro de Pieter Bruegel, o Velho, que conduz os outros cegos para o "buraco", arrastando atrás de si políticos e eleitores enganados ou disso desejosos.
Um bom exemplo desta cegueira é a ideia de que a austeridade leva os países a uma maior depressão. E nem mesmo o crescimento, contra todas as "certezas", de países como a Irlanda e o Reino Unido ou Portugale Espanha - até a Grécia já crescia antes do Syriza - demove os keynesianos de todos os partidos das suas falácias. Argumentando que cortes nas pensões, nos gastos com a função pública e nas grandes obras públicas significam menos dinheiro na economia, levando, por isso, ao agudizar da crise. Como se a saída da crise não passasse pela busca de equilíbrio orçamental e redução da despesa pública. Ao invés de um crescimento económico assente em políticas de gastança incentivadas artificialmente por oligarquias que parasitam o Estado de mentira.
Felizmente, cada vez mais pessoas sentem que o financiamento do público impede o financiamento privado: vide a imensa quantidade de dívida do Estado com rédito assegurado que os bancos preferem manter, em vez de conceder crédito a pequenas e grandes empresas. E até os eleitores estão mais cientes de que o investimento público tende a concentrar os recursos produtivos onde menos são precisos para um são crescimento.
Mesmo assim não faltam, nos media e nos palácios do regime, cortesãos ("palaciegos") a defender aumentos de despesa, com mais impostos ou dinheiro barato. Políticas de endividamento que muito devem à "arrogância fatal" de banqueiros centrais que pensam saber como usar a política monetária para evitar os altos e baixos da economia real. Uma arrogância que vai no mesmo sentido das políticas de congelamento das rendas ou do aumento por decreto do salário mínimo. Medidas contraproducentes, mas sempre usadas por camaleões e charlatões que contam com a nossa cegueira: a mesma que nos impede de ver a insustentabilidade do chamado Estado social na sua forma actual.
Será que ainda vamos a tempo de perceber quanto mais teríamos crescido se, em vez de se insistir na subida de impostos, se tivesse reduzido mais os gastos, e, já agora, de descobrir por que tantas vezes a carga fiscal não recai sobre aqueles a quem estava destinada?
00:05 h
José Manuel Moreira
Económico
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