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Citoyens!
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Citoyens!
A burguesia, tal como a reconhecemos no processo europeu, esteve durante séculos ausente do nosso mapa.
“…Ó Horror! Os burgueses de Portugal têm de pior que os outros o serem portugueses!...” Assim gritava o jovem Almada Negreiros na sua “Cena do Ódio”. A ideia de indigência não era nova, e em todas as épocas a nossa literatura está plena dessa ironia, sempre certeira e eficaz nas audiências.
Em boa verdade, a História e a nossa historiografia em geral apontam um percurso em que a um período medieval de afirmação territorial, guerreiro, social e economicamente rico e participado, sucede um ciclo de expansão imperial, de centralismo político efectivo, mas que mercê de sucessivas vicissitudes conjunturais, quer da conveniência diplomática (as alianças), quer de natureza religiosa (o Santo Ofício), deu ao “Estado” um progressivo papel de preponderância cultural na orientação do destino pátrio.
A massa crítica produtiva esvaiu-se com a Inquisição, que durou quase 300 anos. O império assentou exclusivamente em sucessivos filões de riqueza que alimentaram uma metrópole ociosa e pouco produtiva. O liberalismo constitucional tardou e foi importado… do Brasil. A República foi implantada por intelectuais generosos mas “fora do penico”, e caiu rapidamente nas mãos medrosas de um Portugal profundo que só aparentemente se apagou com esta II República e com o fim do império.
Ou seja, a burguesia, tal como a reconhecemos no processo europeu, esteve durante séculos ausente do nosso mapa. O Estado foi sempre o paizinho indutor do desenvolvimento e só por ele se gerou iniciativa e riqueza. À sua sombra gravitam agora os injustamente acusados de “liberais”. Mentem e não sabem agir de outra maneira. Almada tinha razão.
Historiador.
Escreve ao sábado
Elisio Summavielle
06/06/2015 08:00
Jornal i
“…Ó Horror! Os burgueses de Portugal têm de pior que os outros o serem portugueses!...” Assim gritava o jovem Almada Negreiros na sua “Cena do Ódio”. A ideia de indigência não era nova, e em todas as épocas a nossa literatura está plena dessa ironia, sempre certeira e eficaz nas audiências.
Em boa verdade, a História e a nossa historiografia em geral apontam um percurso em que a um período medieval de afirmação territorial, guerreiro, social e economicamente rico e participado, sucede um ciclo de expansão imperial, de centralismo político efectivo, mas que mercê de sucessivas vicissitudes conjunturais, quer da conveniência diplomática (as alianças), quer de natureza religiosa (o Santo Ofício), deu ao “Estado” um progressivo papel de preponderância cultural na orientação do destino pátrio.
A massa crítica produtiva esvaiu-se com a Inquisição, que durou quase 300 anos. O império assentou exclusivamente em sucessivos filões de riqueza que alimentaram uma metrópole ociosa e pouco produtiva. O liberalismo constitucional tardou e foi importado… do Brasil. A República foi implantada por intelectuais generosos mas “fora do penico”, e caiu rapidamente nas mãos medrosas de um Portugal profundo que só aparentemente se apagou com esta II República e com o fim do império.
Ou seja, a burguesia, tal como a reconhecemos no processo europeu, esteve durante séculos ausente do nosso mapa. O Estado foi sempre o paizinho indutor do desenvolvimento e só por ele se gerou iniciativa e riqueza. À sua sombra gravitam agora os injustamente acusados de “liberais”. Mentem e não sabem agir de outra maneira. Almada tinha razão.
Historiador.
Escreve ao sábado
Elisio Summavielle
06/06/2015 08:00
Jornal i
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