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Mensagem por Admin Qui Jun 11, 2015 12:27 pm

Imobiliário Português – Um Mercado De Oportunidades Francisco-Horta-e-Costa-750x400

Apesar de estar lentamente a sair da maior crise dos últimos tempos, Portugal é hoje um país onde se respira uma confiança que já não se sentia há vários anos. Os principais indicadores económicos começam a dar sinais de uma consolidação sustentada, com o Produto Interno Bruto a crescer 0,9% em 2014, sendo que, em 2015, o Banco de Portugal aponta para um crescimento de 1,7%, duas décimas acima anteriores projeções. É esperada uma nova redução na taxa de desemprego e um acelerar das exportações em consequência de uma maior procura externa.

O mercado imobiliário português tem-se ressentido positivamente deste contexto macroeconómico mais favorável, com um leque alargado de investidores estrangeiros, privados e institucionais, presentes novamente no mercado, principalmente focados no investimento em imobiliário comercial de rendimento. Os montantes de capital subiram significativamente nos últimos 18 meses, tendo feito disparar os níveis de investimento em 2014, tendo estes quase triplicado face ao ano anterior, atingindo quase 900 milhões de euros. A procura abarca todos os setores, com especial enfoque nos escritórios e lojas prime, sendo que 2015 deverá assistir a transações de centros comerciais de média e grande dimensão. Esta afluência de investimento no mercado de escritórios fez com que as yields baixassem mais de 200 pontos base em dois anos, estando agora nos 6,25% para os escritórios. As lojas de rua em zonas prime de Lisboa, muito procuradas por todo o tipo de investidores, são transacionadas com taxas de rentabilidade inferiores a 6%.

No ano transato, o mercado de arrendamento de escritórios registou um crescimento de 60% face a 2013, correspondendo a cerca de 125 mil m2 colocados, superando em 25% a média dos últimos seis anos. No entanto, as dez maiores transações correspondem a cerca de 40% da absorção de escritórios, levando a concluir que a melhoria na situação económica do país ainda não chegou às pequenas e médias empresas, ao ponto de estas sentirem necessidade de aumento de espaço e consequente mudança para novas instalações.

Também no mercado residencial há uma panorâmica totalmente distinta daquela que existia até há dois anos atrás. Instrumentos como o “Golden Visa” ou o Regime dos Residentes Não Habituais fizeram disparar as vendas de casas, com especial enfoque nos chineses e franceses, que foram responsáveis por 18% e 16% das vendas a estrangeiros, respetivamente, tendo estas totalizado 23 mil imóveis. Os preços em zonas prime como a Avenida da Liberdade ou o Chiado, em Lisboa, subiram para valores que podem atingir os 7 ou 8 mil euros por metro quadrado, fazendo com que, no último ano, se tenha reativado em grande escala a venda de edifícios para reabilitar, principalmente no centro de Lisboa. A procura de imóveis residenciais reativou-se também no Algarve, onde os ingleses continuam a dominar o mercado, tendo esta nacionalidade sido responsável por 23% da totalidade das vendas de imóveis a cidadãos estrangeiros. A atenção dos investidores alargou-se, desta forma, também aos resorts, sendo muito provável que pelo menos dois dos mais conhecidos projetos em Portugal sejam alienados a investidores estrangeiros em 2015.

Assistimos também, recentemente, às alterações ao tratamento fiscal dos fundos de investimento imobiliário, passando a tributação a ser feita na esfera dos investidores (e não do fundo), aquando do recebimento do dividendo. Este é um prenúncio para a legislação que se espera venha a ser aprovada ainda antes das eleições das SIPI – Sociedades de Investimento em Património Imobiliário, um veículo em tudo semelhante às SOCIMI, que tanto investimento geraram em Espanha no último ano.

Por todas estas razões, o mercado imobiliário português regista um forte dinamismo, com novos investidores, novos players, novos instrumentos de investimento e novos regimes fiscais que em tudo justificam um regresso ao mercado para aproveitar as oportunidades que este apresenta.

Francisco Horta e Costa
Diretor-geral da CBRE
11 Junho, 2015 12:44
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