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O que penso sobre os que mudam de partido
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O que penso sobre os que mudam de partido
Depois dos Estados Gerais de Guterres e dos apelos de Durão Barroso, os independentes que não precisaram dos partidos para construir a sua relevância mediática, já não vão em cantos de sereia. Gente das ciências, da academia, da cultura, filósofos e pedagogos, acreditaram que a democracia estava consolidada, que a década de 90 traria um novo paradigma, que os partidos estavam em condições de se abrir ao exterior.
Puro engano. Que não será cometido nos próximos anos. Podem ser ingénuos, mas não são parvos, o passado mostrou-lhes que não contam após a contagem dos votos, são um instrumento utilizado pelo poder. É nesta lógica que surge António Capucho. Na Convenção do PS, António Costa precisava de bandeiras e factos políticos; um fundador do PSD a declarar o apoio não era coisa que se pudesse desprezar. Por isso, ofereceu-lhe um palco que Capucho perdera há muito no seu próprio partido. Depois foi o que vimos, embaraçoso.
É um outro problema, o dos homens e mulheres que mudam de partido. Em tese, é um direito que nos assiste a todos - vivemos várias vidas numa só, é natural que a passagem de tempo nos traga diferentes perspectivas que se materializam em opções partidárias também diferentes. Mas não é assim que sucede. Todos os que mudam de partido acabam por ficar na terra de ninguém, deixam de ser respeitados pela sua família política e serão sempre cristãos novos nos partidos para onde migram. Para uns, não passam de traidores. Para outros, de oportunistas.
Aconteceu com Zita Seabra, Pina Moura, Sottomayor Cardia e Basílio Horta. Aconteceu também com Salgado Zenha, Freitas do Amaral e Carvalho da Silva. Nuns casos com injustiça, noutros com toda a justiça; o certo é que apesar de alguns terem vivido com honra, nunca mais foram olhados com o respeito que tinham antes. Passaram a ser estrangeiros no seu próprio país, olhados de lado e sem condescendência, vistos pelos próprios jornalistas como figuras que perderam a coerência em nome de objectivos menores, os seus.
Quando o movimento é da esquerda para a direita, o ruído é maior. A esquerda continua a ser vista como um campo de utopia que, nos partidos revolucionários, se transforma num campo de onde não há fuga possível: quem entra não pode sair sem ficar para sempre amputado. Quando o movimento é inverso, o tumulto é menos intenso. O pragmatismo da primeira opção faz com que qualquer mudança pareça menos dolorosa.
As declarações de Capucho fazem pena. Não por apoiar Costa e o PS (está no seu direito e é compreensível que o faça), mas pelo que afirmou a seguir, um homem tão sequioso de palco não pode ser comparado com nenhum dos que antes citei. Já outro caso recente, Carvalho da Silva, é mais interessante. Abandonou o PC mas continua a ser do PC, as palavras que diz, os gestos que faz, os silêncios que deixa são o próprio alfabeto que quis renegar. Será um apátrida toda a vida. Não é sorte que se queira.
luis.osorio@sol.pt
Luís Osório | 22/06/2015 15:20
SOL
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