A máscara

O número de beneficiários do subsídio de desemprego é o mais baixo em seis anos e o Governo faz gala disso. Mas não tem razões para o fazer.

Este é bem o caso da má notícia mascarada de boa notícia.

O emprego registou apenas um aumento residual e o desemprego continua em valores que nos colocam no top da OCDE. Por isso, há que procurar outras alternativas. Primeiro, naqueles que já não beneficiam do subsídio de desemprego porque deixaram de poder: os desempregados de longa duração.

Segundo, nas centenas de milhar de emigrantes que partiram nos últimos anos porque cá não encontram respostas. 

Terceiro, naqueles que têm sido abrangidos por programas de emprego e formação profissional e que, transitoriamente, deixam de entrar na estatística. Quarto, nos que vão engrossando fila no limbo dos "inactivos" sem que ninguém se questione sobre as causas da sua inactividade. E o conjunto destas razões não pode deixar de ser conjugado com outro dado: também o valor médio do subsídio de desemprego recuou para números de 2009. Em suma, menos subsídio para menos cidadãos. Esperar-se-ia algo de diferente desta coligação?

00:04 h
André Barata
Económico