Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 379 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 379 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
Depois não se queixem!
Página 1 de 1
Depois não se queixem!
Estão a desaparecer portugueses, à razão de 150 por dia! Vamos aos últimos números do INE e, como diz o outro, é fazer as contas: ao saldo negativo entre os que morrem e os que nascem, acrescentamos a emigração, que bate todos os recordes, e temos o retrato enrugado de um povo que definha, entretido com a mais longa campanha eleitoral de sempre, em suicídio assistido.
Para repormos a brava espécie, assegurando a substituição de gerações, as nossas mulheres deveriam estar a conceber, em média, 2,1 filhos, pese a desumanidade das médias.
Em 1970, a taxa por cada portuguesa estava nos 3 filhos. Já em 1990 essa taxa caiu para 1,57, chegando aos dias de hoje a uns dramáticos 1,2. Na Europa vamos em últimos, e estamos entre os piores do Mundo na reprodução - desgraçado espelho, que tal imagem nos devolves!
A espiral inquieta: menos crianças a nascer significa menos jovens ativos e contribuintes, e cada vez mais pensionistas. Em palavrões, é a sustentabilidade do sistema de Segurança Social que está em causa. Em melhor português, o problema está em saber como e quem vai pagar a conta. E se alguma fatura, a prazo, ainda se exprime em português.
É costume indígena criar uma comissão quando não se quer resolver um problema. Aliás, Churchill já tinha prevenido que um camelo é um cavalo desenhado por uma comissão.
Mas há um "grupo de trabalho", como lhe passou a chamar o Governo cessante, cujo relatório e propostas acenam a um pacto de gerações e não fazem jus à ironia do bife inglês.
A "Comissão para uma Política da Natalidade em Portugal", coordenada pelo professor Joaquim Azevedo, produziu um estudo e propostas que estão aí. E não podem, sob crime de lesa-património e inteligência, ser ignorados nesta campanha eleitoral.
O estudo foi encomendado pelo PSD, e as propostas da comissão independente foram publicadas há mais de um ano. E, para que conste, foram dirigidas a todos os partidos. Mas patinam no tinteiro das decisões, tal como a reforma do Estado. Se ainda há Governo, essas não constam das suas prioridades.
Sabiam que os pensionistas já são um terço do eleitorado? Depois não se queixem!
Neste Ano Internacional da Luz, antevejo uma réstia. Porque é da natureza que a hora mais escura é a que precede o amanhecer. Eis a novidade: pela primeira vez, os principais partidos incluem nos seus programas capítulos inteiros sobre a crise demográfica e propostas para a combater.
Por mim, partilho da inquietação de Joaquim Azevedo, quando prevenia que, não fazendo mais filhos, nos arriscamos à extinção. É que não há nada de mais criador do que acrescentar vida à vida que nos deram.
28.06.2015
AFONSO CAMÕES
Jornal de Notícias
Para repormos a brava espécie, assegurando a substituição de gerações, as nossas mulheres deveriam estar a conceber, em média, 2,1 filhos, pese a desumanidade das médias.
Em 1970, a taxa por cada portuguesa estava nos 3 filhos. Já em 1990 essa taxa caiu para 1,57, chegando aos dias de hoje a uns dramáticos 1,2. Na Europa vamos em últimos, e estamos entre os piores do Mundo na reprodução - desgraçado espelho, que tal imagem nos devolves!
A espiral inquieta: menos crianças a nascer significa menos jovens ativos e contribuintes, e cada vez mais pensionistas. Em palavrões, é a sustentabilidade do sistema de Segurança Social que está em causa. Em melhor português, o problema está em saber como e quem vai pagar a conta. E se alguma fatura, a prazo, ainda se exprime em português.
É costume indígena criar uma comissão quando não se quer resolver um problema. Aliás, Churchill já tinha prevenido que um camelo é um cavalo desenhado por uma comissão.
Mas há um "grupo de trabalho", como lhe passou a chamar o Governo cessante, cujo relatório e propostas acenam a um pacto de gerações e não fazem jus à ironia do bife inglês.
A "Comissão para uma Política da Natalidade em Portugal", coordenada pelo professor Joaquim Azevedo, produziu um estudo e propostas que estão aí. E não podem, sob crime de lesa-património e inteligência, ser ignorados nesta campanha eleitoral.
O estudo foi encomendado pelo PSD, e as propostas da comissão independente foram publicadas há mais de um ano. E, para que conste, foram dirigidas a todos os partidos. Mas patinam no tinteiro das decisões, tal como a reforma do Estado. Se ainda há Governo, essas não constam das suas prioridades.
Sabiam que os pensionistas já são um terço do eleitorado? Depois não se queixem!
Neste Ano Internacional da Luz, antevejo uma réstia. Porque é da natureza que a hora mais escura é a que precede o amanhecer. Eis a novidade: pela primeira vez, os principais partidos incluem nos seus programas capítulos inteiros sobre a crise demográfica e propostas para a combater.
Por mim, partilho da inquietação de Joaquim Azevedo, quando prevenia que, não fazendo mais filhos, nos arriscamos à extinção. É que não há nada de mais criador do que acrescentar vida à vida que nos deram.
28.06.2015
AFONSO CAMÕES
Jornal de Notícias
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin