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Economia, anemia
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Economia, anemia
O ar pesado da recessão já desapareceu, o crescimento voltou e até pode traduzir-se em mais riqueza do que o esperado pelo governo no início do ano se o tumulto na Grécia não der uma valente dentada no PIB. São boas notícias que devem ser sublinhadas sem ocultar o impasse no desemprego, que navega pelos 13%, ora umas décimas acima ora algumas abaixo, e que expõe uma situação económica e financeira inconsistente. A medíocre capacidade do país para criar oportunidades de trabalho é a ponta do icebergue. Por trás, na origem desta anemia, há várias explicações estruturais que não se resolvem atirando para a fogueira dinheiro que não há, embora o investimento público, hoje estupidamente diabolizado, tenha de recomeçar a cumprir o seu papel na forma de políticas públicas (incentivos e não só) que facilitem o caminho que os privados têm de liderar.
Acontece que as empresas estão sobre-endividadas. Os balanços dos bancos permanecem nos cuidados intensivos. Números desta semana traçam um cenário de terror. O malparado nas famílias está nos 4,4% (duplicou durante a crise), mas o das empresas continua numa escalada vertical rumo ao insustentável. O crédito vencido está nos 15%, quando em 2008 era de 1,6%. E nesta percentagem horripilante, que coloca a banca entre a espada e a parede, não estão assumidos todos os atrasos nas prestações. Ainda há muitos negócios zombie que sobrevivem porque o sistema financeiro não pode senão manter no papel, no magnífico Excel, as aparências para alemão ver.
O resultado desta razia em câmara lenta ficou ainda mais claro entre janeiro e abril: os bancos concederam menos 4,7 mil milhões de novo crédito do que em igual período do ano passado, uma monumental quebra de 31%. O acesso das grandes empresas aos mercados de dívida internacionais justificará parte do rombo, mas não a fatia de leão. Simplesmente, os bancos fecharam mais a torneira para se proteger dos incumprimentos, e como a bolsa nacional é uma miragem perigosa e arriscada - ou inacessível para as PME - o que sobra para os empresários são tostões que travam o investimento, reduzem o crescimento e mantêm o desemprego onde a economia real permite que esteja: nos estaleiros, à espera, talvez, que o tempo passe depressa. No meio disto, o crédito à habitação voltou a subir. Será esta a nova economia?
P.S. Hoje é dia de referendo na Grécia. Aguardemos pelos resultados.
por André Macedo
Diário de Notícias
Acontece que as empresas estão sobre-endividadas. Os balanços dos bancos permanecem nos cuidados intensivos. Números desta semana traçam um cenário de terror. O malparado nas famílias está nos 4,4% (duplicou durante a crise), mas o das empresas continua numa escalada vertical rumo ao insustentável. O crédito vencido está nos 15%, quando em 2008 era de 1,6%. E nesta percentagem horripilante, que coloca a banca entre a espada e a parede, não estão assumidos todos os atrasos nas prestações. Ainda há muitos negócios zombie que sobrevivem porque o sistema financeiro não pode senão manter no papel, no magnífico Excel, as aparências para alemão ver.
O resultado desta razia em câmara lenta ficou ainda mais claro entre janeiro e abril: os bancos concederam menos 4,7 mil milhões de novo crédito do que em igual período do ano passado, uma monumental quebra de 31%. O acesso das grandes empresas aos mercados de dívida internacionais justificará parte do rombo, mas não a fatia de leão. Simplesmente, os bancos fecharam mais a torneira para se proteger dos incumprimentos, e como a bolsa nacional é uma miragem perigosa e arriscada - ou inacessível para as PME - o que sobra para os empresários são tostões que travam o investimento, reduzem o crescimento e mantêm o desemprego onde a economia real permite que esteja: nos estaleiros, à espera, talvez, que o tempo passe depressa. No meio disto, o crédito à habitação voltou a subir. Será esta a nova economia?
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por André Macedo
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