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Lisboa, Planos De Drenagem E De Pavimentação, Entre Anúncios Repetidos E Mudanças De Atitude
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Lisboa, Planos De Drenagem E De Pavimentação, Entre Anúncios Repetidos E Mudanças De Atitude
O exercício do mandato de Fernando Medina como presidente da Câmara Municipal de Lisboa em substituição de António Costa está claramente condicionado pelas próximas eleições legislativas.
O atual presidente de câmara herdou um mandato cujo exercício será marcado pela permanente dúvida entre a proteção da imagem do seu antecessor e a afirmação própria. Pelo menos até às eleições legislativas, esperava-se do sucessor de António Costa uma atitude de continuidade da linha de ação no município, evitando as divergências ou as iniciativas que pudessem colocar a claro os erros e as fragilidades do agora candidato a primeiro-ministro, evitando assim enfraquecer a respetiva imagem.
António Costa utiliza com frequência exemplos concretos da sua gestão na capital para demonstrar o que pretende levar a cabo no país. Este facto demonstra a importância que tem a salvaguarda da imagem que procurou construir sobre a sua gestão na câmara municipal.
Os recentes anúncios sobre a concretização do plano de drenagem da cidade de Lisboa e do investimento num plano de pavimentação das ruas da cidade parecem ser um sinal de que Fernando Medina decidiu antecipar o seu processo de afirmação pessoal à frente da câmara, mesmo sacrificando a expectável prioridade na salvaguarda da imagem de António Costa.
A apresentação do Plano de Drenagem da Cidade de Lisboa significa, na prática, uma crítica a António Costa. Com efeito, o Plano de Drenagem para a cidade de Lisboa, que visa diminuir o risco de inundações na cidade, foi elaborado por iniciativa de Carmona Rodrigues e concluído em 2007. Em 2008, António Costa submete-o a deliberação da câmara e é aprovado. Lisboa tem um plano de drenagem aprovado há sete anos. Mas António Costa deixou-o na gaveta. O investimento na rede de saneamento da cidade nos últimos anos foi insignificante e a execução do plano de drenagem nunca foi uma prioridade para o anterior presidente da câmara.
As últimas e recorrentes inundações na cidade de Lisboa tornaram evidente o erro cometido por António Costa quando não concretizou o plano de drenagem. Numa primeira fase, começou por afirmar que o plano de drenagem não resolve o problema das inundações, mantendo a recusa de dar prioridade à sua execução e depois, muito a custo, resolveu, não concretizar, mas rever o referido plano. Mas, mesmo nesta fase, recusou aumentar o investimento na respetiva concretização.
Pois bem, nesta semana, Fernando Medina anuncia o Plano de Drenagem para a Cidade de Lisboa – que na verdade é uma atualização do anterior e não um novo como habilmente pretende fazer crer, mas anuncia – e essa é a parte verdadeiramente significativa – o compromisso de efetuar um relevante investimento na concretização do referido plano (uma revisão do original), assumindo este projeto como uma prioridade.
Se, por um lado, se saúda que, embora com um atraso de sete anos, Fernando Medina finalmente dê a necessária prioridade ao Plano de Drenagem da Cidade de Lisboa, não deixa de ser significativa a mudança de atitude face ao anterior presidente que se traduz numa crítica à atitude então tomada sobre a mesma questão.
Algo de semelhante ocorre em relação ao plano de pavimentação anunciado também nesta semana.
No espaço de cerca de um ano, o atual executivo socialista anunciou três planos de pavimentação: em junho de 2014, com 17 milhões de euros para 195 ruas; em abril de 2015, com 10 milhões de euros para 100 ruas e agora, o próprio presidente anuncia 25 milhões de euros para 150 ruas.
Entretanto, as ruas de Lisboa estão cada vez mais esburacadas. Este anúncio, nesta altura, por um lado coloca mais em evidência o mau estado do pavimento, mas, mais significativo, é uma crítica à incapacidade que a câmara teve, até agora, em resolver o problema.
Há, no entanto, uma linha de continuidade nestas atitudes, em coerência com a prática socialista. De facto, nestes dois exemplos, o facto de não serem cumpridos os compromissos dos anúncios iniciais levam a que, com prejuízo para os lisboetas, a concretização derrape no tempo. Por outro lado, tanto para o plano de drenagem como para o plano de pavimentação, a câmara vai recorrer a financiamentos externos (mesmo depois do brutal aumento de taxas e de tarifas).
Dito de outro modo, na linha socialista de António Costa e agora de Fernando Medina, também aqui será “mais tempo e mais dinheiro”.
Por António Prôa, Vereador na Câmara Municipal de Lisboa
16 Julho, 2015 16:28
OJE.pt
O atual presidente de câmara herdou um mandato cujo exercício será marcado pela permanente dúvida entre a proteção da imagem do seu antecessor e a afirmação própria. Pelo menos até às eleições legislativas, esperava-se do sucessor de António Costa uma atitude de continuidade da linha de ação no município, evitando as divergências ou as iniciativas que pudessem colocar a claro os erros e as fragilidades do agora candidato a primeiro-ministro, evitando assim enfraquecer a respetiva imagem.
António Costa utiliza com frequência exemplos concretos da sua gestão na capital para demonstrar o que pretende levar a cabo no país. Este facto demonstra a importância que tem a salvaguarda da imagem que procurou construir sobre a sua gestão na câmara municipal.
Os recentes anúncios sobre a concretização do plano de drenagem da cidade de Lisboa e do investimento num plano de pavimentação das ruas da cidade parecem ser um sinal de que Fernando Medina decidiu antecipar o seu processo de afirmação pessoal à frente da câmara, mesmo sacrificando a expectável prioridade na salvaguarda da imagem de António Costa.
A apresentação do Plano de Drenagem da Cidade de Lisboa significa, na prática, uma crítica a António Costa. Com efeito, o Plano de Drenagem para a cidade de Lisboa, que visa diminuir o risco de inundações na cidade, foi elaborado por iniciativa de Carmona Rodrigues e concluído em 2007. Em 2008, António Costa submete-o a deliberação da câmara e é aprovado. Lisboa tem um plano de drenagem aprovado há sete anos. Mas António Costa deixou-o na gaveta. O investimento na rede de saneamento da cidade nos últimos anos foi insignificante e a execução do plano de drenagem nunca foi uma prioridade para o anterior presidente da câmara.
As últimas e recorrentes inundações na cidade de Lisboa tornaram evidente o erro cometido por António Costa quando não concretizou o plano de drenagem. Numa primeira fase, começou por afirmar que o plano de drenagem não resolve o problema das inundações, mantendo a recusa de dar prioridade à sua execução e depois, muito a custo, resolveu, não concretizar, mas rever o referido plano. Mas, mesmo nesta fase, recusou aumentar o investimento na respetiva concretização.
Pois bem, nesta semana, Fernando Medina anuncia o Plano de Drenagem para a Cidade de Lisboa – que na verdade é uma atualização do anterior e não um novo como habilmente pretende fazer crer, mas anuncia – e essa é a parte verdadeiramente significativa – o compromisso de efetuar um relevante investimento na concretização do referido plano (uma revisão do original), assumindo este projeto como uma prioridade.
Se, por um lado, se saúda que, embora com um atraso de sete anos, Fernando Medina finalmente dê a necessária prioridade ao Plano de Drenagem da Cidade de Lisboa, não deixa de ser significativa a mudança de atitude face ao anterior presidente que se traduz numa crítica à atitude então tomada sobre a mesma questão.
Algo de semelhante ocorre em relação ao plano de pavimentação anunciado também nesta semana.
No espaço de cerca de um ano, o atual executivo socialista anunciou três planos de pavimentação: em junho de 2014, com 17 milhões de euros para 195 ruas; em abril de 2015, com 10 milhões de euros para 100 ruas e agora, o próprio presidente anuncia 25 milhões de euros para 150 ruas.
Entretanto, as ruas de Lisboa estão cada vez mais esburacadas. Este anúncio, nesta altura, por um lado coloca mais em evidência o mau estado do pavimento, mas, mais significativo, é uma crítica à incapacidade que a câmara teve, até agora, em resolver o problema.
Há, no entanto, uma linha de continuidade nestas atitudes, em coerência com a prática socialista. De facto, nestes dois exemplos, o facto de não serem cumpridos os compromissos dos anúncios iniciais levam a que, com prejuízo para os lisboetas, a concretização derrape no tempo. Por outro lado, tanto para o plano de drenagem como para o plano de pavimentação, a câmara vai recorrer a financiamentos externos (mesmo depois do brutal aumento de taxas e de tarifas).
Dito de outro modo, na linha socialista de António Costa e agora de Fernando Medina, também aqui será “mais tempo e mais dinheiro”.
Por António Prôa, Vereador na Câmara Municipal de Lisboa
16 Julho, 2015 16:28
OJE.pt
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