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A esquerda nacionalista
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A esquerda nacionalista
Ganhar eleições com a promessa de distribuição de dinheiro é fácil. Ora, se há regra que o euro impõe, para que seja forte e cumpra a sua função estabilizadora, é que os orçamentos de Estado sejam equilibrados. Nos últimos quatro anos o país, fruto da intervenção da troika e da crise grega, percebeu esta premissa.
Ora, tendo o Estado português sido governado como um colector de fundos a serem distribuídos de acordo com critérios políticos e para pagar uma parte da população dependente do poder, um orçamento sem défice obriga ao rigor que advém de libertar o Estado dos grupos de interesses que deste se alimentam.
Há já vários anos que o país sente na pele o custo dos défices públicos. No entanto, e de acordo com o que li nos últimos dias, quem se atrever a desafiar esta delapidação do património público em nome de interesses particulares é apelidado de nazi. Já não fascista, talvez porque a Alemanha esteja agora no centro da resolução da crise dos défices e nazi seja um insulto mais contundente.
No meio da injúria disparatada é de notar uma notável ironia. Para tal convido o leitor a que feche os olhos quando ouvir um comentador de esquerda falar. Feche os olhos e saboreie, ou assuste-se, conforme o caso: parece Salazar, não parece? O orgulhosamente sós está lá, quando a Grécia luta sozinha contra a Europa e quando nos dizem que urge que Portugal faça o mesmo; o provincianismo de Santa Comba está lá, na crítica desajuizada à Alemanha, na história cuja ignorância se utiliza para validar uma ideologia política que faliu Estados mas que aponta a culpa a quem empresta dinheiro para pagar as contas. Está ali quando ouvimos o ódio aos povos que geriram com cuidado o dinheiro que entregaram aos seus Estados.
Também gostava que Portugal não precisasse de fazer parte do euro. Que tivesse tido a capacidade de seguir o aviso que Margaret Thatcher fez ao Reino Unido: aderir ao euro é entregar a soberania à Europa que será depois exercida pelos mais fortes. Mas para que não fizéssemos parte do euro teríamos de ter um escudo forte, que nos protegesse da inflação, que só foi efectivamente controlada depois da criação do Instituto Monetário Europeu.
O problema é que esse escudo forte nunca existiu; e pelo que vemos da maioria da classe política, dificilmente existirá. Uma moeda forte, uma moeda que nos dê soberania, obriga a contenção nos gastos; algo muito difícil quando grande parte da população depende economicamente do Estado, impedindo a sua reforma. Requer que se proteja o interesse público dos diversos grupos que subsistem porque alimentados pelo Estado. Acima de tudo que os políticos governem o Estado e não interesses ou pessoas. Tal não sendo possível, que venha o euro, a contenção orçamental e a liberdade que daí advém.
00:05 h
André Abrantes Amaral
Económico
Ora, tendo o Estado português sido governado como um colector de fundos a serem distribuídos de acordo com critérios políticos e para pagar uma parte da população dependente do poder, um orçamento sem défice obriga ao rigor que advém de libertar o Estado dos grupos de interesses que deste se alimentam.
Há já vários anos que o país sente na pele o custo dos défices públicos. No entanto, e de acordo com o que li nos últimos dias, quem se atrever a desafiar esta delapidação do património público em nome de interesses particulares é apelidado de nazi. Já não fascista, talvez porque a Alemanha esteja agora no centro da resolução da crise dos défices e nazi seja um insulto mais contundente.
No meio da injúria disparatada é de notar uma notável ironia. Para tal convido o leitor a que feche os olhos quando ouvir um comentador de esquerda falar. Feche os olhos e saboreie, ou assuste-se, conforme o caso: parece Salazar, não parece? O orgulhosamente sós está lá, quando a Grécia luta sozinha contra a Europa e quando nos dizem que urge que Portugal faça o mesmo; o provincianismo de Santa Comba está lá, na crítica desajuizada à Alemanha, na história cuja ignorância se utiliza para validar uma ideologia política que faliu Estados mas que aponta a culpa a quem empresta dinheiro para pagar as contas. Está ali quando ouvimos o ódio aos povos que geriram com cuidado o dinheiro que entregaram aos seus Estados.
Também gostava que Portugal não precisasse de fazer parte do euro. Que tivesse tido a capacidade de seguir o aviso que Margaret Thatcher fez ao Reino Unido: aderir ao euro é entregar a soberania à Europa que será depois exercida pelos mais fortes. Mas para que não fizéssemos parte do euro teríamos de ter um escudo forte, que nos protegesse da inflação, que só foi efectivamente controlada depois da criação do Instituto Monetário Europeu.
O problema é que esse escudo forte nunca existiu; e pelo que vemos da maioria da classe política, dificilmente existirá. Uma moeda forte, uma moeda que nos dê soberania, obriga a contenção nos gastos; algo muito difícil quando grande parte da população depende economicamente do Estado, impedindo a sua reforma. Requer que se proteja o interesse público dos diversos grupos que subsistem porque alimentados pelo Estado. Acima de tudo que os políticos governem o Estado e não interesses ou pessoas. Tal não sendo possível, que venha o euro, a contenção orçamental e a liberdade que daí advém.
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