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Os empreendedores e o país
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Os empreendedores e o país
Como podem os empreendedores portugueses beneficiar dos meios materiais, humanos e financeiros colocados à sua disposição?
A edição de 2015 do “Innovation Union ScoreBoard”, publicada recentemente pela Comissão Europeia, revela que Portugal se mantêm como “inovador moderado”, subindo um lugar relativamente ao ano anterior e ocupando agora o 17.o lugar entre os 28 países da União Europeia. Mas o desempenho de Portugal situa-se, apesar de tudo, em 73% do da média europeia. É curiosamente na dimensão da inovação, em particular nas vertentes técnica e de negócio das pequenas e médias empresas, que Portugal está ao nível médio da UE. Mas não deixa de ser limitado o impacto do registo da propriedade intelectual e industrial e dos níveis de investimento e despesa em I&D.
No “Global Competitiveness Index 2014-15”, publicado em Setembro do ano passado pelo World Economic Forum (WEF), Portugal avança 15 posições, do 51.o para o 36.o lugar, num total de 144 países. No 12.o pilar, o da inovação, onde ocupa o 28.o lugar, isto é, ligeiramente acima da sua classificação geral, Portugal apresenta melhores resultados na disponibilidade de cientistas e engenheiros (8.o lugar), na qualidade das instituições de investigação (18.o), na colaboração entre universidades e empresas (23.o) e no rácio de patentes per capita (31.o), e piores na contratação pública de produtos de elevado conteúdo tecnológico (42.o), no investimento das empresas em I&D (38.o) e na capacidade de inovar (37.o lugar).
Enquanto o estudo da Comissão se orienta para a avaliação do estado da investigação, desenvolvimento e inovação, avaliando indicadores de desempenho nestas actividades per se, o estudo do WEF procura aferir a contribuição de um elevado número de factores (pilares) para a competitividade de cada país. São trabalhos distintos que comparam Portugal com diferentes universos e nem sempre coincidem na identificação das forças e fraquezas. Mas devem analisar-se em conjunto porque são, de alguma forma, duas faces da mesma realidade.
O primeiro indicia maior robustez do lado da oferta e maiores fragilidades do lado da procura. À luz da divisão conceptual investigação-inovação, em termos relativos Portugal ainda apresenta melhor desempenho na criação de conhecimento do que na transformação deste conhecimento em valor económico para as empresas e para os cidadãos. O segundo revela que a contribuição da inovação (latu sensu) para a competitividade de Portugal é comparável às demais variáveis.
Parece seguro que as circunstâncias espelhadas nestas publicações tenham contribuído para que Portugal tenha vivido nos últimos anos uma “vaga empreendedora”. Mas o impacto mediático de algumas incubadoras e novas empresas de sucesso e os exemplos de internacionalização não se traduzem ainda num significativo aumento de vendas, exportações ou criação de emprego. É por isso que essa vaga tem ainda uma enorme margem de progressão. E é também por isso que os nossos empreendedores devem tirar maior partido dos meios materiais, humanos e financeiros à sua disposição para alavancar os seus resultados.
Nos primeiros contamos com uma rede de infra-estruturas científicas e tecnológicas que maioritariamente desenvolvem um trabalho meritório de suporte técnico e de investigação e que conhecem bem as empresas. E contamos com uma mão- -cheia de universidades reconhecidas, em particular nas engenharias e nas ciências empresariais, justamente do que precisam as novas empresas de base tecnológica para crescer.
Como comprova de forma muito clara a publicação do WEF, é elevada a disponibilidade de cientistas e engenheiros qualificados. Muitos dos nossos recém-formados e jovens quadros de empresas acrescentam aos seus conhecimentos curriculares uma substantiva exposição a ambientes internacionais, quer académicos, quer empresariais. Falam bem inglês. E têm uma atitude menos avessa ao risco e mais aberta à mobilidade e à mudança. São, de facto, mais empreendedores.
Por último, mas não necessariamente menos importante, as novas empresas dispõem hoje, provavelmente mais do que nunca, de um enorme conjunto de mecanismos que asseguram as suas necessidades financeiras. As empresas com boas ideias de negócio, adequada capacidade técnica e de gestão e um plano estratégico realista e robusto podem sustentar o desenvolvimento de novos produtos ou processos, dos seus canais de vendas ou da sua organização com o suporte financeiro de programas europeus ou nacionais, e podem garantir os meios financeiros necessários ao crescimento, nas diferentes fases do ciclo de vida, através de uma miríade de instrumentos de capitais próprios ou alheios.
Em síntese, Portugal dispõe hoje de condições objectivas para que possa prosperar uma cultura de empreendedorismo. E para que as novas boas empresas acrescentem valor à nossa economia e enriqueçam a nossa sociedade. Por isso, a FLAD elegeu a ciência, tecnologia e negócios como a sua prioridade nas relações transatlânticas, concebendo um plano de estímulo à participação cruzada de empresas e grupos de investigação entre os dois lados do Atlântico.
Jorge Gabriel
21/07/2015 08:00
Jornal i
A edição de 2015 do “Innovation Union ScoreBoard”, publicada recentemente pela Comissão Europeia, revela que Portugal se mantêm como “inovador moderado”, subindo um lugar relativamente ao ano anterior e ocupando agora o 17.o lugar entre os 28 países da União Europeia. Mas o desempenho de Portugal situa-se, apesar de tudo, em 73% do da média europeia. É curiosamente na dimensão da inovação, em particular nas vertentes técnica e de negócio das pequenas e médias empresas, que Portugal está ao nível médio da UE. Mas não deixa de ser limitado o impacto do registo da propriedade intelectual e industrial e dos níveis de investimento e despesa em I&D.
No “Global Competitiveness Index 2014-15”, publicado em Setembro do ano passado pelo World Economic Forum (WEF), Portugal avança 15 posições, do 51.o para o 36.o lugar, num total de 144 países. No 12.o pilar, o da inovação, onde ocupa o 28.o lugar, isto é, ligeiramente acima da sua classificação geral, Portugal apresenta melhores resultados na disponibilidade de cientistas e engenheiros (8.o lugar), na qualidade das instituições de investigação (18.o), na colaboração entre universidades e empresas (23.o) e no rácio de patentes per capita (31.o), e piores na contratação pública de produtos de elevado conteúdo tecnológico (42.o), no investimento das empresas em I&D (38.o) e na capacidade de inovar (37.o lugar).
Enquanto o estudo da Comissão se orienta para a avaliação do estado da investigação, desenvolvimento e inovação, avaliando indicadores de desempenho nestas actividades per se, o estudo do WEF procura aferir a contribuição de um elevado número de factores (pilares) para a competitividade de cada país. São trabalhos distintos que comparam Portugal com diferentes universos e nem sempre coincidem na identificação das forças e fraquezas. Mas devem analisar-se em conjunto porque são, de alguma forma, duas faces da mesma realidade.
O primeiro indicia maior robustez do lado da oferta e maiores fragilidades do lado da procura. À luz da divisão conceptual investigação-inovação, em termos relativos Portugal ainda apresenta melhor desempenho na criação de conhecimento do que na transformação deste conhecimento em valor económico para as empresas e para os cidadãos. O segundo revela que a contribuição da inovação (latu sensu) para a competitividade de Portugal é comparável às demais variáveis.
Parece seguro que as circunstâncias espelhadas nestas publicações tenham contribuído para que Portugal tenha vivido nos últimos anos uma “vaga empreendedora”. Mas o impacto mediático de algumas incubadoras e novas empresas de sucesso e os exemplos de internacionalização não se traduzem ainda num significativo aumento de vendas, exportações ou criação de emprego. É por isso que essa vaga tem ainda uma enorme margem de progressão. E é também por isso que os nossos empreendedores devem tirar maior partido dos meios materiais, humanos e financeiros à sua disposição para alavancar os seus resultados.
Nos primeiros contamos com uma rede de infra-estruturas científicas e tecnológicas que maioritariamente desenvolvem um trabalho meritório de suporte técnico e de investigação e que conhecem bem as empresas. E contamos com uma mão- -cheia de universidades reconhecidas, em particular nas engenharias e nas ciências empresariais, justamente do que precisam as novas empresas de base tecnológica para crescer.
Como comprova de forma muito clara a publicação do WEF, é elevada a disponibilidade de cientistas e engenheiros qualificados. Muitos dos nossos recém-formados e jovens quadros de empresas acrescentam aos seus conhecimentos curriculares uma substantiva exposição a ambientes internacionais, quer académicos, quer empresariais. Falam bem inglês. E têm uma atitude menos avessa ao risco e mais aberta à mobilidade e à mudança. São, de facto, mais empreendedores.
Por último, mas não necessariamente menos importante, as novas empresas dispõem hoje, provavelmente mais do que nunca, de um enorme conjunto de mecanismos que asseguram as suas necessidades financeiras. As empresas com boas ideias de negócio, adequada capacidade técnica e de gestão e um plano estratégico realista e robusto podem sustentar o desenvolvimento de novos produtos ou processos, dos seus canais de vendas ou da sua organização com o suporte financeiro de programas europeus ou nacionais, e podem garantir os meios financeiros necessários ao crescimento, nas diferentes fases do ciclo de vida, através de uma miríade de instrumentos de capitais próprios ou alheios.
Em síntese, Portugal dispõe hoje de condições objectivas para que possa prosperar uma cultura de empreendedorismo. E para que as novas boas empresas acrescentem valor à nossa economia e enriqueçam a nossa sociedade. Por isso, a FLAD elegeu a ciência, tecnologia e negócios como a sua prioridade nas relações transatlânticas, concebendo um plano de estímulo à participação cruzada de empresas e grupos de investigação entre os dois lados do Atlântico.
Jorge Gabriel
21/07/2015 08:00
Jornal i
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