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Podia ter nascido em Portugal e chamar-se António. Tinha pouco mais de 18 anos quando acabou o curso profissional e decidiu tentar a sorte à procura do primeiro emprego. Não fora bom nem mau aluno, antes médio, talvez porque fosse um pouco tímido e calado. Uma timidez que nesse ano de 2007, quando a economia global iniciou a longa curva descendente, só atrapalhou. Durante muito tempo, a vida profissional do António não passou de um espaço em branco no CV impecável que nunca desistiu de continuar a enviar. Um espaço em branco cada vez maior à medida que os anos foram passando. Seis anos. Seis anos à deriva, sem qualquer experiência profissional. "Se não somos contratados à primeira, torna-se muito difícil", explicou recentemente a um correspondente do Financial Times. Este António é na verdade um jovem japonês, mas podia muito bem ser um António, uma Joana, uma Maria ou um Carlos portugueses.
No Japão, terceira economia mundial, há uma geração perdida à procura de um emprego estável que tenta sobreviver. O novo mercado de trabalho japonês é mesmo um caso de estudo para as economias desenvolvidas do mundo - das norte-americanas às europeias. E o mercado de trabalho português não foge à regra. Muitos dos que saíram das escolas profissionais e das universidades portuguesas nos últimos anos sabem bem do que fala o António japonês. Trabalham em part-time, por turnos, fazem biscates e arranjam duplo emprego ou estágios profissionais quando têm sorte. E quando têm muita sorte, até conseguem trabalhar na área para a qual estudaram e os próprios, os pais e o Estado investiram. A taxa de desemprego em Portugal, é verdade, está agora longe do pico máximo de 17,4% dos primeiros meses de 2013 e muitos já conseguem ver um copo meio cheio. Mas aqui, como no Japão e noutras economias do primeiro mundo, há uma geração de homens e mulheres que vai demorar muito tempo a recuperar a carreira e os salários perdidos.
por MÓNICA BELLO
Diário de Notícias
No Japão, terceira economia mundial, há uma geração perdida à procura de um emprego estável que tenta sobreviver. O novo mercado de trabalho japonês é mesmo um caso de estudo para as economias desenvolvidas do mundo - das norte-americanas às europeias. E o mercado de trabalho português não foge à regra. Muitos dos que saíram das escolas profissionais e das universidades portuguesas nos últimos anos sabem bem do que fala o António japonês. Trabalham em part-time, por turnos, fazem biscates e arranjam duplo emprego ou estágios profissionais quando têm sorte. E quando têm muita sorte, até conseguem trabalhar na área para a qual estudaram e os próprios, os pais e o Estado investiram. A taxa de desemprego em Portugal, é verdade, está agora longe do pico máximo de 17,4% dos primeiros meses de 2013 e muitos já conseguem ver um copo meio cheio. Mas aqui, como no Japão e noutras economias do primeiro mundo, há uma geração de homens e mulheres que vai demorar muito tempo a recuperar a carreira e os salários perdidos.
por MÓNICA BELLO
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