Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 446 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 446 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
A sombra da desigualdade
Página 1 de 1
A sombra da desigualdade
A desigualdade de rendimentos pode ser medida de muitos modos, mas nem todos revelam o que se esconde na sombra da desigualdade.
Um dos indicadores mais interessantes é a distribuição dos valores do imposto de rendimentos pelos agregados familiares, porque é um indicador personalizado e associado à capacidade para gerar rendimento. Em 2012, 34% dos agregados que fazem declaração de imposto de rendimentos, com rendimentos entre € 13.500 e € 50.000, geraram 44% da receita do IRS, mas 3,4% dos agregados, com rendimentos entre € 50.000 e mais de € 250.000, pagaram 53% da receita do IRS. O que está na sombra de desigualdade é uma forte e persistente assimetria da sociedade.
Portugal já foi descrito como uma sociedade dualista e a história popular dos descobrimentos e da emigração organiza-se em torno do dualismo entre os que partem e os que ficam. Porém, estes dualismos e estes contrastes são menos relevantes do que a distinção entre os competitivos (minoria) que geram rendimentos e os que ficam dependentes das transferências distributivas (maioria) porque não têm rendimentos próprios que sustentem o modelo de sociedade em que querem viver.
É esta assimetria que está na sombra da desigualdade e que produz necessariamente mais desigualdade. Na medida em que as políticas públicas que tenham por finalidade corrigir as desigualdades terão de ser financiadas pela extracção fiscal (e o mesmo acontece se forem financiadas por dívida, que são impostos futuros), reaparece sempre a assimetria dos que pagam impostos de rendimentos. O que implica que as políticas públicas de solidariedade, de que só alguns beneficiam, tenham de ser concebidas em função do seu financiamento por impostos indirectos, que todos pagam.
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - O que está atrás do palco dos temas, das decisões, das controvérsias e indignações que têm marcado os últimos anos? Neste mês de Agosto a equipa da Mão Visível vai escolher um tema e reflectir sobre as suas sombras.
maovisivel@gmail.com
10 Agosto 2015, 21:20 por Joaquim Aguiar
Negócios
Um dos indicadores mais interessantes é a distribuição dos valores do imposto de rendimentos pelos agregados familiares, porque é um indicador personalizado e associado à capacidade para gerar rendimento. Em 2012, 34% dos agregados que fazem declaração de imposto de rendimentos, com rendimentos entre € 13.500 e € 50.000, geraram 44% da receita do IRS, mas 3,4% dos agregados, com rendimentos entre € 50.000 e mais de € 250.000, pagaram 53% da receita do IRS. O que está na sombra de desigualdade é uma forte e persistente assimetria da sociedade.
Portugal já foi descrito como uma sociedade dualista e a história popular dos descobrimentos e da emigração organiza-se em torno do dualismo entre os que partem e os que ficam. Porém, estes dualismos e estes contrastes são menos relevantes do que a distinção entre os competitivos (minoria) que geram rendimentos e os que ficam dependentes das transferências distributivas (maioria) porque não têm rendimentos próprios que sustentem o modelo de sociedade em que querem viver.
É esta assimetria que está na sombra da desigualdade e que produz necessariamente mais desigualdade. Na medida em que as políticas públicas que tenham por finalidade corrigir as desigualdades terão de ser financiadas pela extracção fiscal (e o mesmo acontece se forem financiadas por dívida, que são impostos futuros), reaparece sempre a assimetria dos que pagam impostos de rendimentos. O que implica que as políticas públicas de solidariedade, de que só alguns beneficiam, tenham de ser concebidas em função do seu financiamento por impostos indirectos, que todos pagam.
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - O que está atrás do palco dos temas, das decisões, das controvérsias e indignações que têm marcado os últimos anos? Neste mês de Agosto a equipa da Mão Visível vai escolher um tema e reflectir sobre as suas sombras.
maovisivel@gmail.com
10 Agosto 2015, 21:20 por Joaquim Aguiar
Negócios
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin