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TURISMO: DO FASHION AO DEMODÉ?
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TURISMO: DO FASHION AO DEMODÉ?
Primeira nota de economia depois das férias. Não encontro tema melhor para ela que o Turismo de Portugal. Isso mesmo, o “vá para fora cá dentro” nunca esteve tão in. Prova viva são os galardões que o nosso país arrecadou nos óscares dessa categoria (resultado fantástico diga-se de passagem) e voilá…está eleito o protagonista do momento. Turismo.
Não falarei exatamente sobre os excelentes números que o turismo nacional em geral e o turismo do Alentejo em particular têm apresentado, nem sobre o impacto muito significativo na nossa economia. Facto evidente aos olhos de todos.
Somos sem margem de dúvidas um destino fantástico. Com uma oferta turística interminável, unidades hoteleiras munidas com equipas de excelência, fluentes em línguas, simpáticas e verdadeiramente empenhadas em proporcionar uma experiência inesquecível aos seus hóspedes, já para não falar nos restaurantes (mais ou menos tradicionais) que elevam a nossa gastronomia a um nível cada vez mais top. A combinação perfeita.
Mas existe uma realidade paralela (abrilhantada com menos estrelas é certo mas igualmente importante). Na qual o hotel, a agência de viagens ou o restaurante ficaram como que perdidos no tempo, emanando um desgastado cheiro a mofo. Imaginem-se numa cápsula do tempo a ser teletransportados para uma outra época. Num restaurante onde o empregado arranha um “thank you very much”, um “red or white wine”, ou uma “beer”. Onde a ementa surge numa mica com uma folha de papel A4 rasurada a anunciar os pratos do dia. Onde se tenta aliciar os turistas a provar a nossa gastronomia com as piores fotos do mundo, impressas em modo rascunho num papel já amachucado e plastificadas pelo empregado de balcão.
É regressar àquele hotel com um site tão estático, que dá sono ao primeiro click, e onde o chek-in e o check-out são regra à hora ditada, caso contrário seria um bicho de sete cabeças difícil de controlar.
É recorrer àquela agência de viagens que vende o pack de férias de 7 dias em que o autocarro parte às 6h da manhã para ver o roteiro dos restaurantes de beira de estrada, em formato tudo incluído.
Para estes, é hora de acordar! O mundo evoluiu, as pessoas refinaram os seus gostos, a economia mudou…e o turismo tem de acompanhar, sob pena de morte!
Hoje em dia reservamos o melhor hotel em minutos através do smartphone. Arranjamos uma panóplia de meios de transporte para nos levar onde queremos. Temos acesso a milhares de avaliações que nos ajudam a escolher os melhores sítios. Podemos nós fotografar, colocar online e avaliar o que quer que seja, em tempo real.
Já não dá para enganar o turista precavido. De que serve escrever no site que o quarto tem uma vista fantástica, se existem centenas de fotos partilhadas que mostram um pátio interior coberto de musgo fraudulento?
Não há como escapar a esta nova realidade. Ninguém mais quer só alugar uma cama para dormir ou um monumento para fotografar. As pessoas querem experiências…exigem-no e estão dispostas a pagar. Se não queremos perder o comboio do novo turismo devemos refletir sobre isto. Revela-se urgente um esforço por modernizar este setor de modo a não só manter mas até elevar cada vez mais esta fasquia.
Estando eu habituado a lidar com sistemas de incentivos diretamente orientados para as empresas ou de cariz complementar, as minhas reflexões acabam quase sempre na busca de soluções (cofinanciadas) para os problemas identificados.
Então, porque não direcionar fundos (nacionais e/ou comunitários) para impulsionar esta modernização? Tal como se tem feito com o setor do comércio? Requalificando instalações e pessoal? Fundos que poderiam ser complementados com linhas de crédito protocoladas?
Porque não tornar de caracter obrigatório a frequência de formações básicas, como línguas ou atendimento, para qualquer projeto de investimento cofinanciado neste setor?
Porque não fazer programas de formação em sala e consultoria local para estes empresários?
São só três sugestões, mas o importante é entender como necessária a modernização deste importante setor. Caso contrário será o mercado a encarregar-se de, naturalmente, expulsar os inadaptados. Já dizia Darwin, é a sobrevivência do mais forte…
Rodrigo de Passos
Economista
Economista, licenciado pelo ISCTE, tem experiência em fundos comunitários e apoio a empresas. Criou, apoiou, desenvolveu e controlou instrumentos financeiros dirigidos às PME, e acompanhou e participou em projetos internacionais. Tem também uma pós-graduação em Economia pela Universidade de Évora. - See more at: http://tribunaalentejo.pt/tribuna/artigo/turismo-do-fashion-ao-demod%C3%A9#sthash.JkxJsN8S.dpuf
http://tribunaalentejo.pt/
A nota na fora de horas:
Os visitadores de locais não sabe a ver as paisagens com o tempo correcto ou certo para a olhar e a visitar um edifício, um centro histórico, um centro moderno, um local habitacional e um espaço natural a encontrar as caracterizações de beleza do espaço, no exemplo de Sines tem uma beleza no longo da cidade ou da ciclovia ou da estrada com o nível certo da velocidade a ocorrer na via, no exemplo da Avenida Vasco da Gama de 30 km/h para a ver a paisagem da baía ou da Costa Norte de 50 km/h para a ver a paisagem oceânica de norte e podar a apaixonar das suas paisagens de Sines tem a saber a olhar para a ela.
O vídeo das fotos de Sines:
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