Debate da Antena 1 com cabeças de lista pelo Círculo Eleitoral de Setúbal. A Oeste nada de Novo

Um debate que não trouxe nada de novo. Um debate que foi baseado nas grandes questões da vida politica nacional e, para isso, basta-nos ouvir os debates entre os lideres nacionais e a campanha eleitoral.

Os grandes temas do distrito de Setúbal e a reflexão sobre o seu futuro ficou na gaveta. 

Quando tomei conhecimento do debate da Antena 1 que juntava os cabeças de lista, pelo Círculo Eleitoral de Setúbal, de todos partidos com assento parlamentar, fiquei com alguma expectativa, porque esperava um debate que contribuísse para uma reflexão sobre a realidade do distrito e uma abordagem de algumas perspectivas para o seu futuro.

Foi uma desilusão. Limitou-se a ser um debate eco dos assuntos que, certamente, voltaremos a ver ser abordados nos diversos frente a frente, anunciados, entre os líderes nacionais das diversas forças politicas.

Houve alguma incidência desses temas – o desemprego e a saúde – no âmbito do distrito, mas em meras referências circunstanciais e evidentes.

Sei que o tempo foi curto, mas, nenhum dos intervenientes teve rasgo politico para lançar alguns temas de profundidade, que sendo de âmbito regional ou distrital são de importância nacional e de referência para o futuro de Portugal.

O novo aeroporto de Lisboa, avançar na sua fase zero, ou ser concretizada a opção Portela + 1, no Montijo, um tema que passou ao lado e merecia uma abordagem e o conhecimento das opções das diferentes forças politicas. Esta é uma matéria estratégia de âmbito nacional e regional e por ela passa muito do futuro da Península de Setúbal e da Área Metropolitana de Lisboa.

A temática da área portuária, quer o alargamento do Porto de Lisboa para o Barreiro, ou mesmo para Setúbal, outro tema de interesse nacional e regional que ninguém abordou, mesmo numa perspectiva de desenvolvimento e criação de emprego e nas estratégias europeias de ligação da Europa ao mundo.

A importância de se valorizar e dar mais capacidades aos Hospitais do Barreiro, Setúbal e Almada, potenciando as suas actuais valências e criando novas valências de forma a transformá-los em unidades de importância nacional.

A importância do ensino universitário na região, nomeadamente da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, no seu papel em torno de politicas de reabilitação urbana, uma matéria que se coloca como prioridade, nomeadamente no acesso a fundos comunitários e reabilitação dos centros históricos e urbanos das cidades do distrito.

E quando se falou de Europa e de politicas europeias, fiquei triste que ninguém levantasse a voz sobre a necessidade de serem discutidas politicas de pesca que sufocam os pescadores de Setúbal, Sesimbra ou Sines. 

A prioridade do debate foi o tema que os média colocam em agenda – os refugiados.

Um debate que não trouxe nada de novo. Um debate que foi baseado nas grandes questões da vida politica nacional e, para isso, basta-nos ouvir os debates entre os lideres nacionais e a campanha eleitoral.

Os grandes temas do distrito de Setúbal e a reflexão sobre o seu futuro ficou na gaveta. 

António Sousa Pereira 

08.09.2015 - 20:56
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