Portugal é o quinto país da UE onde as reformas mais pesam no PIB

por **Admin** Ter Mar 25, 2014 2:46 pm

Relatório da Comissão Europeia sobre os sistemas de pensões mostra ainda que, entre os 55 e os 64 anos, apenas 46,5% dos portugueses estavam empregados em 2010.

Em 2010, as reformas em Portugal representavam 12,5% do PIB, o quinto valor mais elevado entre os países da União Europeia, superado apenas pela Grécia (13,6% do PIB), Áustria (14,1% do PIB), França (14,6% do PIB) e Itália, onde as reformas representavam 15,3% do PIB.

Os dados foram divulgados esta terça-feira, 25 de Março, pela Comissão Europeia, numa antecipação da conferência sobre os sistemas de pensões que vai reunir amanhã, em Bruxelas, académicos, especialistas e responsáveis nacionais de todos os países da União Europeia.

No mesmo relatório, a Comissão Europeia compara as idades máximas de reforma nos diferentes países da União Europeia, com dados de 2009 e previsões para 2020. Em Portugal, a idade máxima de reforma passou dos 65 para os 66 anos, em 2014 (para homens e mulheres).

Em 2009, os países que tinham idades máximas de reforma mais baixas eram a República Checa, Estónia, Eslováquia, Hungria, Malta e Letónia.

No entanto, a Comissão revela que, em 2010, os portugueses saíram do mercado de trabalho aos 63,5 anos, em média. É um número que compara, por exemplo, com 59,7 anos na Eslováquia e 64,9 anos na Irlanda.

“Depois de uma série de reformas das pensões nos últimos anos, 24 dos 28 Estados-membros (todos com excepção da Bélgica, Luxemburgo, Finlândia e Suécia) já legislaram no sentido de aumentar agora, ou futuramente, a idade da reforma”, escreve a Comissão Europeia. “A Dinamarca, Grécia, Itália, Chipre, Países Baixos, Eslováquia e Reino Unido decidiram ligar directamente a idade de reforma à esperança de vida no futuro. A Finlândia e a Suécia introduziram uma idade de reforma flexível, onde o nível de benefício aumenta nos casos em que a pessoa se reforma mais tarde”.

As reformas postas em práticas nos últimos anos melhoraram igualmente, de acordo com a Comissão Europeia, a sustentabilidade de longo prazo dos regimes de pensões. “O aumento previsto das despesas públicas com pensões na União Europeia, em 2060, foi reduzido de 2,5% do PIB para apenas 1,5%”.

Entre os 55 e os 64 anos, só 46,5% dos portugueses tem emprego

No relatório sobre a realidade dos sistemas de pensões na União Europeia, a Comissão compara ainda a taxa de emprego dos trabalhadores mais velhos, entre os 55 e os 64 anos. Em Portugal situava-se em 46,5% em 2012, a 13ª mais elevada entre os 28 países da União Europeia. Nesse ano, 51% dos homens nessa faixa etária estavam empregados, uma percentagem mais elevada do que no caso das mulheres, que é de apenas 42%.

“Em 2012, a taxa de emprego média anual de trabalhadores com idades compreendidas entre 55-64 anos na UE foi de 48,9%, uma melhoria de 10 pontos percentuais na última década. No 3 º trimestre de 2013, tinha aumentado para 50,7%”, sublinha o relatório da comissão.

25 Março 2014, 14:13 por Rita Faria | afaria@negocios.pt
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