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Atrizes nuas na Net
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Atrizes nuas na Net
Uma polémica recente a propósito da nudez exposta feminina e da objetificação do corpo da mulher vem colocar o assunto, uma vez mais, na ordem do dia e recordar - para aqueles que eventualmente poderiam andar mais esquecidos - como é a vida no século XXI e no mundo livre e (in)seguro da Internet. Lembremos, então, um dos episódios mais marcantes de roubo de fotos íntimas e de disseminação das mesmas para todos os que possam aceder a uma ligação à Net em qualquer ponto do planeta. Trata-se, precisamente, do caso da divulgação (sem consentimento) de uma série de fotos em pose e com detalhes íntimos da atriz norte-americana Jennifer Lawrence.
Faz agora um ano quando, em 31 de agosto de 2014, foram postas a circular na Internet um conjunto de fotografias que a atriz Jennifer Lawrence teria feito e guardado nos servidores virtuais de uma empresa de fabricação de smartphones. Perante a sua surpresa as fotos que, segundo a própria, ela teria enviado para uma pessoa com quem mantinha na altura uma relação amorosa estavam agora a circular na rede mundial de computadores, acessíveis para todos verem. Apesar de - como todos sabemos - o trabalho de uma atriz (ou ator) envolver um considerável grau de exposição pública e mediática, Lawrence manifestou então o seu profundo desagrado e choque. E foi assim que - em entrevista à revista Vanity Fair - a atriz, com 24 anos na altura, afirmou que "Só porque eu sou uma figura pública, apenas porque eu sou uma atriz, não significa que eu pedi isto (...) é o meu corpo, e deveria ser a minha escolha [divulgar fotos íntimas], e o facto de que não é a minha escolha é absolutamente repugnante. Eu não posso acreditar que nós ainda vivemos neste tipo de mundo." Mais, a atriz explicava a razão de ter tirado aquele tipo de fotos e de as ter enviado a uma pessoa com a qual mantinha uma relação afetiva: "Eu estava a viver um caso amoroso, saudável, um ótimo relacionamento de quatro anos. Foi à longa distância e eu tinha de escolher se queria que o meu namorado fosse ver pornografia ou olhar para mim."
Podemos - de uma forma mais distante - considerar os argumentos e a sinceridade da atriz algo inocentes, para não dizer ingénuos. Todavia - e de um modo mais refletido - há pelo menos três lições a retirar deste caso mundial. A primeira lição é a de que a geração de Lawrence cresceu e vive no domínio do virtual. Considera natural este tipo de comportamento e de relação via tecnologia, pelo que nos compete a todos criar e reforçar mecanismos que evitem este tipo de situações. A segunda lição a retirar é a de que, mau grado a anterior, a Internet é um espaço profundamente inseguro e no qual, uma vez descarregado qualquer tipo de informação, sejam fotos, vídeos ou desabafos no facebook, estes irão ficar lá para sempre. Eternamente. E a terceira ilação a retirar deste caso é a de que, perante estas situações, só há que seguir em frente. Jennifer Lawrence continua hoje a sua carreira, as fotos continuam na Internet, e o resto é história.
Moral de tudo isto? Se queremos realmente manter privado algo que consideramos íntimo só há um recurso: voltar ao contato pessoal, face-a-face, e sem a tecnologia como intermediária. A final de contas esta última não passa de isso mesmo. De virtual.
Professor do ISCTE-IUL
por PAULO PEREIRA DE ALMEIDA
Diário de Notícias
Faz agora um ano quando, em 31 de agosto de 2014, foram postas a circular na Internet um conjunto de fotografias que a atriz Jennifer Lawrence teria feito e guardado nos servidores virtuais de uma empresa de fabricação de smartphones. Perante a sua surpresa as fotos que, segundo a própria, ela teria enviado para uma pessoa com quem mantinha na altura uma relação amorosa estavam agora a circular na rede mundial de computadores, acessíveis para todos verem. Apesar de - como todos sabemos - o trabalho de uma atriz (ou ator) envolver um considerável grau de exposição pública e mediática, Lawrence manifestou então o seu profundo desagrado e choque. E foi assim que - em entrevista à revista Vanity Fair - a atriz, com 24 anos na altura, afirmou que "Só porque eu sou uma figura pública, apenas porque eu sou uma atriz, não significa que eu pedi isto (...) é o meu corpo, e deveria ser a minha escolha [divulgar fotos íntimas], e o facto de que não é a minha escolha é absolutamente repugnante. Eu não posso acreditar que nós ainda vivemos neste tipo de mundo." Mais, a atriz explicava a razão de ter tirado aquele tipo de fotos e de as ter enviado a uma pessoa com a qual mantinha uma relação afetiva: "Eu estava a viver um caso amoroso, saudável, um ótimo relacionamento de quatro anos. Foi à longa distância e eu tinha de escolher se queria que o meu namorado fosse ver pornografia ou olhar para mim."
Podemos - de uma forma mais distante - considerar os argumentos e a sinceridade da atriz algo inocentes, para não dizer ingénuos. Todavia - e de um modo mais refletido - há pelo menos três lições a retirar deste caso mundial. A primeira lição é a de que a geração de Lawrence cresceu e vive no domínio do virtual. Considera natural este tipo de comportamento e de relação via tecnologia, pelo que nos compete a todos criar e reforçar mecanismos que evitem este tipo de situações. A segunda lição a retirar é a de que, mau grado a anterior, a Internet é um espaço profundamente inseguro e no qual, uma vez descarregado qualquer tipo de informação, sejam fotos, vídeos ou desabafos no facebook, estes irão ficar lá para sempre. Eternamente. E a terceira ilação a retirar deste caso é a de que, perante estas situações, só há que seguir em frente. Jennifer Lawrence continua hoje a sua carreira, as fotos continuam na Internet, e o resto é história.
Moral de tudo isto? Se queremos realmente manter privado algo que consideramos íntimo só há um recurso: voltar ao contato pessoal, face-a-face, e sem a tecnologia como intermediária. A final de contas esta última não passa de isso mesmo. De virtual.
Professor do ISCTE-IUL
por PAULO PEREIRA DE ALMEIDA
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